(EsPCEx - 2006)
“Sobre esses cordeiros dóceis [...] os espanhóis se arremessaram no mesmo instante em que os conheceram; e como lobos, como leões e tigres [...] não fazem ali senão despedaçar, matar [...] destruir esse povo por estranhas cueldades [...] de tal sorte que, de três milhões de almas que havia na Ilha Espanhola e que nós vimos, não há hoje de seus naturais habitantes nem duzentas pessoas [...]. A causa, pela qual os espanhóis destruíram tal infinidade de almas, foi unicamente não terem como finalidade última senão o ouro, para enriquecer em pouco tempo”.
(LAS CASAS, Frei Bartolomeu de. O Paraíso Destruído. Porto Alegre: L&PM, 1984. p.27)
Diante da apresentação desses dados, podemos afirmar que algumas centenas de espanhóis conseguiram subjugar e aniquilar milhões de índios em função do (a):
emprego de animais selvagens contra aqueles povos dóceis e religiosos, que identificavam nos animais “deuses” que não podiam ser combatidos.
enorme poder das armas de fogo; fator surpresa pelo emprego de cavalos, desconhecidos dos nativos; e mitos religiosos que previam a volta de “deuses”, identificados com os espanhóis.
misticismo religioso que existia entre os povos pré-colombianos e os proibia de reagir militarmente contra qualquer ação bélica de além-mar.
poderio naval dos conquistadores que bombardeavam com seus navios as fortificações dos povos americanos.
aliança entre os conquistadores espanhóis e os povos de nações indígenas localizadas na selva amazônicas, tradicionais inimigos dos habitantes do restante da América Espanhola