(ENEM 2010)
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria?
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem?
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?
SHELLEY. “Os homens da Inglaterra’. Apud HUBERMAN, L. In: História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada
na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões.
no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.