(UEG 2013)
As histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um agente, mas este agente não é autor nem produtor. Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é seu autor.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Apud SÁTIRO, A.; WUENSCH, A. M. Pensando melhor – iniciação ao filosofar. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 24.
A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das mais refinadas pensadoras contemporâneas, refletindo sobre eventos como a ascensão do nazismo, o Holocausto, o papel histórico das massas etc. No trecho citado, ela reflete sobre a importância da ação e do discurso como fomentadores do que chama de “negócios humanos”.
Nesse sentido, Arendt defende o seguinte ponto de vista:
a condição humana atual não está condicionada por ações anteriores, já que cada um é autor de sua existência.
a necessidade do ser humano de ser autor e produtor de ações históricas lhe tira a responsabilidade sobre elas.
o agente de uma nova ação sempre age sob a influência de teias preexistentes de ações anteriores.
o produtor de novos discursos sempre precisa levar em conta discursos anteriores para criar o seu.