(FGV - 2017) Controle público absolutamente indispensável. (...) Corrupção inevitável (...) A prática do socialismo exige uma completa subversão no espírito das massas (...). Instintos sociais em lugar dos instintos egoístas (...). Mas ele [Lenin] se engana completamente no emprego dos meios. Decreto, poder ditatorial dos inspetores de fábrica, sanções draconianas, terror (...). A única via que leva a um renascimento é a própria escola da vida pública, uma democracia mais ampla (...). É justamente o terror que desmoraliza.
Rosa Luxemburgo. A Revolução Russa (1918), apud Marc Ferro. A Revolução Russa de 1917, 1974. Adaptado.
A partir do fragmento, é correto afirmar que
o processo de criação do Estado socialista na Rússia, a partir de 1917, faz-se com métodos violentos, defendidos pela autora: esvaziamento do poder dos sovietes, fortalecimento da polícia secreta, burocracia e implantação de uma ditadura para realizar as mudanças econômicas tão importantes naquele momento de crise.
o texto da militante comunista é uma crítica à forma como a Revolução de 1917, liderada por Lênin, organizou o Estado de forma centralizadora, burocrática, sem tolerar a oposição, impunha a requisição de grãos, a estatização com o comunismo de guerra, afastando-se da democracia.
a militante anarquista russa critica a forma como a liderança menchevique usa meios violentos para implantar o socialismo, baseado na reforma agrária, no controle dos bancos, dos transportes e das riquezas do subsolo, na tentativa de diminuir as distâncias sociais e aumentar o poder dos sovietes.
a autora considera que a Revolução Russa de 1917 havia avançado no seu projeto de construção do Estado socialista e no êxito de suas realizações econômicas: controle da máquina administrativa para evitar a corrupção, a organização do Estado de forma democrática e o estabelecimento da propriedade coletiva.
a militante comunista alemã, a partir de uma crítica contundente, aponta erros na rota planejada por Lênin para o Estado socialista russo e sugere caminhos como: o controle público da economia, o terror com a polícia secreta, sanções contra a corrupção administrativa e, por fim, a ditadura para garantir os princípios socialistas.