(ITA - 2009 - 1ª FASE)
Leia o poema abaixo, “O anel de vidro”, de Manuel Bandeira.
Aquele pequenino anel que tu me deste,
Ai de mim – era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
Ai de mim – era vidro e logo se quebrou...
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De tu conservo na alma a saudade celeste...
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste.
Nesse texto,
percebemos uma ironia típica dos modernistas ao desqualificar o amor romântico.
existe uma revisão crítica da poesia de temática amorosa vinda do Romantismo.
a temática amorosa (o fim do amor) é tratada com frieza e distanciamento.
há lirismo sentimental, presente em boa medida pela retomada da quadrinha popular “O anel que tu me deste/Era vidro e se quebrou [...]”.
encontra-se um poema tipicamente romântico por retomar a conhecida quadrinha popular “O anel que tu me deste/Era vidro e se quebrou [...]”.