(ENEM - 2016 - 2 aplicao) A favela vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaar os que nela no se incluem. Atribuir-lhe a ideia de perigo o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da sociedade que busca viver diferentemente do que se considera viver na favela. Alguns oficiantes do direito, ao defenderem ou acusarem rus moradores de favelas, usam em seus discursos representaes previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse campo profissional. Suas falas se fundamentam nas representaes inventadas a respeito da favela e que acabam por marcar a identidade dos indivduos que nela residem. RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vtimas: um estudo sobre a representao da categoria favelado no tribunal do jri da cidade do Rio de Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.). Um sculo de favela. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1998. O estigma apontado no texto tem como consequncia o(a)
(ENEM - 2016 - 2 aplicao)Aes de educao patrimonial so realizadas em diferentes contextos e localidades e tm mostrado resultados surpreendentes ao trazer tona a autoestima das comunidades. Em alguns casos, promovem o desenvolvimento local e indicam solues inovadoras de reconhecimento e salvaguarda do patrimnio cultural para muitas populaes. PELEGRINI, S. C. A.; PINHEIRO, A. P. (Orgs.). Tempo, memria e patrimnio cultural. Piau: Edupi, 2010. A valorizao dos bens mencionados encontra-se correlacionada a aes educativas que promovem a(s)
(ENEM2016) Texto I Texto II Metade da nova equipe da NASA composta por mulheres At hoje, cerca de 350 astronautas americanos j estiveram no espao, enquanto as mulheres no chegam a ser um tero desse nmero. Aps o anncio da turma composta 50% por mulheres, alguns internautas escreveram comentrios machistas e desrespeitosos sobre a escolha nas redes sociais. Disponvel em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 10 mar. 2016. A comparao entre o anncio publicitrio de 1968 e a repercusso da notcia de 2016 mostra a
(ENEM 2016) TEXTO I TEXTO II A eleio dos novos bens, ou melhor, de novas formas de se conceber a condio do patrimnio cultural nacional, tambm permite que diferentes grupos sociais, utilizando as leis do Estado e o apoio de especialistas, revejam as imagens e alegorias do seu passado, do que querem guardar e definir como prprio e identitrio. ABREU, M.; SOIHET, R.; GONTIJO, R. (Org.). Cultura poltica e leituras do passado: historiografia e ensino de histria. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2007. O texto chama a ateno para a importncia da proteo de bens que, como aquele apresentado na imagem, se identificam como:
(ENEM 2016) Hoje, a indstria cultural assumiu a herana civilizatria da democracia de pioneiros e empresrios, que tampouco devolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos so livres para danar e se divertir, do mesmomodo que, desde a neutralizao histrica da religio, so livres para entrar em qualquer uma das inmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coero econmica, revela-se em todos os setorescomo a liberdade de escolher o que sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialtica do esclarecimento: fragmentos filosficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. A liberdade de escolha na civilizao ocidental, de acordo com a anlise do texto, um(a)
(ENEM - 2016 - 2 aplicao)O Movimento Negro Unificado (MNU) distingue-se do Teatro Experimental do Negro (TEN) por sua crtica ao discurso nacional hegemnico. Isto , enquanto o TEN defende a plena integrao simblica dos negros na identidade nacional hbrida, o MNU condena qualquer tipo de assimilao, fazendo do combate ideologia da democracia racial uma das suas principais bandeiras de luta, visto que, aos olhos desse movimento, a igualdade formal assegurada pela lei entre negros e brancos e a difuso do mito de que a sociedade brasileira no racista teriam servido para sustentar, ideologicamente, a opresso racial. COSTA, S. Dois Atlnticos: teoria social, antirracismo, cosmopolitismo.Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado). No texto, so comparadas duas organizaes do movimento negro brasileiro, criadas em diferentes contextos histricos: o TEN, em 1944, e o MNU, em 1978. Ao assumir uma postura divergente da do TEN, o MNU pretendia
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) O processo de justia um processo ora de diversificao do diverso, ora de unificao do idntico. A igualdade entre todos os seres humanos em relao aos direitos fundamentais o resultado de um processo de gradual eliminao de discriminaes e, portanto, de unificao daquilo que ia sendo reconhecido como idntico: uma natureza comum do homem acima de qualquer diferena de sexo, raa, religio etc. BOBBIO, N. Teoria geral da poltica: a filosofia poltica e as lies dos clssicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. De acordo com o texto, a construo de uma sociedade democrtica fundamenta-se em:
(ENEM - 2016) SATRAPI, M. Perspolis. So Paulo: Cia. das Letras, 2007 (adaptado). A memria recuperada pela autora apresenta a relao entre
(Enem 2016) A democracia deliberativa afirma que as partesdo conflito poltico devem deliberar entre si e, por meio de argumentao razovel, tentar chegar a um acordo sobre as polticas que seja satisfatrio para todos. A democracia ativista desconfia das exortaes deliberao por acreditar que, no mundo real da poltica, onde as desigualdades estruturais influenciam procedimentos e resultados, processos democrticos que parecem cumprir as normas de deliberao geralmente tendem a beneficiar os agentes mais poderosos. Ela recomenda, portanto, que aqueles que se preocupam com a promoo de mais justia devem realizar principalmente a atividade de oposio crtica, em vez de tentar chegar a um acordo com quem sustenta estruturas de poder existentes ou delas se beneficia. YOUNG, 1. M. Desafios ativistas democracia deliberativa. Revista Brasileira de Cincia Poltica, n. 13, jan.-abr. 2014. As concepes de democracia deliberativa e de democracia ativista apresentadas no texto tratam como imprescindveis, respectivamente:
(ENEM - 2016) A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaa, ou esta se associou quela de forma indissolvel. Ela vai alm da constatao da ameaa fsica. Concebida para a felicidade humana, a submisso da natureza, na sobremedida de seusucesso, que agora se estende prpria natureza do homem, conduziu ao maior desafio j posto ao ser humano pela sua prpria ao. O novo continente da prxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para a teoria tica, uma terra de ningum. JONAS. H. O princpio da responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado). As implicaes ticas da articulao apresentada no texto impulsionam a necessidade de construo de um novo padro de comportamento, cujo objetivo consiste em garantir o(a)
(ENEM2016) O conceito de funo social da cidade incorpora a organizao do espao fsico como fruto da regulao social, isto , a cidade deve contemplar todos os seus moradores e no somente aqueles que esto no mercado formal da produo capitalista da cidade. A tradio dos cdigos de edificao, uso e ocupao do solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade no tem divises entre os includos e os excludos socialmente. QUINTO JR., L. P. Nova legislao urbana e os velhos fantasmas. Estudos Avanados (USP), n. 47, 2003 (adaptado). Uma poltica governamental que contribui para viabilizar a funo social da cidade, nos moldes indicados no texto, a
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorizao e afirmao de direitos, no que diz respeito educao, passou a ser particularmente apoiada com a promulgao da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996,estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de histria e cultura afro-brasileiras e africanas. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes Etnicorraciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-brasileira e Africana. Braslia: Ministrio da Educao, 2005. A alterao legal no Brasil contemporneo descrita no texto resultado do processo de
(ENEM 2016) A sociologia ainda no ultrapassou a era das construes e das snteses filosficas. Em vez de assumir a tarefa de lanar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questes so levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. No com exames sumrios e por meio de intuies rpidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade to complexa. Sobretudo, generalizaes s vezes to amplas e to apressadas no so suscetveis de nenhum tipo de prova. DURKHEIM, E.O suicdio: estudo de sociologia. So Paulo: Martins Fontes, 2000. O texto expressa o esforo de mile Durkheim em construir uma sociologia com base na
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) TEXTO I Cidado T vendo aquele edifcio, moo? /Ajudei a levantar Foi um tempo de aflio /Eram quatro conduo Duas pra ir, duas pra voltar /Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto /Mas me vem um cidado E me diz desconfiado /Tu t a admirado Ou t querendo roubar? /Meu domingo t perdido Vou pra casa entristecido /D vontade de beber E pra aumentar meu tdio /Eu nem posso olhar pro prdio Que eu ajudei a fazer. BARBOSA, L. In: Z RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento). TEXTO II O trabalhador fica mais pobre medida que produz mais riqueza e sua produo cresce em fora e extenso. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe ope como um ser estranho, como uma fora independente do produtor. MARX, K. Manuscritos econmicos-filosficos (Primeiro manuscrito). So Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado). Com base nos textos, a relao entre trabalho e modo de produo capitalista
(ENEM2016) A linhagem dos primeiros crticos ambientais brasileiros no praticou o elogio laudatrio da beleza e da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econmico, sendo sua destruio interpretada como um signo de atraso, ignorncia e falta de cuidado. PADUA, J. A. Um sopro de destruio: pensamento poltico e crtica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de Janeiro: Zahar, 2002 (adaptado). Descrevendo a posio dos crticos ambientais brasileiros dos sculos XVIII e XIX, o autor demonstra que, via de regra, eles viam o meio natural como