(UFPR - 2012) Considerando os conhecimentos sobre os movimentos de esquerda política na Europa ao longo do século XIX, é correto afirmar:
A esquerda foi importante para a implantação definitiva do comunismo na França, por meio da Comuna de Paris, trazendo os sovietes para homens e mulheres, além de condições igualitárias de acesso ao trabalho e à educação. Mas a sua atuação não foi favorável à democracia, pois, após a I Internacional Comunista, a esquerda desvirtuou-se e passou a favorecer governos aristocráticos.
A esquerda abrangeu um amplo espectro de ideais, partidos, sindicatos e organizações (jacobinismo, socialismos utópico e científico, anarquismo, partidos e sindicatos de massa). De forma geral, ela exerceu uma pressão fundamental para a instituição de direitos democráticos em muitos países da Europa ocidental ao final do século XIX, tais como legislação trabalhista e sufrágio universal masculino, que foram incorporados por Estados aristocráticos e burgueses temerosos pelo “medo vermelho” (comunista/socialista).
Os movimentos de esquerda fizeram uma grande pressão para que governos monárquicos adotassem constituições, mas os socialistas utópicos recusavam-se a participar de qualquer forma de governo burguesa. Isso frustrou o projeto de uma revolução internacionalista, articulada pela I e II Internacional Comunista.
Os movimentos de esquerda foram um dos fatores decisivos no encerramento do Império alemão, instituindo o regime socialista na Alemanha no início do século XX, por meio da organização dos anarquistas. As forças de esquerda naquele país desejavam se articular com as revoluções socialistas em curso no restante da Europa.
A esquerda dividiu-se em muitas vertentes entre o final do século XIX e início do século XX, o que permitiu que somente os anarco-socialistas se tornassem uma força política crucial no cenário europeu, em especial na Itália e na Espanha. Até então, as forças de esquerda foram irrelevantes naquele continente, ficando à margem da política de massas.