(ESPCEX - 2018)
Os parnasianos acreditavam que, apoiando-se nos modelos clássicos, estariam combatendo os exageros de emoção e fantasia do Romantismo e, ao mesmo tempo, garantindo o equilíbrio que almejavam. Propunham uma poesia objetiva, de elevado nível vocabular, racionalista, bem-acabada do ponto de vista formal e voltada para temas universais. Esse racionalismo, que enfrentava os "exageros de emoção" e fixava-se no formalismo, fica bem claro na seguinte estrofe parnasiana de Olavo Bilac:
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!/Pois só quem ama pode ter ouvido/Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Não me basta saber que sou amado,/Nem só desejo o teu amor: desejo/Ter nos braços teu corpo delicado,/Ter na boca a doçura do teu beijo.
Pois sabei que é por isso que assim ando:/Que é dos loucos somente e dos amantes/Na maior alegria andar chorando.
Mas que na forma se disfarce o emprego/Do esforço; e a trama viva se construa/De tal modo, que a imagem fique nua,/Rica, mas sóbria, como um tempo grego.
Esta melancolia sem remédio,/Saudade sem razão, louca esperança/Ardendo em choros e findando em tédio.