(ENEM 2016) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.).
Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela
restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes.
convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio.
presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos.
dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados.
entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.