(PUC-MG - 2008) “Os maracatus são desfiles de natureza real, que se repetem no Nordeste do Brasil. Ao ritmo dos tambores, marcham o rei e a rainha sob enormes guarda-sóis, como na África, no meio de seus súditos. À frente dos soberanos, dança uma jovem que traz na mão uma boneca. Esta boneca chama-se calunga – e é um símbolo de poder, o lunga ou calunga, entre os pendes e outros povos de Angola. Até recentemente – ignoro se isto continua a dar-se –, antes da saída do Maracatu, cada figurante ia até a boneca, tocava-a e fazia um gesto de veneração. Está aí o sinal de que o desfile, sob disfarce da festa, devia encobrir antigamente uma outra realidade, não só religiosa, mas também política, o que nos faz suspeitar de que o rei do Maracatu, no passado, era um rei africano, a mostrar-se aos seus súditos no exílio e a chefiar, sem que os senhores disso suspeitassem, uma rede de ajuda mútua, uma comunidade que podia estar dispersa entre várias propriedades rurais e vários bairros urbanos, mas procurava, a seu modo e como lhe era permitido, preservar e continuar a África no Brasil."
(SILVA, Alberto Costa e.Um rio chamado Atlântico.p. 162).
Assinale a opção que registra CORRETAMENTE a ideia contida no trecho:
Havia reis e chefes entre os africanos que vieram para o Brasil e aqui perdiam seu referencial de poder.
Embora escravos, os reis africanos continuaram, no Brasil, a receber respeito e homenagens de seus súditos.
A festa do Maracatu, que se repete no Nordeste, é um símbolo latente da forma católica angolana no Brasil
O Maracatu dá a oportunidade aos africanos e descendentes de, na fantasia, tornarem-se os dominadores.