(UFG - 2014) Leia o texto a seguir.
A riqueza dos incas e astecas foi assim devorada num relance, os impérios eliminados e, dentro em pouco, não estava ali, de toda a riqueza sonhada, senão o solo, prodigiosamente rico de ouro e prata, e restos de tribos selvagens, apavoradas, combalidas, desmoralizadas. O espanhol [...], por essa forma depredadora, adaptou logo as suas tendências e apetites naturais às condições novas que se lhe ofereciam. Enquanto houve riqueza acumulada, ele foi depredador, guerreiro, conquistador. Esgotaram-se as riquezas, ele fez-se imediatamente sedentário. Colheu os restos de populações índias sobreviventes às matanças, escravizou-as e fê-las produzir riquezas para ele – cavando a mina ou lavrando a terra.
BOMFIM, Manoel. A América Latina: males de origem. Rio de Janeiro: Topbooks, 1993. p. 103. (Adaptado).
Ao analisar as relações entre as metrópoles ibéricas e as suas colônias americanas, o pensador brasileiro Manoel Bomfim (1868-1932) fez uma analogia entre sociedades humanas e organismos biológicos, prática recorrente entre inúmeros intelectuais brasileiros no início do século XX. A partir da análise do texto, considerando o contexto histórico e os conceitos de interações biológicas, conclui-se que o conquistador espanhol
sobreviveu e se alimentou à custa das populações incas e astecas, mantendo com elas uma relação análoga à interação do parasitismo.
interagiu com o que restou do solo, das terras e das populações incas e astecas sobreviventes, numa relação análoga ao mutualismo.
devorou, com seu apetite natural, as riquezas dos povos incas e astecas, mantendo com eles uma relação análoga ao comensalismo.
depredou, escravizou e explorou os povos incas e astecas sobreviventes, estabelecendo com eles uma relação análoga ao predatismo.
viveu à custa das populações incas e astecas, na condição de hospedeiro, por meio de uma relação análoga à interação do inquilinismo.