(PUC/RS - 2014) As cmeras de vigilncia esto em todos os lugares. No comeo, a novidade incomodava, evocava um mundo 13controlado, totalitrio. Mas logo nos demos conta de que elas inibem e esclarecem crimes, ajudam em coisas 1prosaicas, como controlar o trnsito. uma vigilncia barata, segura, muitas mais viro. Porm, a presena de 4cmeras na 5escola coloca outras questes. O objetivo seria o 12mesmo, proteger e prevenir. As intenes so louvveis, mas no se pode ignorar um fator fundamental: a escola a primeira socializao no controlada pelos pais e necessrio que assim seja. Com o olhar vigilante e 2onipresente da famlia no se cresce. Crescemos quando resolvemos sozinhos nossos 6problemas, quando administramos entre os colegas as querelasnem sempre fceis. Entre as crianas, inmeras rusgas se resolvem sozinhas, os pais nem ficam sabendo, e timo que assim seja. O 7bullying deve ser combatido, mas no dessa forma. O preo a pagar pela suposta segurana compromete a essncia de uma das funes da 14escola, que aprender a viver em sociedade sem os pais e a sua 8proteo, evocada pela presena da cmera. Na 9sala de aula e no ptio da escola cada um vale por si. preciso aprender a respeitar e ser respeitado. Ns todos j passamos por isso e sabemos como era difcil. No existe outra 16forma, isso ou a 10infantilizao perptua. A transio da casa para a escola nunca vai ser 3amena. Essa proposta de vigilncia no se ancora em razes pedaggicas, e sim na angstia dos pais em controlar seus filhos. No creio que seja 15a escola que reivindica cmeras, mas quem a paga. So os pais inseguros que querem estender seu olhar para onde no devem. Existe uma correlao forte entre pais controladores e filhos imaturos, adolescentes eternos que demoram para assumir responsabilidades. possvel cuidar dos nossos filhos mesmo permitindo a eles experincias longe dos nossos 11olhos. A escola 17deles, esse o seu espao e seu desafio. CORSO, Mrio. Cmeras na escola. Zero Hora, 05/06/2013. (fragmento adaptado) Em relao pontuao do texto, afirma-se: I. O uso de dois pontos em lugar da vrgula, na referncia 12, reforaria a coeso entre as ideias. II. O uso de vrgulas ao invs de e, nas referncias 13 e 6, denota que a enumerao de tpicos pode conter outros elementos. III. Seria correto eliminar a vrgula que segue escola, na referncia 14, pois ela opcional. IV. Seria correto e conveniente colocar uma vrgula aps a escola, na referncia 15, para assinalar uma informao intercalada. V. As vrgulas das referncias 16 e 17 poderiam ser substitudas por ponto seguido de letra maiscula, o que daria mais nfase s ideias apresentadas. Esto corretas apenas as afirmativas:
(Pucrj/2014) Vagabundo Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, Fumando meu cigarro vaporoso; Nas noites de verão namoro estrelas; Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso! Ando roto, sem bolsos nem dinheiro; Mas tenho na viola uma riqueza: Canto à lua de noite serenatas, E quem vive de amor não tem pobreza. Não invejo ninguém, nem ouço a raiva Nas cavernas do peito, sufocante, Quando à noite na treva em mim se entornam Os reflexos do baile fascinante. Namoro e sou feliz nos meus amores; Sou garboso e rapaz... Uma criada Abrasada de amor por um soneto Já um beijo me deu subindo a escada... Oito dias lá vão que ando cismado Na donzela que ali defronte mora. Ela ao ver-me sorri tão docemente! Desconfio que a moça me namora!.. Tenho por meu palácio as longas ruas; Passeio a gosto e durmo sem temores; Quando bebo, sou rei como um poeta, E o vinho faz sonhar com os amores. O degrau das igrejas é meu trono, Minha pátria é o vento que respiro, Minha mãe é a lua macilenta, E a preguiça a mulher por quem suspiro. Escrevo na parede as minhas rimas, De painéis a carvão adorno a rua; Como as aves do céu e as flores puras Abro meu peito ao sol e durmo à lua. Sinto-me um coração de lazzaroni; Sou filho do calor, odeio o frio; Não creio no diabo nem nos santos... Rezo a Nossa Senhora, e sou vadio! Ora, se por aí alguma bela Bem doirada e amante da preguiça Quiser a nívea mão unir à minha Há de achar-me na Sé, domingo, à Missa. AZEVEDO, Álvares de. In RAMOS, Frederico José da Silva. (Org.) Grandes poetas românticos do Brasil. Tomo I. São Paulo: LEP, 1959, p.266. a) O estudo da literatura aponta para a existência de diferentes gêneros literários, que podem aparecer em um texto separadamente ou misturados, dependendo da intenção do autor, da abordagem temática e da construção linguística empregada. Determine o gênero literário predominante no texto. b) Transcreva do poema Vagabundo um verso que cumpre uma função metapoética.
(Pucrs 2014) #vemprarua foi expressão celebrada nas redes sociais em 2013. Não foram apenas os vinte centavos na redução das tarifas do transporte público, mas sim uma série de descontentamentos com o Brasil e com os políticos que o governam que levaram multidões a fechar avenidas e a gritar palavras de ordem. Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que retratam os políticos, a insatisfação do povo com a política e também as suas manifestações contra o sistema. Para responder à questão, leia os versos abaixo e o comentário sobre o poema do qual a estrofe foi extraída, preenchendo as lacunas com o nome do autor e o título das obras. [...] Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus... Ó mar, por que não apagas Coa esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! [...] Se observarmos os poemas mais conhecidos de _________, como _________ ou _________, vislumbraremos o quanto é possível cada um desses famosos textos serem cadernos de gravuras, em que uma imagem completa outra, na lógica irrefutável do sonho. [...] Tanto em um como no outro, a visão é a de quem contempla do alto, com asas do futuro, desde os filhos da África, livres, em sua terra, até as cenas da tragédia no mar que os torna escravos sob o açoite. (Adaptado de Carlos Nejar, História de Literatura Brasileira). A alternativa que completa corretamente as lacunas do comentário é:
(PUC - SP) O trecho abaixo foi extrado da obra Memrias Sentimentais de Joo Miramar, de Oswald de Andrade. BOTAFOGO ETC. Beiramarvamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tnues de ouro bandeiranacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baa a Serra dos rgos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em tneis. Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. Didaticamente, costuma-se dizer que, em relao sua organizao, os textos podem ser compostos de descrio, narrao e dissertao; no entanto, difcil encontrar um trecho que seja s descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo. Levando-se em conta tal afirmao, selecione uma das alternativas abaixo para classificar o texto de Oswald de Andrade: