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Questões de Português - UERJ | Gabarito e resoluções

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Questão
2012Português

(UERJ 2012) SOBRE A ORIGEM DA POESIA A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...] No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo [...] Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se dasapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis os poemas contaminando o deserto de referencialidade. ARNALDO ANTUNES a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas (linhas 3 e 4) A comparação entre a poesia e outros usos da linguagem põe em destaque a seguinte característica do discurso poético:

Questão
2012Português

(Uerj 2012) Na coesão textual, ocorre o que se chama catáfora quando um termo se refere a algo que ainda vai ser enunciado na frase. Um exemplo em que o termo destacado constrói uma catáfora é:

Questão
2011Português

(UERJ2011) Instrução: Leia o texto a seguir. Múltiplo sorriso Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade mas sorrindo. Estão vendo?, diria às amigas, se estivessem por perto. Eu não estou só. SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010. Há um contraste irônico entre o título do conto e o seu desenvolvimento. As ideias essenciais desse contraste são :

Questão
2011Português

(UERJ2011) Instrução: Leia o texto a seguir. Múltiplo sorriso Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade mas sorrindo. Estão vendo?, diria às amigas, se estivessem por perto. Eu não estou só. SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010. Ao dizer que o pinheiro era artificial, mas parecia de verdade, a narrativa realça um estado que define a personagem. Isto ajuda o leitor a compreender o fingimento da personagem em relação à

Questão
2011Português

(UERJ - 2011) Competio e individualismo excessivos ameaam sade dos trabalhadores Ideologia do individualismo O novo cenrio mundial do trabalho apresenta facetas como a da competio globalizada e a da ideologia do individualismo. A afirmao foi feita pelo professor da Universidade de Braslia (UnB) Mrio Csar Ferreira, ao participar do seminrio Trabalho em Debate: Crise e Oportunidades. Segundo ele, pela primeira vez, h uma ligao direta entre trabalho e ndices de suicdio, sobretudo na Frana, em funo das mudanas focadas na ideia de excelncia. Fim da especializao A configurao do mundo do trabalho cada vez mais voltil, disse o professor. Ele destacou ainda a crescente expanso do terceiro setor, do trabalho em domiclio e do trabalho feminino, bem como a excluso de perfis como o de trabalhadores jovens e dos fortemente especializados. As organizaes preferem perfis polivalentes e multifuncionais. Desta forma, a escolarizao clssica do trabalhador amplia-se para a qualificao contnua, enquanto a ultraespecializao evolui para a multiespecializao. Metamorfoses do trabalho Ele ressaltou que as metamorfoses no cenrio do trabalho no so indolores para os que trabalham e provocam erros frequentes, retrabalho, danificao de mquinas e queda de produtividade. Outra grande consequncia, de acordo com o professor, diz respeito sade dos trabalhadores, que leva alta rotatividade nos postos de trabalho e aos casos de suicdio. Trata-se de um cenrio em que todos perdem, a sociedade, os governantes e, em particular, os trabalhadores, avaliou. Articulao entre econmico e social Para a coordenadora da Diretoria de Cooperao e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea), Christiane Girard, a problemtica das relaes de trabalho envolve tambm uma questo: qual o tipo de desenvolvimento que ns, como cidados, queremos ter? Segundo Christiane, preciso articular o econmico e o social, como acontece na economia solidria. Ela uma das alternativas que aparecem e precisa ser discutida. A resposta do trabalhador se manifesta por meio do estresse, de doenas diversas e do suicdio. A gente no se pergunta o suficiente sobre o peso da gesto do trabalho, disse a representante do Ipea. Adaptado de www.diariodasaude.com.br Na coeso textual, os pronomes podem ser empregados para fazer a ligao entre o que est sendo dito e o que foi enunciado anteriormente. O pronome sublinhado que estabelece ligao com uma parte anterior do texto est na seguinte passagem:

Questão
2011Português

(UERJ2011) Instrução: Leia o texto a seguir. Múltiplo sorriso Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade mas sorrindo. Estão vendo?, diria às amigas, se estivessem por perto. Eu não estou só. SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010. Estão vendo?, diria às amigas, se estivessem por perto. O trecho anterior revela o choque entre o mundo imaginário da personagem e a realidade de sua solidão. Esse choque entre imaginação e realidade é enfatizado pela utilização do seguinte recurso de linguagem:

Questão
2011Português

( UERJ ) Observe a imagem: Colagem de Pep Monserrat. A imagem produzida pelo artista combina elementos de modo surpreendente, inesperado na realidade cotidiana. A figura da mo saindo do computador e oferecendo ao possvel leitor um objeto caracterstico de outro espao de leitura sugere principalmente o sentido de:

Questão
2011Português

Desencontrários Mandei a palavra rimar, ela não me obedeceu. Falou em mar, em céu, em rosa, em grego, em silêncio, em prosa. Parecia fora de si, a sílaba silenciosa. Mandei a frase sonhar, e ela se foi num labirinto. Fazer poesia, eu sinto, apenas isso. Dar ordens a um exército, para conquistar um império extinto. PAULO LEMINSKI GÓES, F. e MARINS, A. (orgs.) Melhores poemas de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2001. (Uerj 2011) Considere a formação da palavra Desencontrários, título do poema de Paulo Leminski. Separe seus elementos mórficos. Em seguida, nomeie o primeiro morfema que a compõe e indique seu significado.

Questão
2010Português

(UERJ/2010) Para melhor compreensão da tira, o leitor precisa reconhecer alguns elementos implícitos. O fragmento que torna mais evidente essa necessidade é:

Questão
2010Português

(UERJ - 2010) Crtica: O dia em que a Terra parou O remake O dia em que a Terra parou, filme estrelado por Keanu Reeves e com um oramento de US$ 80 milhes, um prato cheio para os aficionados da fico cientfica. O primeiro O dia em quea Terra parou, dirigido por Robert Wise, rodado em 1951, foi um apelo ao fim da Guerra Fria. O recente, dirigido por Scott Derrickson, um apelo ao desmatamento, guerras insanas, violncia, etc. O que muitosno sabem que o filme foi baseado no conto Farewell to the Master, do escritor Harry Bates. Relevante no aspecto conscientizao, mas infantil em outros. Os efeitos especiais so incrveis, e o gigante rob biolgico Gort, que acompanha o aliengena Klaatu, mesmo sem pronunciar palavra e ficando esttico quase todo o tempo, d um show. O pequeno Jaden Smith, filho do ator Will Smith, fez boa interpretao, e tenho certeza do promissor sucesso. Mas, como apaixonado por FC [fico cientfica], sou suspeito prafalar deste gnero. Confesso que, em longos momentos, o filme foi parado: sem ao alguma. J no termo da lgica: se realmente existirem aliengenas, ser que se preocupariam com o nosso planeta? Por qu? Acredito que no. O universo pode ter milhes de outros planetas habitados, segundo o consagrado doutor em cosmologia e fsico terico Stephen Hawking. 1Por que se interessariam em salvar justamente o nosso? No filme, o aliengena Klaatu, diferente do que parece, no tem boas intenes com os seres humanos. Sua nica inteno salvar o planeta Terra de ns, que o estamos destruindo aos poucos, o que no deixa de ser verdade. Interessante, com menos ao e violncia que Guerra dos mundos, mas igualmente impactante. Recomendo. Ademir Pascale www.cranik.com As formas interrogativas podem assumir diversas funes ou sentidos, dependendo do contexto. No texto, a frase Por que se interessariam em salvar justamente o nosso? (ref. 1) traz implcito um sentido de:

Questão
2009Português

(UERJ - 2009) A metfora uma figura de linguagem que se caracteriza por conter uma comparao implcita. O cartum de Sizenando constri uma metfora, que pode ser observada na comparao entre:

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2009RedaçãoPortuguês

(UERJ 2009) Heri na contemporaneidade Quando eu era criana, passava todo o tempo desenhando super-heris. Recorro ao historiador de mitologia Joseph Campbell, que diferenciava as duas figuras pblicas: o heri (figura pblica antiga) e a celebridade (a figura pblica moderna). Enquanto a celebridade se populariza por viver para si mesma, o heri assim se tornava por viver servindo sua comunidade. Todo super-heri deve atravessar alguma via crucis. Gandhi, lder pacifista indiano, disse que, quanto maior nosso sacrifcio, maior ser nossa conquista. Como Hrcules, como Batman. Toda histria em quadrinhos traz em si alguma coisa de industrial e marginal, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Os filmes de super-heri, ainda que transpondo essa cultura para a grande e famigerada indstria, realizam uma outra faanha, que provavelmente sem eles no ocorreria: a formao de novas mitologias reafirmando os mesmos ideais hericos da Antiguidade para o homem moderno. O cineasta italiano Fellini afirmou uma vez que Stan Lee, o criador da editora Marvel e de diversos heris populares, era o Homero dos quadrinhos. Toda boa histria de super-heri uma histria de excluso social. Homem-Aranha um nerd, Hulk um monstro amaldioado, Demolidor um deficiente, os X-Men so indivduos excepcionais, Batman um rfo, Super-Homem um aliengena expatriado. So todos smbolos da solido, da sobrevivncia e da abnegao humana. No se ama um heri pelos seus poderes, mas pela sua dor. Nossos olhos podem at se voltar a eles por suas habilidades fantsticas, mas na humanidade que eles crescem dentro do gosto popular. Os superheris que no sofrem ou simplesmente trabalham para o sistema vigente tendem a se tornar meio bobos, como o Tocha-Humana ou o Capito Amrica. Hulk e Homem-Aranha so seres que criticam a inconsequncia da cincia, com sua energia atmica e suas experincias genticas. Os X-Men nos advertem para a educao inclusiva. Super-Homem aquele que mais se aproxima de Jesus Cristo, e por isso talvez seja o mais popular de todos, em seu sacrifcio solitrio em defesa dos seres humanos, mas tambm tem algo de Aquiles, com seu calcanhar que a kriptonita. Humano e super-heri, como Gandhi. No houve nenhuma literatura que tenha me marcado mais do que essas histrias em quadrinhos. Eu raramente as leio hoje em dia, mas quando assisto a bons filmes de super-heris eu lembro que todos temos um lado ingnuo e bom, que pode ser capaz de suportar a dor da solido por um princpio. CHU, Fernando. Adaptado dehttp://fernandochui.blogspot.com A argumentao se estrutura por meio de diferentes mecanismos discursivos. No quarto pargrafo, o mecanismo empregado consiste na apresentao de:

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2006Português

(UERJ - 2006) O lder O sono do lder agitado. A mulher sacode-o at acord-lo do pesadelo. Estremunhado, ele se levanta, bebe um gole de gua. Diante do espelho refaz uma expresso de homem de meia-idade, alisa os cabelos das tmporas, volta a se deitar. Adormece e a agitao recomea. No, no! debate-se ele com a garganta seca. O lder se assusta enquanto dorme. O povo ameaa o lder? No, pois se lder aquele que guia o povo exatamente porque aderiu ao povo. O povo ameaa o lder? No, pois se o povo escolheu o lder. O povo ameaa o lder? No, pois o lder cuida do povo. O povo ameaa o lder? Sim, o povo ameaa o lder do povo. O lder revolve-se na cama. De noite ele tem medo. Mas o pesadelo um pesadelo sem histria. De noite, de olhos fechados, v caras quietas, uma cara atrs da outra. E nenhuma expresso nas caras. s este o pesadelo, apenas isso. Mas cada noite, mal adormece, mais caras quietas vo se reunindo s outras, como na fotografia de uma multido em silncio. Por quem este silncio? Pelo lder. uma sucesso de caras iguais como na repetio montona de um rosto s. Nas caras no h seno a inexpresso. A inexpresso ampliada como em fotografia ampliada. Um painel e cada vez com maior nmero de caras iguais. s isso. Mas o lder se cobre de suor diante da viso incua de milhares de olhos vazios que no pestanejam. Durante o dia o discurso do lder cada vez mais longo, ele adia cada vez mais o instante da chave de ouro. Ultimamente ataca, denuncia, denuncia, denuncia, esbraveja e quando, em apoteose, termina, vai para o banheiro, fecha a porta e, uma vez sozinho, encosta-se porta fechada, enxuga a testa molhada com o leno. Mas tem sido intil. De noite sempre maior o nmero silencioso. Cada noite as caras aproximam-se um pouco mais. Cada noite ainda um pouco mais. At que ele j lhes sente o calor do hlito. As caras inexpressivas respiram o lder acorda num grito. Tenta explicar mulher: sonhei que... sonhei que... Mas no tem o que contar. Sonhou que era um lder de pessoas vivas. (LISPECTOR, Clarice. Para no esquecer. So Paulo: Siciliano, 1992.) No segundo pargrafo do texto, h uma pergunta que se repete O povo ameaa o lder? Essa pergunta respondida por uma srie de negativas, que culminam, contudo, em uma resposta afirmativa, no incio do terceiro pargrafo Sim, o povo ameaa o lder do povo. Todavia, esse jogo entre opostos no constitui contradio. A justificativa que valida essa estrutura de argumentao est descrita em:

Questão
2005Português

(Uerj 2005) GAVETA DOS GUARDADOS 1 A memória é a gaveta dos guardados. Nós somos o que somos, não o que virtualmente seríamos capazes de ser. 2 Minha bagagem são os meus sonhos. Fui o poeta das ruas, das vielas silenciosas do Rio, antes que se tornasse uma cidade assolada pela violência. Sempre fui ligado à terra, ao meu pátio. 3 No Rio Grande do Sul estou no colo da mãe. Creio que minha fase atual, neste momento, em 1993, reflete a eterna solidão do homem. 4 A obra só se completa e vive quando expressa. Nos meus quadros, o ontem se faz presente no agora. Lanço-me na pintura e na vida por inteiro, como um mergulhador na água. A arte é também história. E expressa a nossa humanidade. A arte é intemporal, embora guarde a fisionomia de cada época. Conheci em Paris um escultor brasileiro, bolsista, que não frequentava museus para não perder a personalidade, esquecendo que só se perde o que se tem. (...) 5 A memória é a gaveta dos guardados, repito para sublinhar. O clima dos meus quadros vem da solidão da campanha, do campo, onde fui guri e adolescente. Na velhice perde-se a nitidez da visão e se aguça a do espírito. 6 A memória pertence ao passado. É um registro. Sempre que a evocamos, se faz presente, mas permanece intocável, como um sonho. A percepção do real tem a concreteza, a realidade física, tangível. Mas como os instantes se sucedem feito os tique-taques do relógio, eles vão se transformando em passado, em memória, e isso é tão inaferrável* como um instante nos confins do tempo. 7 Escrever pode ser, ou é, a necessidade de tocar a realidade que é a única segurança de nosso estar no mundo - o existir. É difícil, se não impossível, precisar quando as coisas começam dentro de nós. (...) 8 A vida dói... Para mim o tempo de fazer perguntas passou. Penso numa grande tela que se abre, que se me oferece intocada, virgem. A matéria também sonha. Procuro a alma das coisas. Nos meus quadros o ontem se faz presente no agora. A criação é um desdobramento contínuo, em uníssono com a vida. O auto-retrato do pintor é pergunta que ele faz a si mesmo, e a resposta também é interrogação. A verdade da obra de arte é a expressão que ela nos transmite. Nada mais do que isso! FOLHA DE SÃO PAULO, 09/05/1998 (CAMARGO, Iberê. In: NESTROVSKI, Arthur (Org.). Figuras do Brasil: 80 autores em 80 anos de Folha. São Paulo: Publifolha, 2001.) * Pode ser entendido como inalcançável. Na velhice perde-se a nitidez da visão e se aguça a do espírito. (50. parágrafo) As duas ideias presentes nesse fragmento estabelecem relação semântica de:

Questão
2004Português

(UERJ - 2004) RECORDAES DO ESCRIVO ISAAS CAMINHA A minha situao no Rio estava garantida. Obteria um emprego. Um dia pelos outros iria s aulas, e todo o fim de ano, durante seis, faria os exames, ao fim dos quais seria doutor! Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplcio premente, cruciante e onmodo1 de minha cor... Nas dobras do pergaminho da carta, traria presa a considerao de toda a gente. Seguro do respeito minha majestade de homem, andaria com ela mais firme pela vida em fora. No titubearia, no hesitaria, livremente poderia falar, dizer bem alto os pensamentos que se estorciam2 no meu crebro. O flanco, que a minha pessoa, na batalha da vida, oferecia logo aos ataques dos bons e dos maus, ficaria mascarado, disfarado... Ah! Doutor! Doutor!... Era mgico o ttulo, tinha poderes e alcances mltiplos, vrios polifrmicos... Era um pallium3, era alguma cousa como clmide4 sagrada, tecida com um fio tnue e quase impondervel, mas a cujo encontro os elementos, os maus olhares, os exorcismos se quebravam. De posse dela, as gotas da chuva afastar-se-iam transidas5 do meu corpo, no se animariam a tocar-me nas roupas, no calado sequer. O invisvel distribuidor de raios solares escolheria os mais meigos para me aquecer, e gastaria os fortes, os inexorveis6, com o comum dos homens que no doutor. Oh! Ser formado, de anel no dedo, sobrecasaca e cartola, inflado7 e grosso, como um sapo-entanha antes de ferir a martelada beira do brejo; andar assim pelas ruas, pelas praas, pelas estradas, pelas salas, recebendo cumprimentos: Doutor, como passou? Como est, doutor? Era sobre-humano!... (BARRETO, Lima. In: VASCONCELOS, Eliane (org.). Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001.) 1 de todos os modos, irrestrito 2 agitavam 3 manto, capa 4 manto 5 assustadas 6 inflexveis 7 vaidoso A realidade social compe a obra literria sob diversas formas.No texto de Lima Barreto, o ponto de vista do autor acerca dos efeitos da excluso social revela-se por meio do seguinte procedimento narrativo:

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