(FGV - 2013) "A Reforma, a despeito de sua hostilidade à magia, estimulara o espírito de profecia. A abolição dos intermediários entre o homem e a divindade, bem como a ênfase na consciência individual, deixavam Deus falar diretamente a seus eleitos. Era obrigação destes tornar conhecida a Sua mensagem. E Deus não fazia acepção de pessoas: preferia falar a John Knox do que à sua rainha, Maria Stuart da Escócia. O próprio Knox agradeceu a Deus ter-lhe dado o dom de profetizar, que assim estabelecia que ele era um homem de boa-fé.
Na Inglaterra, as décadas revolucionárias deram ampla difusão ao que praticamente constituía uma profissão nova – a do profeta, quer na qualidade de intérprete dos astros, ou dos mitos populares tradicionais, ou, ainda, da Bíblia."
(HILL, Christopher, O mundo de ponta-cabeça. Ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640. Trad. Renato Janine Ribeiro. São Paulo, Companhia das Letras, 1987, p. 103.)
O texto se refere ao ambiente político e religioso da Inglaterra no século XVII. A esse respeito é CORRETO afirmar:
A insatisfação popular na Inglaterra era decorrente da perspectiva protestante de manter os sacerdotes como intermediários entre Deus e os homens.
Os revolucionários basearam-se em princípios estritamente racionais e científicos, em uma nítida ruptura com as crenças e o profetismo da época.
Apesar de todas as disputas religiosas dos séculos XVI e XVII, os monarcas ingleses mantiveram-se neutros, o que permitiu a preservação da monarquia.
Para os revolucionários ingleses, Deus considerava apenas os parlamentares como pessoas aptas a transmitir a doutrina e indicar os caminhos da salvação.
A movimentação revolucionária esteve vinculada aos conflitos religiosos decorrentes da chamada Reforma Protestante iniciada no século XVI.