(PUC/Camp - 2005)
Estrangeiro é quem
mudou de país
mudou de paisagem
e fez da viagem
um modo de estar.
Quem deixou para trás
o que tinha pela frente.
Quem era igual
e se tornou diferente.
Estrangeiro é quem
mudou por inteiro:
de ares, de amigos
e até de dinheiro.
(Alberto Martins. A Floresta e o estrangeiro. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 6-7)
As lutas por conquistas trabalhistas faziam parte da memória social e pessoal de muitos estrangeiros que chegaram no Brasil como imigrantes. Durante a Primeira República (1889-1930), eles tiveram um papel importante na organização do movimento operário brasileiro. Sobre esse movimento, pode-se afirmar que
os sindicatos eram regulamentados por uma legislação trabalhista que excluía os operários estrangeiros do direito de sindicalização
os operários imigrantes eram os mais organizados politicamente e atuavam sempre contra as confederações de tendência anarquista.
as lideranças sindicais, por defenderem os princípios do liberalismo, obtiveram várias concessões dos empresários e do poder público.
muitos líderes operários que participaram da greve de 1917 foram condenados e deportados do Brasil por serem imigrantes e defensores de ideias anarquistas.
as organizações sindicais eram de natureza pacífica, o que explica as poucas conquistas trabalhistas obtidas pelos operários naquele contexto histórico.