(UEG - 2019) Leia o poema e a tirinha a seguir para responder questo. X. MAR PORTUGUS mar salgado, quanto do teu sal So lgrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mes choraram, Quantos filhos em vo rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, mar! Valeu a pena?Tudo vale a pena Se a alma no pequena. Quem quer passar alm do Bojador Tem que passar alm da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele que espelhou o cu. PESSOA, Fernando. Mar Portugus. In: Antologia Potica. Organizao Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014. p. 15. O sentido da tirinha construdo a partir da relao que estabelece com os famosos versos de Fernando Pessoa: Tudo vale a pena / Se a alma no pequena. O modo como esses dois textos se relacionam chamado de
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Observe a imagem e leia o poema a seguir para responder à(s) questão(ões). Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, que, tecido, se eleva por si: luz balão. MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a manhã. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html. Acesso em: 24 ago. 2017. (Ueg 2018) A leitura da pintura e do poema permite que se entreveja a importância da
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Observe a imagem e leia o poema a seguir para responder à(s) questão(ões). Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, que, tecido, se eleva por si: luz balão. MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a manhã. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html. Acesso em: 24 ago. 2017. (Ueg 2018) O poema apresenta uma linguagem permeada de aliterações e assonâncias, o que lhe confere mais musicalidade, ao passo que a pintura apresenta traços de uma estética
Um sonho Eu tive um sonho esta noite que não quero esquecer, por isso o escrevo tal qual se deu: era que me arrumava para uma festa onde eu ia falar. O meu cabelo limpo refletia vermelhos, o meu vestido era num tom de azul, cheio de panos, lindo, o meu corpo era jovem, as minhas pernas gostavam do contato da seda. Falava-se, ria-se, preparava-se. Todo movimento era de espera e aguardos, sendo que depois de vestida, vesti por cima um casaco e colhi do próprio sonho, pois de parte alguma eu a vira brotar, uma sempre-viva amarela, que me encantou por seu miolo azul, um azul de céu limpo sem as reverberações, de um azul sem o z, que o z nesta palavra tisna. Não digo azul, digo bleu, a ideia exata de sua seca maciez. Pus a flor no casaco que só para isto existiu, assim como o sonho inteiro. Eu sonhei uma cor. Agora, sei. PRADO, Adélia. Bagagem. 26. ed. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 75. Tanto o poema quanto a pintura:
(Ueg 2017) Considere o seguinte trecho: Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal. (ref. 1). Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor
(UEG - 2017) Um sonho Eu tive um sonho esta noite que no quero esquecer, por isso o escrevo tal qual se deu: era que me arrumava para uma festa onde eu ia falar. O meu cabelo limpo refletia vermelhos, o meu vestido era num tom de azul, cheio de panos, lindo, o meu corpo era jovem, as minhas pernas gostavam do contato da seda. Falava-se, ria-se, preparava-se. Todo movimento era de espera e aguardos, sendo que depois de vestida, vesti por cima um casaco e colhi do prprio sonho, pois de parte alguma eu a vira brotar, uma sempre-viva amarela, que me encantou por seu miolo azul, um azul de cu limpo sem as reverberaes, de um azul sem o z, que o z nesta palavra tisna. No digo azul, digo bleu, a ideia exata de sua seca maciez. Pus a flor no casaco que s para isto existiu, assim como o sonho inteiro. Eu sonhei uma cor. Agora, sei. PRADO, Adlia. Bagagem. 26. ed. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 75. O poema de Adlia Prado modernista, ao passo que a pintura de Salvador Dal
(Ueg 2016) Destes penhascos fez a natureza O berço, em que nasci: oh quem cuidara, Que entre pedras tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me ele declara Centra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei; que Amor tirano, Onde há mais resistência mais se apura COSTA, Claudio Manuel da. Soneto XCVIII. Disponível em: http://www.bibvirt.futuro.usp.br. Acesso em: 26 ago. 2015 CARAVAGGIO, Michelangelo. Conversão de São Paulo - 1600 - 1601. Óleo sobre tela. Disponível em: galleryhip.com. Acesso em: 26 de ago, 2015 Tendo por base a comparação entre o poema e a pintura apresentados, verifica-se que
(Ueg 2016) Leia o fragmento e observe a imagem para responder à questão. É ela! é ela! murmurei tremendo, e o eco ao longe murmurou é ela! Eu a vi... minha fada aérea e pura a minha lavadeira na janela. Dessas águas furtadas onde eu moro eu a vejo estendendo no telhado os vestidos de chita, as saias brancas; eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido, nas telhas que estalavam nos meus passos, ir espiar seu venturoso sono, vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!... Tinha na mão o ferro do engomado... Como roncava maviosa e pura!... Quase caí na rua desmaiado! AZEVEDO, Álvares de. É ela! É ela! É ela! É ela. In: Álvares de Azevedo. São Paulo: Abril Educação, 1982. p. 44. Tanto a pintura quanto o excerto apresentados pertencem ao Romantismo. A diferença entre ambos, porém, diz respeito ao fato de que:
(UEG - 2016) Em termos verbais, o humor da tira construdo a partir da polissemia presente na palavra
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o poema e observe a imagem para responder à(s) questão(ões) a seguir. Era um cavalo todo feito em lavas recoberto de brasas e de espinhos. Pelas tardes amenas ele vinha e lia o mesmo livro que eu folheava. Depois lambia a página, e apagava a memória dos versos mais doridos; então a escuridão cobria o livro, e o cavalo de fogo se encantava. Bem se sabia que ele ainda ardia na salsugem do livro subsistido e transformado em vagas sublevadas. Bem se sabia: o livro que ele lia era a loucura do homem agoniado em que o incubo cavalo se nutria. LIMA, Jorge de. Canto quarto, poemas II e IV. In: Invenção de Orfeu. Disponível em: http:www.algumapoesia.com.br/poesia3/poesianet291.htm. Acesso em: 14 mai. 2016. (Ueg 2016) Em termos estéticos e de conteúdo, o poema e a pintura vinculam-se a que movimento de vanguarda artística?
(UEG - 2016) [...] E indo a dizer o mais, cai num desmaio. Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Plida a cor, o aspecto moribundo; Com mo j sem vigor, soltando o leme, Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda do mar, que, irado, freme, Tornando a aparecer desde o profundo, Ah! Diogo cruel! disse com mgoa, e sem mais vista ser, sorveu-se na gua. DURO, Frei Jos de Santa Rita. Caramuru. In: Hernni Cidade Santa Rita Duro. Rio de Janeiro: Agir, 1957. p. 88. MEIRELLES, Vitor. Moema. Disponvel em: https://saopauloantiga.com.br/wp-content/uploads/2012/11/Moema_AIB1922.jpg. Acesso em: 14 mar. 2016. Verifica-se, entre a pintura e o excerto apresentados, uma relao intertextual, na medida em que ambos tematizam
(UEG - 2016) Verifica-se que os versos e a pintura, em razo das caractersticas que lhes so peculiares, pertencem respectivamente aos perodos
(UEG - 2016) O ltimo quadro da tirinha, elaborado em linguagem no verbal, estabelece em relao fala de Felipe uma
(UEG - 2015) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Observe a pintura e leia o fragmento a seguir para responder (s) questo(es). MEIRELLES, Victor. Batalha dos Guararapes. Disponvel em: museuvictormeirelles.acervos.museus.gov.br. Acesso em: 24 mar. 2015. Vinha logo de guardas rodeado Fonte de crimes, militar tesouro, Por quem deixa no rego o curto arado O lavrador, que no conhece a glria; E vendendo a vil preo o sangue e a vida Move, e nem sabe por que move a guerra. GAMA, Baslio. O Uraguai. In. BOSI, Alfredo. Histria concisa da literatura brasileira. 43. ed. So Paulo: Cultrix, 2006. p. 67. Embora O Uraguai seja considerado a melhor realizao pica do Arcadismo brasileiro, nota-se, na obra, uma quebra do modelo da epopeia clssica. Em termos de contedo, tanto no trecho quanto na pintura apresentados, essa quebra se evidencia
(UEG - 2015) Senhora, que bem pareceis! Se de mim vos recordsseis que do mal que me fazeis me fizsseis correo, quem dera, senhora, ento que eu vos visse e agradasse. formosura sem falha que nunca um homem viu tanto para o meu mal e meu quebranto! Senhora, que Deus vos valha! Por quanto tenho penado seja eu recompensado vendo-vos s um instante. De vossa grande beleza da qual esperei um dia grande bem e alegria, s me vem mal e tristeza. Sendo-me a mgoa sobeja, deixai que ao menos vos veja no ano, o espao de um dia. Rei D. Dinis CORREIA, Natlia. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleo, introduo, notas e adaptao de Natlia Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253. Quem te viu, quem te v Voc era a mais bonita das cabrochas dessa ala Voc era a favorita onde eu era mestre-sala Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua Suas noites so de gala, nosso samba ainda na rua Hoje o samba saiu procurando voc Quem te viu, quem te v Quem no a conhece no pode mais ver pra crer Quem jamais a esquece no pode reconhecer [...] Chico Buarque A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natlia Correia, e a cano de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte caracterstica trovadoresca: