(FUVEST - 2011 - 2 fase) Examine esta propaganda de uma empresa de certificao digital (mecanismo de segurana que garante autenticidade, confidenciabilidade e integridade s informaes eletrnicas). a) Aponte a relao de sentido que existe entre a mensagem verbal e a imagem. b) Forme uma frase correta e coerente com base em um verbo derivado da palavra burocracia. c) Estar com os dias contados uma das dezenas de locues formadas a partir do substantivo dia. Crie uma frase em que aparea uma dessas locues (sem repetir, claro, a locuo utilizada na propaganda acima).
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Leia o seguinte texto e responda ao que se pede. Em boca fechada bem-te-vi no faz ninho Campos de Melo passou todos os anos de sua vereana sem dar uma palavra. Era o boca de siri da cmara municipal de Cuit. At que, uma tarde, ergueu o busto, como quem ia falar. O presidente da Mesa, mais do que depressa, disse: Tem a palavra o nobre vereador. Ento, em meio do grande silncio, o grande mudo falou. Peo licena para fechar a janela, pois estou constipado. Jos Cndido de Carvalho, Se eu morrer, telefone para o cu. a) Tendo em vista o contexto, correto afirmar que, tanto do ponto de vista da estrutura quanto da mensagem, o ttulo do texto constitui um provrbio? b) Que frase do texto contribui de maneira mais decisiva para dar um carter anedtico a essa breve narrativa? Justifique sua escolha.
(FUVEST - 2011 - 2 fase) correto afirmar que os textos a e b, a seguir, podem ser entendidos de maneira diferente da que pretendiam seus redatores? Justifique sua resposta separadamente para cada um dos textos. Texto a: Alguns sonhos no mudam. Quer dizer, s de tamanho. (Propaganda de uma instituio bancria) Texto b: A chuva tirou tudo o que eles tinham. Agora vamos dar o mnimo que eles precisam. (Campanha feita por estabelecimentos comerciais em prol de vtimas de enchente)
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Leia os seguintes versos de Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, e, em seguida, os dois comentrios em que os autores explicam por que essa cano uma de suas prediletas. Caminhando contra o vento Sem leno e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou O sol se reparte em crimes Espaonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot (...) Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui escola Sem leno e sem documento Eu vou Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma cano me consola Eu vou Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No corao do Brasil (...) http://www.caetanoveloso.com.br I. A linguagem era nova, cheia de referncias visuais, e tudo estava ali, combinando temas quenem sempre pareciam combinar: espreocupao, engajamento poltico, tecnologia, lirismo... . - Laura de Mello e Souza. Adaptado. a) Transcreva um verso* que ilustre, de modo mais expressivo, o que est sublinhado nessecomentrio. Justifique sua escolha. *(verso = uma linha.) II. A cano era importante pela fora mgica de afirmar a potncia criativa da vida em meio fragmentao do mundo. - Jurandir Freire Costa. Adaptado. b) Transcreva um verso que exemplifique, de modo mais evidente, o que est sublinhado nessecomentrio. Justifique sua escolha.
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. Tem-se discutido muito sobre as funes essenciais da linguagem humana e a hierarquia natural que h entre elas. fcil observar, por exemplo, que pela posse e pelo uso da linguagem, falando oralmente ao prximo ou mentalmente a ns mesmos, que conseguimos organizar o nosso pensamento e torn-lo articulado, concatenado e ntido; assim que, nas crianas, a partir do momento em que, rigorosamente, adquirem o manejo da lngua dos adultos e deixam para trs o balbucio e a expresso fragmentada e difusa, surge um novo e repentino vigor de raciocnio, que no s decorre do desenvolvimento do crebro, mas tambm da circunstncia de que o indivduo dispe agora da lngua materna, a servio de todo o seu trabalho de atividade mental. Se se inicia e desenvolve o estudo metdico dos caracteres e aplicaes desse novo e preciso instrumento, vai, concomitantemente, aperfeioando-se a capacidade de pensar, da mesma sorte que se aperfeioa o operrio com o domnio e o conhecimento seguro das ferramentas da sua profisso. E este, e no outro, antes de tudo, o essencial proveito de tal ensino. J. Mattoso Cmara Jr., Manual de expresso oral e escrita. Adaptado. a) Transcreva o trecho em que o autor trata da relao da linguagem com o pensamento. b) Transcreva o trecho em que o autor trata da relao da linguagem com a fisiologia. c) Segundo o autor, qual o essencial proveito do ensino da lngua?
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Leia o seguinte texto. Flagrado na Ilha de Caras, Fernando Pessoa disse que est bem mais leve depois que passou a ser um s. LISBOA Em pronunciamento que pegou de surpresa o mercado editorial, o poeta e investidor Fernando Pessoa anunciou ontem a fuso dos seus heternimos. Com o enxugamento, as marcas lvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro passam a fazer parte da holding* Fernando Pessoa S.A. uma reengenharia, explicou o assessor e empresrio Mrio S Carneiro. Pessoa confessou que a deciso foi tomada de corao pesado: Drummond sempre foi um s. A operao dele enxutinha. Como competir?, indagou. O poeta chegou a pensar em terceirizar os heternimos atravs de um call-center** em Goa, mas questes de gramtica e semntica acabaram inviabilizando as negociaes. Eles no usam mesclise, explicou Pessoa. http://www.revistapiaui.com.br. Adaptado. *Holding [holding company]: empresa criada para controlar outras empresas. **Call-center: central de atendimento telefnico. a) Esse texto tem apenas finalidade humorstica ou comporta tambm finalidade crtica? Justifique sua resposta. b) Por que o call-center mencionado no texto seria localizado especificamente em Goa?
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Considere o seguinte excerto de O cortio, de Alusio Azevedo, e responda ao que se pede. (...) desde que Jernimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestia reclamou os seus direitos de apurao, e Rita preferiu no europeu o macho de raa superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo s imposies mesolgicas, enfarava a esposa, sua congnere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, a volpia, era o fruto dourado e acre destes sertes americanos, onde a alma de Jernimo aprendeu lascvias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes. Tendo em vista as orientaes doutrinrias que predominam na composio de O cortio, identifique e explique aquela que se manifesta no trecho a e a que se manifesta no trecho b, a seguir: a) o sangue da mestia reclamou os seus direitos de apurao. b) cedendo s imposies mesolgicas.
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Leia o excerto de A cidade e as serras, de Ea de Queirs, e responda ao que se pede. Era um domingo silencioso, enevoado e macio, convidando s voluptuosidades da melancolia. E eu (no interesse da minha alma) sugeri a Jacinto que subssemos baslica do Sacr-Coeur, em construo nos altos de Montmartre. (...) Mas a baslica em cima no nos interessou, abafada em tapumes e andaimes, toda branca e seca, de pedra muito nova, ainda sem alma. E Jacinto, por um impulso bem jacntico, caminhou gulosamente para a borda do terrao, a contemplar Paris. Sob o cu cinzento, na plancie cinzenta, a cidade jazia, toda cinzenta, como uma vasta e grossa camada de calia* e telha. E, na sua imobilidade e na sua mudez, algum rolo de fumo**, mais tnue e ralo que o fumear de um escombro mal apagado, era todo o vestgio visvel de sua vida magnfica. *Calia: p ou fragmentos de argamassa ressequida, que sobram de uma construo ou resultam da demolio de uma obra de alvenaria. **Fumo: fumaa. a) Em muitas narrativas, lugares elevados tornam-se locais em que se do percepes extraordinrias ou revelaes. No contexto da obra, isso que ir acontecer nos altos de Montmartre, referidos no trecho? Justifique sua resposta. b) Tendo em vista o contexto histrico da obra, por que Paris a cidade escolhida para representar a vida urbana? Explique sucintamente. c) Sintetizando-se os termos com que, no excerto, Paris descrita, que imagem da cidade finalmente se obtm? Explique sucintamente.
(FUVEST -2011 - 2 fase) Entre as variedades de preconceito enumeradas a seguir, aponte aquelas que o grupo dos capites da areia (do romance homnimo) rejeita e aquelas que acata e refora: preconceito de raa e cor; de religio; de gnero (homem e mulher); de orientao sexual. Justifique suas respostas.
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Examine o seguinte texto para responder ao que se pede. POTICA De manh escureo De dia tardo De tarde anoiteo De noite ardo A oeste a morte Contra quem vivo Do sul cativo O este meu norte. Outros que contem Passo por passo: Eu morro ontem Naso amanh Ando onde h espao Meu tempo quando. Vinicius de Moraes, Antologia potica. a) Do ponto de vista da organizao formal dada ao conjunto do poema, o poeta mostra-se vinculado tradio literria. Essa afirmao tem fundamento? Justifique sua resposta. b) Do ponto de vista da mensagem configurada no poema, o poeta expressa sua oposio at mesmo a coordenadas fundamentais da experincia. Voc concorda com essa afirmao? Justifique sua resposta.
(FUVEST - 2011 - 2 fase) Define-se geometricamente a razo urea do seguinte modo: O ponto C da figura abaixo divide o segmento AB na razo urea quando os valores AC/AB e CB/AC so iguais. Esse valor comum chamado razo urea. A razo urea, tambm denominada proporo urea, nmero de ouro ou divina proporo, conquistou a imaginao popular e tema de vrios livros e artigos. Em geral, suas propriedades matemticas esto corretamente enunciadas, mas muitas afirmaes feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na literatura e na esttica so falsas ou equivocadas. Infelizmente, essas afirmaes sobre a razo urea foram amplamente divulgadas e adquiriram status de senso comum. Mesmo livros de geometria utilizados no ensino mdio trazem conceitos incorretos sobre ela. Trecho traduzido e adaptado do artigo de G. Markowsky, Misconceptions about the golden ratio, The College Mathematics Journal, 23, 1, january, 1992, pp. 2-19. a) Reescreva o trecho (...) mas muitas afirmaes feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na literatura e na esttica so falsas ou equivocadas, substituindo a conjuno que o inicia por embora, com as devidas alteraes. b) O verbo da orao Infelizmente, essas afirmaes sobre a razo urea foram amplamente divulgadas est na voz passiva analtica. Reescreva-a com o verbo na voz passiva sinttica, fazendo as devidas alteraes. c) Na figura presente no espao destinado resposta desta questo, o polgono ADEFG um pentgono regular. Utilize semelhana de tringulos para demonstrar que o ponto C da figura divide o segmento AB na razo urea.
(FUVEST - 2011 - 1 fase) No entra a policia! No deixa entrar! Aguenta! Aguenta! No entra! No entra! repercutiu a multido em coro. E todo o cortio ferveu que nem uma panela ao fogo. Aguenta! Aguenta! Aluisio Azevedo, O cortio. 1890, parte X. O fragmento acima mostra a resistncia dos moradores de um cortio entrada de policiais no local. O romance de Aluisio Azevedo
(FUVEST - 2011 - 1 fase) Todo o barbeiro tagarela, e principalmente quando tem pouco que fazer; comeou portanto a puxar conversa com o fregus. Foi a sua salvao e fortuna. O navio a que o marujo pertencia viajava para a Costa e ocupava-se no comrcio de negros; era um dos combis que traziam fornecimento para o Valongo, e estava pronto a largar. mestre! disse o marujo no meio da conversa, voc tambm no sangrador? Sim, eu tambm sangro... Pois olhe, voc estava bem bom, se quisesse ir conosco... para curar 1a gente a bordo; morre-se ali que uma praga. 2Homem, eu da cirurgia no entendo 3muito... Pois j no disse que sabe tambm sangrar? Sim... Ento j sabe at demais. No dia seguinte 4saiu o nosso homem pela barra fora: a 6fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sab-lo aproveitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal a mdico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer render a nova posio. Isso ficou por sua conta. Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de viagem adoeceram dois marinheiros; chamou-se o mdico; ele fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e em pouco tempo estavam bons, perfeitos. Com isto ganhou imensa reputao, e comeou a ser estimado. Chegaram com feliz viagem ao seu destino; tomaram o seu carregamento de gente, e voltaram para o Rio. Graas 5lanceta do nosso homem, nem um s negro morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe a slida reputao de entendedor do riscado. Manuel Antnio de Almeida, Memrias de um sargento de milcias. Das seguintes afirmaes acerca de diferentes elementos lingusticos do texto, a nica correta :
(FUVEST - 2011 - 1 fase) Todo o barbeiro tagarela, e principalmente quando tem pouco que fazer; comeou portanto a puxar conversa com o fregus. Foi a sua salvao e fortuna. O navio a que o marujo pertencia viajava para a Costa e ocupava-se no comrcio de negros; era um dos combis que traziam fornecimento para o Valongo, e estava pronto a largar. mestre! disse o marujo no meio da conversa, voc tambm no sangrador? Sim, eu tambm sangro... Pois olhe, voc estava bem bom, se quisesse ir conosco... para curar 1a gente a bordo; morre-se ali que uma praga. 2Homem, eu da cirurgia no entendo 3muito... Pois j no disse que sabe tambm sangrar? Sim... Ento j sabe at demais. No dia seguinte 4saiu o nosso homem pela barra fora: a 6fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sab-lo aproveitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal a mdico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer render a nova posio. Isso ficou por sua conta. Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de viagem adoeceram dois marinheiros; chamou-se o mdico; ele fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e em pouco tempo estavam bons, perfeitos. Com isto ganhou imensa reputao, e comeou a ser estimado. Chegaram com feliz viagem ao seu destino; tomaram o seu carregamento de gente, e voltaram para o Rio. Graas 5lanceta do nosso homem, nem um s negro morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe a slida reputao de entendedor do riscado. Manuel Antnio de Almeida, Memrias de um sargento de milcias. Para expressar um fato que seria consequncia certa de outro, pode-se usar o pretrito imperfeito do indicativo em lugar do futuro do pretrito, como ocorre na seguinte frase:
(FUVEST - 2011 - 1 fase) Todo o barbeiro tagarela, e principalmente quando tem pouco que fazer; comeou portanto a puxar conversa com o fregus. Foi a sua salvao e fortuna. O navio a que o marujo pertencia viajava para a Costa e ocupava-se no comrcio de negros; era um dos combis que traziam fornecimento para o Valongo, e estava pronto a largar. mestre! disse o marujo no meio da conversa, voc tambm no sangrador? Sim, eu tambm sangro... Pois olhe, voc estava bem bom, se quisesse ir conosco... para curar 1a gente a bordo; morre-se ali que uma praga. 2Homem, eu da cirurgia no entendo 3muito... Pois j no disse que sabe tambm sangrar? Sim... Ento j sabe at demais. No dia seguinte 4saiu o nosso homem pela barra fora: a 6fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sab-lo aproveitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal a mdico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer render a nova posio. Isso ficou por sua conta. Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de viagem adoeceram dois marinheiros; chamou-se o mdico; ele fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e em pouco tempo estavam bons, perfeitos. Com isto ganhou imensa reputao, e comeou a ser estimado. Chegaram com feliz viagem ao seu destino; tomaram o seu carregamento de gente, e voltaram para o Rio. Graas 5lanceta do nosso homem, nem um s negro morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe a slida reputao de entendedor do riscado. Manuel Antnio de Almeida, Memrias de um sargento de milcias. Neste trecho, em que narra uma cena relacionada ao trfico de escravos, o narrador no emite julgamento direto sobre essa prtica. Ao adotar tal procedimento, o narrador