(FUVEST - 2024)
“A Enciclopédia conseguiu destronar a antiga rainha das ciências e elevar a filosofia para o seu lugar. Longe de ser um compêndio neutro de informações, a obra modelava o conhecimento de tal maneira que o tirava do clero e o colocava nas mãos de intelectuais comprometidos com o Iluminismo. (...) Mas o combate mais importante ocorreu na década de 1750, quando os enciclopedistas reconheceram que conhecimento era poder e, mapeando o universo do saber, partiram para a conquista.”
DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1986. p.270. Adaptado.
Segundo o excerto, a Enciclopédia preparada pelos pensadores Diderot e D’Alembert propunha um novo papel para os filósofos e uma reordenação do conhecimento científico. Tal proposta se caracterizou pela
conexão com um modelo de saber que justificava a hierarquia social do Antigo Regime.
revelação de que o conhecimento filosófico oferecia as bases políticas para o absolutismo.
valorização do mecenato como forma de proteção aos novos pensadores.
aclamação dos pensadores como defensores da neutralidade científica.
legitimação dos filósofos enquanto portadores de virtudes derivadas do culto do conhecimento empírico.