(UFG 2013) Leia o documento a seguir.
A admiração que os cavalos causaram aos índios logo que os viram excede a todo encarecimento: porque, quase em todas as províncias da América, tomaram o cavalo e o cavaleiro como uma só pessoa. Em suma, não houve coisa de quantas da Europa se trouxeram que mais os admirasse e assombrasse. Ficavam como fora de si de estupor vendo um espanhol a cavalo com um peitoral de guizos.
(BERNABÉ, Cobo. In: AMADO, Janaína; FIGUEIREDO, Luiz Carlos. No tempo das caravelas. Goiânia: Cegraf/UFG; São Paulo: Contexto, 1992. p. 129. [Adaptado]).
A narração do cronista espanhol sobre a Conquista do Peru, no século XVI, conduz à compreensão sobre um componente do imaginário nativo que favoreceu a ação dos europeus. Esse componente se associa à:
interpretação cíclica da história, que levava a incorporar os invasores como deuses a pressagiar o fim dos tempos.
crença religiosa politeísta, que pressupunha a aceitação de deuses estrangeiros para controlar os conflitos entre tribos distintas.
devoção à natureza, que implicava no respeito aos animais poupados nas batalhas contra os invasores europeus.
concepção matriarcal vigente, que excluía a preparação para a guerra como tarefa para a defesa das sociedades nativas.
forma de combate utilizado na guerra, que privilegiava a utilização do corpo como meio de legitimar o heroísmo do guerreiro.