(ENEM - 2016 - 2ª aplicação)
Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
O problema descrito no texto tem como consequência a
universalidade do conjunto das proposições de observação.
normatividade das teorias científicas que se valem da experiência.
dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases empíricas.
inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência.
correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.