(FUVEST - 2017)
Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com afinco e faça com que sua criatividade orientada pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para ficar mais próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a fidelidade mecânica, frase por frase, tratando o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de fidelidade para a língua com a qual está trabalhando.
Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia.
De acordo com o texto, a boa tradução precisa
evitar a transposição fiel dos conteúdos do texto original.
desconsiderar as características da linguagem primeira para poder atingir a língua de chegada.
desviar-se da norma padrão tanto da língua original quanto da língua de chegada.
privilegiar a inventividade, ainda que em detrimento das peculiaridades do texto original.
buscar, na língua de chegada, soluções que correspondam ao texto original.