(ENEM - 2016 - 2ª aplicação) A imagem da relação patrão-empregado geralmente veiculada pelas classes dominantes brasileiras na República Velha era de que esta relação se assemelhava em muitos aspectos à relação entre pais e filhos. O patrão era uma espécie de “juiz doméstico” que procurava guiar e aconselhar o trabalhador, que, em troca, devia realizar suas tarefas com dedicação e respeitar o seu patrão.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Unicamp, 2001.
No contexto da transição do trabalho escravo para o trabalho livre, a construção da imagem descrita no texto tinha por objetivo
esvaziar o conflito de uma relação baseada na desigualdade entre os indivíduos que dela participavam.
driblar a lentidão da nascente Justiça do Trabalho, que não conseguia conter os conflitos cotidianos.
separar os âmbitos público e privado na organização do trabalho para aumentar a eficiência dos funcionários.
burlar a aplicação das leis trabalhistas conquistadas pelos operários nos primeiros governos civis do período republicano.
compensar os prejuízos econômicos sofridos pelas elites em função da ausência de indenização pela libertação dos escravos.