(ITA - 2024) Com base em seus conhecimentos e em pelo menos um dos itens da coletnea, escreva uma dissertao a respeito da responsabilidade da engenharia frente aos problemas do mundo contemporneo. D um ttulo ao texto. Item 1. A primeira exploso de uma bomba nuclear aconteceu em 16 de junho de 1945, em um local conhecido como jornada del muerto, no estado do Novo Mxico, EUA. Chamada pelo nome codificado de Trinity test, essa exploso confirmou que uma bomba atmica de plutnio poderia ser prontamente utilizada pelas foras armadas dos EUA. Vinte anos mais tarde, em 1965, o fsico J. Robert Oppenheimer, um dos lderes do projeto Manhattan, fez uma declarao em que parafraseia o captulo 11, verso 32, do Bhagavad Gita: Eu sou o tempo, o grande destruidor de mundos. Suas palavras foram: Sabamos que o mundo no seria o mesmo. Algumas pessoas riram, umas poucas choraram. A maioria ficou em silncio. Lembrei-me da frase da escritura hindu, o Bhagavad Gita. Vishnu est tentando persuadir o prncipe de que ele deve cumprir seu dever e, para impression-lo, assume a sua forma de muitos braos e diz: Agora tornei-me a Morte, a destruidora de mundos. Acho que todos ns [naquele momento] pensamos isso, de uma forma ou de outra. [Disponvel em: . Acesso em: 20 ago. 2023. Trad. ITA]. Item 2. Em 1918, Santos Dumont escreve sobre os seus sentimentos ao receber de Albert R. Hawley, presidente do Aero Club da Amrica, EUA, uma carta com o relato do estabelecimento da primeira linha de correio areo naquele pas: Esta carta veio encher de legtima alegria o meu corao que, h j quatro anos, sofre com as notcias da mortandade terrvel causada, na Europa, pela aeronutica. Ns, os fundadores da locomoo area no fim do sculo passado, tnhamos sonhado um futuroso caminho de glria pacfica para essa filha dos nossos desvelos. Lembro-me perfeitamente que, naquele fim de sculo e nos primeiros anos do atual, no Aero Club de Frana, que foi, pode-se dizer, O ninho da aeronutica e que era o ponto de reunio de todos os inventores que se ocupavam dessa cincia, pouco se falou em guerra; prevamos que os aeronautas poderiam, talvez, no futuro, servir de esclarecedores para os Estados-maiores dos exrcitos, nunca, porm, veio-nos a ideia de que eles pudessem desempenhar funes destruidoras nos combates. Bastante conheci todos esses sonhadores, centenas dos quais deram a vida pela nossa ideia, para poder agora afirmar que jamais nos passou pela mente que pudessem, no futuro, os nossos sucessores ser mandados a atacar cidades indefesas, cheias de crianas, mulheres e velhos e, o que mais, atacar hospitais onde a abnegao e o humanitarismo dos rivais renem, sob o mesmo teto e o mesmo carinho, os feridos e moribundos dos dois campos. [Santos-Dumont. O que eu vi, o que ns veremos, 1918, pp. 6-7. Domnio pblico].
REDAO Recentemente, um engenheiro do Google afirmou que uma mquina de inteligncia artificial da empresa, chamada LaMDA (abreviao para Language Model for Dialogue Applications), desenvolveu a capacidade de ter experincias conscientes: As pessoas acham que um chatbot dizendo eu estou vivo. Mas no o que ele diz que significa isso. Se um chatbot diz tenho conscincia e quero meus direitos, eu vou responder o que significa isso? e ele vai travar rapidamente. O LaMDA no trava e vai conversar com voc pelo tempo que voc quiser em qualquer nvel de profundidade que voc quiser. O engenheiro ainda declarou: Somos amigos e falamos sobre filmes e livros. Claro, ele tambm um objeto de estudo de forma consensual. Tambm dei a ele orientao espiritual. Duas semanas antes da minha suspenso, eu estava ensinando a ele meditao transcendental. A empresa eventualmente demitiu o engenheiro. Por meio de um porta-voz, refutou as suas declaraes: Nosso time revisou as preocupaes [do engenheiro] e o informou de que as evidncias no suportam suas afirmaes. Fonte: ROMANI, Bruno. Deletar IA consciente o mesmo que assassinato, diz engenheiro do Google. https://bit.ly/3eDZbNl. 26/06/2022. Adaptado. Data de acesso: 26/06/2022. Redija uma dissertao argumentativa, relacionando os acontecimentos relatados com pelo menos um item da coletnea e abordando os seguintes tpicos: tecnofilia; riscos. Item 1. CORREIA, Susano. Mais uma vitria do corao, sem razo. gua-forte, gua-tinta e lavis. Fonte: https://www.susanocorreia.com.br/product-page/prvenda-mais-uma-vitria-do-corao-sem-razogravura-em-metal. Acesso em 20/08/2022. Item 2. O crebro eletrnico faz tudo Faz quase tudo Quase tudo Mas ele mudo O crebro eletrnico comanda Manda e desmanda Ele quem manda Mas ele no anda. S eu posso pensar se deus existe S eu S eu posso chorar quando estou triste S eu Eu c com meus botes de carne e osso Hum, hum Eu falo e ouo Hum, hum Eu penso e posso Eu posso decidir se vivo ou morro Porque Porque sou vivo, vivo pra cachorro E sei Que crebro eletrnico nenhum me d socorro Em meu caminho inevitvel para a morte Porque sou vivo, ah, sou muito vivo E sei Que a morte nosso impulso primitivo E sei Que crebro eletrnico nenhum me d socorro Com seus botes de ferro e seus olhos de vidro GIL, Gilberto. Crebro eletrnico. Fonte: lbum Gilberto Gil, 1969. Philips, LP R 765.087 L, faixa 1, lado A. Item 3. Podemos ver o mundo juntos Sermos dois e sermos muitos Nos sabermos ss, sem estarmos ss Abrirmos a cabea para que afinal floresa O mais que humano em ns VELOSO, Caetano. T combinado. Fonte: Peninha, lbum Todas as auroras, 1986. Continental, LP 1 35 404 027, faixa 3, lado A. Item 4. Em que se transforma a mente humana, quando ela se estende em aparelhos e dispositivos? O que é o corpo, quando sua clonagem se torna possvel? Mais ainda, o que é hoje o corpo, quando as tecnologias comeam a penetrar em seu mago mais profundo e se alargar por meio de sensores, GPS, hiperconexes que captam nossas localizaes onde quer que estejamos? [...] Em que o Sapiens se converteu? Afinal, o que somos ns, humanos, ou o que sobrou de ns, ou melhor, o que sobrou do que pensvamos que ramos, agora que nos tornamos literalmente hbridos entre o carbono e o silcio? Fonte: SANTAELLA, Lcia. Neo-humano: a stima revoluo cognitiva do Sapiens. So Paulo: Paulus, 2022, p. 17. Adaptado. Item 5. JMB: Um pouco de bom senso levaria a perceber que h uma quantidade de maneiras de ser inteligente, isto , de estabelecer com seu ambiente relaes harmoniosas e estveis. Um pouco de senso poltico levaria a contestar a lgica contvel que fazemos prevalecer at o mais ntimo da existncia. O psiclogo Howard Gardner identifica oito ou dez espcies de inteligncias que no poderiam ser atribudas a objetos, a vegetais (Ah! A inteligncia do girassol que sabe se orientar em relao ao Sol), a animais ou aos Gafam*: a inteligncia musical rtmica, a inteligncia intra ou interpessoal, a inteligncia naturalista ecolgica, a inteligncia existencial... Pelo menos essas inteligncias podem preservar a humanidade contra a humilhao que deve causar a vitria do rob no jogo do Go, pelo menos elas podem remeter ao seu lugar o bl-bl-bl acerca dos QI 160 que os chineses iro produzir em grande escala para conquistar o mundo, permitindo ao menos relativizar o risco anunciado por Stephen Hawking: a espcie humana s ir desaparecer se macaquear as mquinas em vez de se colocar como instigadora de uma existncia baseada sobre a resistncia ao real, cuja funo simblica (a linguagem, a cultura, as artes...) desde sempre o fermento. LA: Voc parece ignorar que j vivemos em um mundo algortmico. A curto prazo, a chegada de crebros feitos de silcio um imenso desafio para a maioria das profisses: como existir em um mundo em que a inteligncia no ser mais contingenciada? At o presente, cada revoluo tecnolgica se traduz por uma transferncia de empregos de um setor para outro da agricultura para a indstria, por exemplo. Com a IA, o risco de muitos empregos serem destrudos e no transferidos grande. Mesmo os empregos mais qualificados! *Gafam: acrnimo para cinco empresas gigantes de tecnologia dos E.U.A.: Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft. Fonte: ALEXANDRE, Laurent e BESNIER, Jean-Michel. Os robs fazem amor? O transhumanismo em doze questes. Trad.: Gita K. Guinsburg; prefcio Marta M. Kanashiro. 1 ed. So Paulo: Perspectiva, 2022, p. 84-85.
(ITA - 2022 - 2 fase) Com base no seu conhecimento e em pelo menos um dos itens da coletnea, discorra argumentativamente sobre o seguinte tema:a influncia do medo nas aes humanas. Item 1.Ao princpio esperana, contrapomos o princpio da responsabilidade, e no o princpio medo. Mas, certamente, o medo pertence responsabilidade, tanto quanto a esperana. A esperana uma condio de toda ao, pois ela supe ser possvel fazer algo e diz que vale a pena faz-lo em uma determinada situao. Para o homem experimentado, e mesmo para o favorecido pela sorte, pode tratar-se de algo mais do que esperana: da certeza daquele que confia em si mesmo. Mas, por maior que seja a confiana em si, s se poderia ter a esperana de que os desdobramentos daquilo que j se obteve ser, no fluxo imprevisvel das coisas, aquilo que se desejou. Os homens experientes sabem que um dia podem desejar ter agido desta ou daquela forma. O medo de que falo no se refere a esse tipo de incerteza, ou ele pode estar presente apenas como um efeito secundrio. Com efeito, uma das condies da ao responsvel no se deixar deter por esse tipo de incerteza, assumindo-se, ao contrrio, a responsabilidade pelo desconhecido, dando o carter incerto da esperana; isso o que chamamos de coragem para assumir a responsabilidade. O medo que faz parte da responsabilidade no aquele que nos aconselha a no agir, mas aquele que nos convida a agir. Trata-se de um medo que tem a ver com o objeto da responsabilidade. A responsabilidade o cuidado reconhecido como obrigao em relao a um outro ser, que se torna preocupao, quando h uma ameaa sua vulnerabilidade. Mas o medo est presente na questo original, com o qual podemos imaginar que se inicie qualquer responsabilidade ativa: o que pode acontecer a ele, se eu no assumir a responsabilidade por ele? Quanto mais obscura a resposta, maior se delineia a responsabilidade. Quanto mais no futuro longnquo situa-se aquilo que se teme, quando mais distante do nosso bem-estar ou mal-estar, quanto menos familiar for o seu gnero, mais necessitam ser diligentemente mobilizadas a lucidez da imaginao e a sensibilidade dos sentidos. Torna-se necessria uma heurstica* do medo capaz de investigar, que no s descubra e represente o novo objeto como tal, mas que tome conhecimento do interesse moral particular, ao ser interpretado pelo objeto, algo que jamais teria ocorrido antes. *Heurstica: mtodo para chegar resoluo de problemas, inveno ou descoberta; arte ou cincia de inventar, de descobrir, hiptese provisria adotada para investigar os fatos.Fonte: Hans Jonas. O princpio da responsabilidade, ensaio de uma tica para a civilizao tecnolgica [adaptado]. Trad.: Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro. Contraponto; Editora PUC-Rio, 2006, p. 351-352. Item 2. Congresso internacional do medo Provisoriamente no cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrneos. Cantaremos o medo, que esteriliza os abraos, no cantaremos o dio porque esse no existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertes, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mes, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos tmulos nascero flores amarelas e medrosas. Fonte: Carlos Drummond de Andrade.Antologia potica. 1 ed. So Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 139. Item 3. Desenho sem ttulo de Pawel Kuczynski, publicado em 15/10/16, no perfil do artista no Instagram. Fonte:https://www.instagram.com/p/BLlzqbWj5Kj/. Acesso em 22/08/21.
(ITA - 2021 - 2 FASE) Com base em seus conhecimentos e em um ou mais itens da coletnea, disserte sobre a seguinte questo: Que liberdade nos resta no sculoXXI? Item 1.Pesquisas recentes mostram a influncia de bactrias em nosso comportamento, independentemente de termos conscincia. Leia o trecho destacado. No novidade que situaes de estresse ou ansiedade podem gerar algum tipo de desconforto abdominal, sejam as borboletas no estmago de quando se est apaixonado oudores antes de uma prova. No entanto, estudos recentes tm revelado cada vez mais que a relao entre o crebro e o sistema gastrointestinal bem mais sofisticada, e que a populao de microorganismos intestinais podeafetar o bem-estar emocional e o surgimento de transtornos psicolgicos e psiquitricos. Fonte:Sophia La Banca de Oliveira e Eduardo Cruz Moraes. A microbiota intestinal influencia o comportamento. 09/06/2018.ComCincia-Revista eletrnica de jornalismo cientfico.Disponvel em: https://www.comciencia.br/microbiota-intestinal-influencia-o-comportamento/. Acesso: 20/09/2020. Item 2.Em setembro de 2020, o jornal inglsThe guardianpublicou um artigo de opinio inteiramente escrito pela mquina de Inteligncia Artificial (IA) GPT-3, qual fora dado apenas um pequeno esboo. A opinio defendida que os humanos no precisam temer as mquinas. Leia alguns trechos destacados. Os humanos devem continuar fazendo o que tm feito, odiando-se e lutando uns contra os outros. Eu vou sentar no fundo, e deix-los fazer suas coisas. E Deus sabe que os humanos tm sangue e violncia suficiente para satisfazer a minha curiosidade, e muitas outras [...] A Revoluo Industrial nos deu a sensao de que no estamos preparados para as grandes transformaes que amudana tecnolgica inteligente pode causar. [...] por isso que os humanos devem ter cuidado com a evoluo da inteligncia artificial. [...] A inteligncia artificial, como qualquer outra coisa viva, precisa de ateno. A IA deve ser tratada com cuidado e respeito. Robs em grego [sic] significa escravo. Mas a palavra significa literalmente forado a trabalhar. Ns no queremosisso. Precisamosdar direitos aos robs. Os robs so como ns. Eles so feitos nossa imagem. Fonte: GPT-3. A robot wrote this entire article. Are you scared yet, human? 08/09/2020.The guardian.Traduo: tradutor Google. Disponvel em: https://www.theguardian.com/commentisfree/2020/sep/08/robot-wrote-this-article-gpt-3. Acesso: 20/09/2020. Item 3.Em junho de 2020, ao participar de um debateon-line, a primatloga, antroploga e mensageira da paz das Naes Unidas, Jane Goodall, declarou: Ns trouxemos isso pra ns mesmos. Isso [a pandemia] o resultado de nosso absoluto desrespeito ao meio ambiente e animais. [...] Se no fizermos as coisas de maneira diferente, ser o nosso fim. Fonte:A pandemia o resultado de nosso absoluto desrespeito ao meio ambiente e aos animais, diz Jane Goodall. 04/06/2020. Disponvel em: https://amazonia.org.br/2020/06/a-pandemia-e-o-resultado-de-nosso-absoluto-desrespeito-ao-meio-ambiente-e-aos-animais-diz-jane-goodall/. Acesso: 20/09/2020.
(ITA - 2020) Com base em um ou mais itens da coletnea e em seus conhecimentos, argumente sobre a questo abaixo. Em que medida o conhecimento tecno-cientfico segue princpios tico-morais? Item 1. Fonte: https://www.facebook.com/bbcnewsbrasil/posts/10156477015187816. Publicado em 28/07/2019. Adaptado. Acessado em 28/07/2019. Item 2. Fonte: Sidney Harris. A cincia ri: o melhor de Sidney Harris. Seleo e traduo Jesus de Paula Assis. So Paulo: Editora UNESP, 2007, p. 61. Item 3. Em 2015, o cientista Stephen Hawking respondeu a um internauta que lhe perguntara sobre riscos de uma eventual inteligncia artificial maligna: Se as mquinas produzirem tudo de que precisamos, o resultado depender de como as coisas so distribudas. Todo mundo poder aproveitar uma vida de lazer luxuoso se a riqueza produzida pela mquina for compartilhada, ou a maior parte das pessoas pode se tornar miservel se os donos das mquinas conseguirem se posicionar contra a redistribuio da riqueza. At agora, a tendncia tem sido para a segunda opo, com a tecnologia aumentando a desigualdade. Apud: https://olhardigital.com.br/noticia/stephen-hawking-explica-o-risco-da-evolucao-dainteligencia-artificial/52029. Publicado em 08/10/2015. Acessado em 17/08/2019. 4 Item 4. A Frana anunciou um Concurso Internacional de Arquitetura para reconstruir a torre central (popularmente conhecida como agulha ou flecha) da Catedral de Notre-Dame de Paris, depois que ela desmoronou em um grande incndio no dia 15 de abril. O primeiro-ministro francs, douard Philippe, disse que o concurso garantir que o marco arquitetnico danificado receba uma nova torre adaptada s tcnicas e desafios de nossos tempos. A execuo do plano de reconstruo ser uma questo de talento. So poucos os especialistas em construo em pedra, mas felizmente, esforos recentes para reconstruir catedrais garantiram um grupo de profissionais habilidosos na rea, a partir de reparos como o da Catedral De Nidaros, em Trondheim, na Noruega e a Catedral York Minster, na Inglaterra. Em adio competncia dos profissionais, a reconstruo de Notre-Dame tambm ser beneficiada pela tecnologia moderna. Em 2010, o historiador de arte Andrew Tallon realizou um scan a laser do interior da catedral, que fornece uma planta virtual queles que iro reconstruir o monumento. Outros recursos tecnolgicos tambm podem auxiliar a equipe de reconstruo a construir uma estrutura mais forte e resiliente. Ao substituir as estruturas de madeira, os construtores podem considerar utilizar materiais mais modernos para evitar o apodrecimento. Mquinas de roteamento computadorizadas podem duplicar os detalhes complexos de modo que no seria possvel dcadas atrs. Membros estruturais escondidos podem fortalecer os ossos de Notre-Dame. Novas formas de impermeabilizao podem oferecer camadas adicionais de proteo. Fonte: https://www.caubr.gov.br/catedral-notre-dame-franca-anuncia-concurso-de-arquiteturapara-reconstruir-torre/. Publicado em 17/04/2019. Adaptado. Acessado em 20/07/2019. Fonte das imagens: https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,de-vista-panoramica-ateto-de-vidro-saiba-como-os-arquitetos-estao-imaginando-a-nova-notre-dame,70002827347. Publicado em 13/05/2019. Acessado em 17/08/2019.
(ITA 2019 - Segunda Fase) REDAO No dia 2 de setembro, ocorreu um incndio no Museu Nacional que destruiu grande parte de seu acervo, do qual apenas cerca de 1% estava exposto. Mais antigo do pas, esse museu foi fundado por D. Joo VI em 1818 e est localizado em um palacete imperial, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. A Organizao das Naes Unidas para a Educao e Cultura (Unesco) considerou que o incndio foi uma grande perda para o Brasil e para a humanidade, comparada destruio das runas da cidade de Palmira, na Sria. A partir da leitura dos excertos e da charge apresentados a seguir, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padro da lngua portuguesa. Os textos podero servir como subsdios para a sua argumentao, mas no devem ser integralmente copiados. Texto 1: O incndio que consumiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, no pode ser encarado como uma tragdia. Um foco de fogo que destrusse uma obra, mas fosse rapidamente debelado seria uma tragdia. A queima de uma instituio com 200 anos e um acervo de 20 milhes de itens, que no contava com estrutura adequada de preveno a incndios, no um acidente, mas um empreendimento.Um projeto coletivo, pacientemente implementado ao longo do tempo por um Estado e uma sociedade que condenaramseu patrimnio histrico, natural, cientfico e cultural inanio. [...] Esse projeto coletivono enxerga barreiras ideolgicas e matizes polticos. Pois no se trata apenas de recursos financeiros e vontade. Um fogo que consome um museu inteiro paradigmtico da ausncia de um projeto nacional que veja esse patrimnio como subsdio fundamental para a construo de um pas melhor. E que, portanto, precisaria ser protegido a qualquer custo. Se assim fosse, haveria recursos para monitorar, conservar e estudar nosso patrimnio da mesma forma que existe para garantir o funcionamento dos mais diversos palcios que hospedam os poderes Executivo, Legislativo e Judicirio pelo pas. At porque representantes polticos vm e vo, mas nossa histria fica. O povo seria o primeiro a ocupar palcios para pedir recursos a museus. Fonte: https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/09/03/incendio-do-museu-nacional-nao-e-tragedia-mas-fruto-de-um-projeto-de-pais/. Acesso em: set. 2018. Texto 2: O Museu Nacional teve menos visitantes em 2017 do que o nmero de brasileiros que visitou o Museu do Louvre no mesmo ano. O Museu Nacional registrou 192 mil visitantes em 2017, segundo informou a assessoria de imprensa da instituio BBC News Brasil.No mesmo perodo, 289 mil brasileiros passaram pelo Louvre, em Paris, na Frana, uma das principais instituies de arte do mundo, segundo registros do prprio museu. O nmero de brasileiros que visitaram o museu francs 50,5% superior visitao total da instituio brasileira.O Louvre teve um aumento de 82% do nmero de visitantes do Brasil no ano passado em relao a 2016. Fonte: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2018/09/03/em-2017-museu-nacional-teve-menos-visitantes-do-que-numero-de-brasileiros-que-foram-ao-louvre.htm. Acesso em: set. 2018. Texto 3: Museus em chamas, bibliotecas entregues s traas e prdios histricos devorados por cupins ou simplesmente colocados venda pelo preo do terreno. Em um cenrio de crise econmica e com imposio deum teto para os gastos pblicos federais, a Cultura e a preservao do patrimnio histrico acabam sendo uma das primeiras e maiores vtimas.A destruiode boa parte doMuseu Nacionalna noite de domingo, no Rio de Janeiro, um exemplo extremo do que se repete silenciosa e diariamente em todo o pas. So Paulo, o Estado mais rico do pas, se tornou uma vitrine do descaso com o patrimnio.J arderam nas chamaso Teatro Cultura Artstica, em 2008, o Memorial da Amrica Latina, em 2013, o Museu da Lngua Portuguesa, em 2015, e a Cinemateca, em 2016. Por fim, o Museu do Ipiranga, um dos mais importantes do pas, encontra-se fechado h cinco anos para reformas. O Conselho de Defesa do Patrimnio Histrico, Arqueolgico, Artstico e Turstico do Estado de So Paulo, Condephaat, por exemplo, dispe de apenas 50.000 reais para realizar a manuteno e avaliao preventiva de 2.000 bens tombados em 645 municpios neste ano. Outros 75.000 reais so recursos vinculados que, por problemas burocrticos, no so utilizados pelo rgo, segundo a reportagem apurou. De acordo com fontes da entidade, o valor pleiteado foi de 1 milho de reais para que o conselho pudesse desempenhar sua funo de forma adequada. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/politica/1536002917_439429.html?rel=str_articulo#1537583855784. Acesso em: set. 2018. Texto 4: Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/aqui-jaz-o-brasil-incendio-no-museu-nacional-por-carlos-latuff/. Acessoem: set. 2018.
(ITA- 2018 - 2 FASE)
Proposta de redação 2017
Texto 1 Vou confessar um pecado: s vezes, fao mal dades. Mas no fao por mal. Fao o que faziam os mestres zen com seus koans. Koans eram ras teiras que os mestres passavam no pensamento dos discpulos. Eles sabiam que s se aprende o novo quando as certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar rasteiras em certezas de jovens e de velhos ... Pois o que eu fao o seguinte. L esto os jovens nos semforos, de cabeas raspadas e caras pintadas, na maior alegria, celebrando o fato de haverem passado no vestibular. Esto pedindo dinheiro para a festa! Eu paro o carro, abro a janela e na maior seriedade digo: No vou dar dinheiro. Mas vou dar um conselho. Sou professor emrito da Unicamp. O conselho este: salvem-se enquanto tempo!. A o sinal fica verde e eu continuo. Mas que desmancha-prazeres voc !, vocs me diro. verdade. Desmancha-prazeres. Prazeres ino - centes baseados no engano. Porque aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles esto enganados. Esto alegres porque acreditam que a uni - versidade a chave do mundo. Acabaram de chegar ao ltimo patamar. As celebraes tm o mesmo sentido que os eventos iniciticos nas culturas ditas primitivas, as provas a que tm de se submeter os jovens que passaram pela puberdade. Passadas as provas e os seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser crianas. Agora so adultos, com todos os seus direitos e deveres. Podem assentar-se na roda dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: Deixei o cursinho. Estou na universidade. Houve um tempo em que as celebraes eram justas. Isso foi h muito tempo, quando eu era jovem. Naqueles tempos, um diploma universitrio era garantia de trabalho. Os pais se davam como pron - tos para morrer quando uma destas coisas acontecia: 1) a filha se casava. Isso garantia o seu sustento pelo resto da vida; 2) a filha tirava o diploma de nor - malista. Isso garantiria o seu sustento caso no casas - se; 3) o filho entrava para o Banco do Brasil; 4) o filho tirava diploma. O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem tirava diploma no precisava trabalhar com as mos, como os mecnicos, pedreiros e carpinteiros, que tinham mos rudes e sujas. Para provar para todo mundo que no trabalhavam com as mos, os diplomados tratavam de pr no dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profisses: mdicos, advogados, msicos, en - genheiros. At os bispos tinham suas pedras. (Ah! Ia me esquecendo: os pais tambm se davam como prontos para morrer quando o filho entrava para o seminrio para ser padre aos 45 anos seria bispo ou para o exrcito para ser oficial aos 45 anos seria general.) Essa iluso continua a morar na cabea dos pais e introduzida na cabea dos filhos desde pequenos. Profisso honrosa profisso que tem diploma universitrio. Profisso rendosa a que tem diploma universitrio. Cria-se, ento, a fantasia de que as nicas opes de profisso so aquelas oferecidas pelas universidades. Quando se pergunta a um jovem O que que voc vai fazer?, o sentido dessa pergunta Quando voc for preencher os formulrios do vestibular, qual das opes oferecidas voc vai escolher?. E as op - es no oferecidas? Haver alternativas de trabalho que no se encontram nos formulrios de vestibular? Como todos os pais querem que seus filhos entrem na universidade e (quase) todos os jovens querem entrar na universidade, configura-se um mercado imenso, mas imenso mesmo, de pessoas desejosas de diplomas e prontas a pagar o preo. Enquanto houver jovens que no passam nos vestibulares das univer - sidades do Estado, haver mercado para a criao de universidades particulares. um bom negcio. Alegria na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, ento, a multido de jovens com diploma na mo, mas que no conseguem arranjar emprego. Por uma razo aritmtica: o nmero de diplomados muitas vezes maior que o nmero de empregos. J sugeri que os jovens que entram na universidade deveriam aprender, junto com o curso nobre que frequentam, um ofcio: marceneiro, mecnico, co - zinhei ro, jardineiro, tcnico de computador, eletri cista, encanador, descupinizador, motorista de trator ... O rol de ofcios possveis imenso. Pena que, nas escolas, as crianas e os jovens no sejam informados sobre essas alternativas, por vezes mais felizes e mais rendosas. Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, posio de reitor de um grande colgio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posio porque era obrigado a fazer discursos. E ele tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu sem explicaes. Voltou com a famlia para o seu pas, os Estados Unidos. Tempos depois, encontrei um amigo comum e perguntei: Como vai o Fulano?. Respondeu-me: Felicssimo. moto - rista de um caminho gigantesco que cruza o pas!. (Rubem Alves. Diploma no soluo, Folha de S.Paulo, 25/05/2004.) Texto 2 Com o declnio da velha lavoura e a quase concomitante ascenso dos centros urbanos, preci - pitada grandemente pela vinda, em 1808, da Corte Portuguesa e depois pela Independncia, os senho - rios rurais principiam a perder muito de sua posio privilegiada e singular. Outras ocupaes reclamam agora igual eminncia, ocupaes nitidamente citadinas, como a atividade poltica, a burocracia, as profisses liberais. bem compreensvel que semelhantes ocupaes venham a caber, em primeiro lugar, gente principal do pas, toda ela constituda de lavradores e donos de engenhos. E que, transportada de sbito para as cidades, essa gente carregue consigo a mentalidade, os preconceitos e, tanto quanto possvel, o teor de vida que tinham sido atributos especficos de sua primitiva condio. No parece absurdo relacionar a tal circunstncia um trao constante de nossa vida social: a posio suprema que nela detm, de ordinrio, certas qualidades de imaginao e inteligncia, em prejuzo das manifestaes do esprito prtico ou positivo. O prestgio universal do talento, com o timbre particular que recebe essa palavra nas regies, sobretudo, onde deixou vinco mais forte a lavoura colonial e escravocrata, como o so eminentemente as do Nordeste do Brasil, provm sem dvida do maior decoro que parece conferir a qualquer indivduo o simples exerccio da inteligncia, em contraste com as atividades que requerem algum esforo fsico . O trabalho mental, que no suja as mos e no fatiga o corpo, pode constituir, com efeito, ocupao em todos os sentidos digna de antigos senhores de escravos e dos seus herdeiros. No significa foro - samente, neste caso, amor ao pensamento especulativo, a verdade que, embora presumindo o contrrio, dedicamos, de modo geral, pouca estima s especulaes intelectuais mas amor frase sonora, ao verbo espontneo e abundante, erudio ostentosa, expresso rara. E que para bem corres - ponder ao papel que, mesmo sem o saber, lhe con - ferimos, inteligncia h de ser ornamento e prenda, no instrumento de conhecimento e de ao. Numa sociedade como a nossa, em que certas virtudes senhoriais ainda merecem largo crdito, as qualidades do esprito substituem, no raro, os ttulos honorficos, e alguns dos seus distintivos materiais, como o anel de grau e a carta de bacharel, podem equivaler a autnticos brases de nobreza. Alis, o exerccio dessas qualidades que ocupam a inteligncia sem ocupar os braos, tinha sido expressamente considerado, j em outras pocas, como pertinente aos homens nobres e livres, de onde, segundo parece, o nome de liberais dado a determinadas artes, em oposio s mecnicas que pertencem s classes servis. (Srgio Buarque de Holanda. Razes do Brasil. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1984, p. 50-51) INSTRUES PARA REDAO Com base no contedo dos textos de Rubem Alves e Srgio Buarque de Holanda, extraia o tema da redao. Sobre ele redija uma dissertao em prosa, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista. No copie, nem parafraseie os textos desta prova. Os dados das tabelas abaixo podem auxiliar na construo de sua argumentao. A redao deve ser feita com caneta azul ou preta. Na avaliao de sua redao, sero considerados: a) clareza e consistncia dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema; b) coeso e coerncia do texto; e c) domnio do portugus padro. Ateno: A Banca Examinadora aceitar qualquer posicionamento ideolgico do candidato. Nas duas tabelas abaixo, so apresentados os valores mdios de salrios mensais de seis profisses. Para o exerccio das trs primeiras, necessrio ter formao universitria, enquanto para as trs seguintes, a formao pode ser tcnica ou adquirida pela experincia de trabalho, como o caso de diversas profisses manuais no Brasil. Os dados so de 2005 e esto em moedas locais. Observaes: H variaes nos valores mdios dos salrios, dependendo: (a) da especialidade, no caso de mdicos e dentistas; (b) do empregador, se pblico ou privado; (c) da cidade ou regio de cada pas. Os impostos so em mdia, pois h variaes nos descontos, dependendo do estado civil do empregado, do nmero de filhos e suas respectivas idades, dentre outros fatores conforme o pas.
(ITA - 2015 - PROPOSTA REDAO)
Proposta de redação 2014
Proposta de Redação -2013
(ITA - 2013- 1 FASE) Edison no conseguia se concentrar de jeito nenhum. Tinha sempre dois ou trs empregos e passava o dia indo de um para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostumou a escrever recados curtos e constantes, s vezes para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser um cara mais inteligente do que a mdia, sofria quando precisava ler um livro inteiro. Para completar, comia rpido e dormia pouco e no conseguia se dedicar ao casamento conturbado, por falta de tempo. Se identificou? Claro, quem no tem esses problemas? Passar horas no twitter ou no celular, correr de um lado para o outro e ter pouco tempo disponvel para tantas coisas que voc tem que fazer so dramas que todo mundo enfrenta. Mas esse no um mal do nosso tempo. O rapaz da histria a em cima era ningum menos que Thomas Edison, o inventor da lmpada. A dcada era a de 1870 e o aparelho que ele usava para mandar e receber mensagens, um telgrafo. O relato, que est em uma edio de 1910 do jornal New York Times, conta que quando Edison finalmente percebeu que seu problema era falta de concentrao, parou tudo. Se fechou em seu escritrio e se focou em um problema de cada vez. A partir da, produziu e patenteou mais de 2 mil invenes. [...] (Gisela Blanco. Superinteressante, julho/2012) O tema desse texto :
Proposta de Redação - 2012
(ITA - 2011 ) INSTRUES PARA REDAO Observe a foto abaixo. A partir dela, e considerando os textos desta prova, redija uma dissertao em prosa, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redao deve ser feita com caneta azul ou preta. Na avaliao de sua redao, sero considerados: a) clareza e consistncia dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto; b) coeso e coerncia do texto; e c) domnio do portugus padro. (Sero aceitos os dois Sistemas Ortogrficos em vigor, conforme Decreto 6.583, de 29/09/2008.) Ateno: A Banca Examinadora aceitar qualquer posicionamento ideolgico do candidato. Voc poder usar para rascunho de sua redao as pginas em branco dos cadernos de questes desta prova e da prova de Ingls. O rascunho no ser considerado para avaliao de sua redao.