(UFPR - 2015- 1 FASE) Leia o seguinte dilogo entre os personagens Simei e Colonna, no romance Nmero Zero, de Umberto Eco: Colonna, exemplifique para os nossos amigos como que se pode seguir, ou dar mostras de seguir, um princpio fundamental do jornalismo democrtico: fatos separados de opinies. Opinies no Amanh [nome do jornal] haver inmeras, e evidenciadas como tais, mas como que se demonstra que em outros artigos so citados apenas fatos? Muito simples disse eu. Observem os grandes jornais de lngua inglesa. Quando falam, sei l, de um incndio ou de um acidente de carro, evidentemente no podem dizer o que acham daquilo. Ento inserem no artigo, entre aspas, as declaraes de uma testemunha, um homem comum, um representante da opinio pblica. Pondo-se aspas, essas afirmaes se tornam fatos, ou seja, um fato que aquele sujeito tenha expressado tal opinio. Mas seria possvel supor que o jornalista tivesse dado a palavra somente a quem pensasse como ele. Portanto, haver duas declaraes discordantes entre si, para mostrar que fato que h opinies diferentes sobre um caso, e o jornal expe esse fato irretorquvel. A esperteza est em pr antes entre aspas uma opinio banal e depois outra opinio, mais racional, que se assemelhe muito opinio do jornalista. Assim o leitor tem a impresso de estar sendo informado de dois fatos, mas induzido a aceitar uma nica opinio como a mais convincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto desmoronou, um caminho caiu e o motorista morreu. O texto, depois de relatar rigorosamente o fato, dir: Ouvimos o senhor Rossi, 42 anos, que tem uma banca de jornal na esquina. Fazer o qu, foi uma fatalidade, disse ele, sinto pena desse coitado, mas destino destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 anos, pedreiro que estava trabalhando numa obra ao lado, dir: culpa da prefeitura, que esse viaduto estava com problemas eu j sabia h muito tempo. Com quem o leitor se identificar? Com quem culpa algum ou alguma coisa, com quem aponta responsabilidade. Est claro? O problema no qu e como pr aspas. ECO, Umberto. Nmero Zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6. Segundo o texto, so estratgias utilizadas pelos jornais ao fazer citaes: 1. Escolher criteriosamente as citaes das testemunhas para contemplar pontos de vista divergentes sobre um mesmo fato. 2. Salientar os pontos de vista que mais interessam ao jornalista. 3. Redigir as notcias de tal forma que as opinies sejam apresentadas como fatos. 4. Citar em primeiro lugar as palavras da testemunha que faz uma anlise mais racional dos acontecimentos. Esto de acordo com o texto as estratgias:
(UFPR - 2015- 1 FASE) Leia o seguinte dilogo entre os personagens Simei e Colonna, no romanceNmero Zero, de Umberto Eco: Colonna, exemplifique para os nossos amigos como que se pode seguir, ou dar mostras de seguir, um princpio fundamental do jornalismo democrtico: fatos separados de opinies. Opinies no Amanh [nome do jornal] haver inmeras, e evidenciadas como tais, mas como que se demonstra que em outros artigos so citados apenas fatos? Muito simples disse eu. Observem os grandes jornais de lngua inglesa. Quando falam, sei l, de um incndio ou de um acidente de carro, evidentemente no podem dizer o que acham daquilo. Ento inserem no artigo, entre aspas, as declaraes de uma testemunha, um homem comum, um representante da opinio pblica. Pondo-se aspas, essas afirmaes se tornam fatos, ou seja, um fato que aquele sujeito tenha expressado tal opinio. Mas seria possvel supor que o jornalista tivesse dado a palavra somente a quem pensasse como ele. Portanto, haver duas declaraes discordantes entre si, para mostrar que fato que h opinies diferentes sobre um caso, e o jornal expe esse fato irretorquvel. A esperteza est em pr antes entre aspas uma opinio banal e depois outra opinio, mais racional, que se assemelhe muito opinio do jornalista. Assim o leitor tem a impresso de estar sendo informado de dois fatos, mas induzido a aceitar uma nica opinio como a mais convincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto desmoronou, um caminho caiu e o motorista morreu. O texto, depois de relatar rigorosamente o fato, dir: Ouvimos o senhor Rossi, 42 anos, que tem uma banca de jornal na esquina. Fazer o qu, foi uma fatalidade, disse ele, sinto pena desse coitado, mas destino destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 anos, pedreiro que estava trabalhando numa obra ao lado, dir: culpa da prefeitura, que esse viaduto estava com problemas eu j sabia h muito tempo. Com quem o leitor se identificar? Com quem culpa algum ou alguma coisa, com quem aponta responsabilidade. Est claro? O problema no qu e como pr aspas. ECO, Umberto.Nmero Zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6. Assinale a alternativa correta sobre afirmaes encontradas no texto.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Vontade de punir Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que j so raras em questes sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto controverso. Como explicar o fenmeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se voc pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivduos dispostos a explor-los. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. Assim, para evitar a superexplorao pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror quilo que percebemos como injustias. Na prtica, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando no podemos castig-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, alm de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, torna a justia retributiva algo popular em nossa espcie. Isso, porm, s parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Se cada mnima ofensa exigisse imediata reparao e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idntica, a vida comunitria seria impossvel. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que mes prefiram seus prprios filhos aos de desconhecidos. Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os mpetos da justia retributiva eram modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhes sem vnculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste. SCHWARTSMAN, Hlio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. Assinale a alternativa que resume um posicionamento do autor do texto.
(UFPR - 2015 - 1 FASE) Vontade de punir Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que j so raras em questes sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto controverso. Como explicar o fenmeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se voc pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivduos dispostos a explor-los. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. Assim, para evitar a superexplorao pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror quilo que percebemos como injustias. Na prtica, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando no podemos castig-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, alm de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, torna a justia retributiva algo popular em nossa espcie. Isso, porm, s parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Se cada mnima ofensa exigisse imediata reparao e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idntica, a vida comunitria seria impossvel. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que mes prefiram seus prprios filhos aos de desconhecidos. Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os mpetos da justia retributiva eram modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhes sem vnculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste. SCHWARTSMAN, Hlio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. A que dilema a expresso esse se refere?
(UFPR - 2015- 1 FASE) Vontade de punir Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que j so raras em questes sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto controverso. Como explicar o fenmeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se voc pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivduos dispostos a explor-los. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. Assim, para evitar a superexplorao pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror quilo que percebemos como injustias. Na prtica, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando no podemos castig-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, alm de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, torna a justia retributiva algo popular em nossa espcie. Isso, porm, s parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Se cada mnima ofensa exigisse imediata reparao e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idntica, a vida comunitria seria impossvel. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que mes prefiram seus prprios filhos aos de desconhecidos. Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os mpetos da justia retributiva eram modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhes sem vnculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste. SCHWARTSMAN, Hlio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. Considere o verbo grifado na seguinte frase extrada do texto: Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Um dos objetivos de um dicionrio esclarecer o significado das palavras, apresentando as acepes de um vocbulo indo do literal para o metafrico. No caso dos verbos, h tambm informaes sobre a regncia. Entre as acepes para o verbo grifado acima, adaptadas do Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa (Rio de Janeiro: ed. Objetiva, 2001), assinale a que corresponde ao uso no texto.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Dependendo do contexto em que so empregados, termos como a, at e ir ora denotam espao, ora denotam tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir nem sempre so precisamente especificados no dicionrio. Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicao de tempo ou de espao com a mesma palavra seja o verbo ir. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de raciocnio) do verbo ir de deslocamento: algum vai de A a B quer dizer que algum se desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espao. Dizemos tambm, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas claro que a rodovia no se desloca: ela comea em uma cidade e termina em outra. No h sentido de deslocamento nessa orao, mas ainda estamos no domnio do espao. Agora, veja-se outro caso: tambm dizemos que o perodo colonial vai de 1500 a 1822 (ou a 1808, conforme o ponto de vista). Nesse exemplo, ningum se desloca, nem se informa sobre dois pontos do espao, dois lugares extremos. Agora no se trata mais de espao. Trata-se de tempo. E o verbo o mesmo. POSSENTI, Srio. Analogias. Disponvel em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias. Acesso em 23 mai. 2014. Considere as frases abaixo: 1. A numerao deste modelo de tnis vai de 35 a 44. 2. Se algum perguntar por mim, diga que fui ao cinema. 3. O Canal do Panam vai do Oceano Atlntico ao Pacfico. 4. No hemisfrio Sul, o outono vai de 21 de maro a 20 de junho. 5. As linhas de nibus que partem do terminal 2 vo para a estao central. O sentido do verbo ir fica no domnio do espao:
(UFPR - 2015- 1 FASE) Dependendo do contexto em que so empregados, termos como a, at e ir ora denotam espao, ora denotam tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir nem sempre so precisamente especificados no dicionrio. Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicao de tempo ou de espao com a mesma palavra seja o verbo ir. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de raciocnio) do verbo ir de deslocamento: algum vai de A a B quer dizer que algum se desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espao. Dizemos tambm, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas claro que a rodovia no se desloca: ela comea em uma cidade e termina em outra. No h sentido de deslocamento nessa orao, mas ainda estamos no domnio do espao. Agora, veja-se outro caso: tambm dizemos que o perodo colonial vai de 1500 a 1822 (ou a 1808, conforme o ponto de vista). Nesse exemplo, ningum se desloca, nem se informa sobre dois pontos do espao, dois lugares extremos. Agora no se trata mais de espao. Trata-se de tempo. E o verbo o mesmo. POSSENTI, Srio.Analogias. Disponvel em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias. Acesso em 23 mai. 2014. O verbo ir tem, ainda, outro uso corrente no contemplado no texto: pode ser uma partcula unicamente gramatical responsvel por marcar o tempo futuro do verbo principal da orao. Assinale a alternativa representativa desse uso.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Outras razes para a pauta negativa Vencio A. Lima O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notcias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edio de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Cincia da Computao (DCC) em torno da anlise de sentimento, que relaciona o sucesso das notcias com sua polaridade, negativa ou positiva. Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notcias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negcios e dinheiro, sade, cincia e tecnologia, esportes e mundo. As concluses da pesquisa so preciosas. Cerca de 70% das notcias dirias esto relacionadas a fatos que geram sentimentos negativos tais como catstrofes, acidentes, doenas, crimes e crises. Os textos das manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notcia, vale dizer, o nmero de vezes em que clicada pelo eventual leitor est fortemente vinculado a esses sentimentos e que os dois extremos negativo e positivo so os mais clicados. As manchetes negativas, todavia, so aquelas que atraem maior interesse dos leitores. Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais no brasileiros , os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominncia do jornalismo do vale de lgrimas na grande mdia brasileira. Para alm da partidarizao seletiva das notcias, parece haver tambm uma importante estratgia de sobrevivncia empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais exibidos na televiso brasileira, por exemplo, esto se transformando em incansveis noticirios dirios de crises, crimes, catstrofes, acidentes e doenas de todos os tipos. Carrega-se, sem d nem piedade, nas notcias que geram sentimentos negativos. Mais do que isso: os ncoras dos telejornais, alm das notcias negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentrios, invariavelmente crticos e pessimistas, reforando, para alm da notcia, exatamente seus aspectos e consequncias funestos. Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notcia ruim e sentindo-se impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador afinal desista de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorvel vale de lgrimas mediavalesco. Adaptado de http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/outras-razoes-para-a-pauta-negativa/. Acesso em 19 mai. 2015. Assinale a alternativa que exprime a tese do texto.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Outras razes para a pauta negativa Vencio A. Lima O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notcias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edio de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Cincia da Computao (DCC) em torno da anlise de sentimento, que relaciona o sucesso das notcias com sua polaridade, negativa ou positiva. Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notcias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negcios e dinheiro, sade, cincia e tecnologia, esportes e mundo. As concluses da pesquisa so preciosas. Cerca de 70% das notcias dirias esto relacionadas a fatos que geram sentimentos negativos tais como catstrofes, acidentes, doenas, crimes e crises. Os textos das manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notcia, vale dizer, o nmero de vezes em que clicada pelo eventual leitor est fortemente vinculado a esses sentimentos e que os dois extremos negativo e positivo so os mais clicados. As manchetes negativas, todavia, so aquelas que atraem maior interesse dos leitores. Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais no brasileiros , os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominncia do jornalismo do vale de lgrimas na grande mdia brasileira. Para alm da partidarizao seletiva das notcias, parece haver tambm uma importante estratgia de sobrevivncia empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais exibidos na televiso brasileira, por exemplo, esto se transformando em incansveis noticirios dirios de crises, crimes, catstrofes, acidentes e doenas de todos os tipos. Carrega-se, sem d nem piedade, nas notcias que geram sentimentos negativos. Mais do que isso: os ncoras dos telejornais, alm das notcias negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentrios, invariavelmente crticos e pessimistas, reforando, para alm da notcia, exatamente seus aspectos e consequncias funestos. Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notcia ruim e sentindo-se impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador afinal desista de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorvel vale de lgrimas mediavalesco. Adaptado de http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/outras-razoes-para-a-pauta-negativa/. Acesso em 19 mai. 2015. Ao criar o termo mediavalesco que finaliza o texto, o autor associa a media/mdia ao termo medievalesco, ou seja, relativo Idade Mdia. Sua inteno, com isso, ressaltar um aspecto dos meios de comunicao que poderia ser resumido pelo termo:
(UFPR - 2015- 1 FASE) Outras razes para a pauta negativa Vencio A. Lima O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notcias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edio de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Cincia da Computao (DCC) em torno da anlise de sentimento, que relaciona o sucesso das notcias com sua polaridade, negativa ou positiva. Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notcias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negcios e dinheiro, sade, cincia e tecnologia, esportes e mundo. As concluses da pesquisa so preciosas. Cerca de 70% das notcias dirias esto relacionadas a fatos que geram sentimentos negativos tais como catstrofes, acidentes, doenas, crimes e crises. Os textos das manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notcia, vale dizer, o nmero de vezes em que clicada pelo eventual leitor est fortemente vinculado a esses sentimentos e que os dois extremos negativo e positivo so os mais clicados. As manchetes negativas, todavia, so aquelas que atraem maior interesse dos leitores. Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais no brasileiros , os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominncia do jornalismo do vale de lgrimas na grande mdia brasileira. Para alm da partidarizao seletiva das notcias, parece haver tambm uma importante estratgia de sobrevivncia empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais exibidos na televiso brasileira, por exemplo, esto se transformando em incansveis noticirios dirios de crises, crimes, catstrofes, acidentes e doenas de todos os tipos. Carrega-se, sem d nem piedade, nas notcias que geram sentimentos negativos. Mais do que isso: os ncoras dos telejornais, alm das notcias negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentrios, invariavelmente crticos e pessimistas, reforando, para alm da notcia, exatamente seus aspectos e consequncias funestos. Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notcia ruim e sentindo-se impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador afinal desista de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorvel vale de lgrimas mediavalesco. Adaptado de http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/outras-razoes-para-a-pauta-negativa/. Acesso em 19 mai. 2015. Considere as seguintes sentenas retiradas do texto e assinale a alternativa em que a expresso verbal grifada concorda com um sujeito posposto.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Famlias em transformao O projeto de lei que cria o Estatuto da Famlia colocou na pauta do dia a discusso a respeito do conceito de famlia. Afinal, o que famlia hoje? Algum a tem uma definio, para a atualidade, que consiga acolher todos os grupos existentes que vivem em contextos familiares? A Cmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa: Famlia a unio entre homem e mulher, por meio de casamento ou de unio estvel, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos. Essa a definio aprovada pela Cmara para o projeto cuja finalidade orientar as polticas pblicas quanto aos direitos das famlias essas que se encaixam na definio proposta , principalmente nas reas de segurana, sade e educao. Vou deixar de lado a discusso a respeito das injustias, preconceitos e excluses que tal definio comporta, para conversar a respeito das famlias da atualidade. Desde o incio da segunda metade do sculo passado, o conceito de famlia entrou em crise, e uso a palavra crise no sentido mais positivo do termo: o que aponta para renovao e transio; mudana, enfim. At ento, tnhamos, na modernidade, uma configurao social hegemnica de famlia, que era pautada por um tipo de aliana entre um homem e uma mulher e por relaes de consanguinidade. As mudanas ocorridas no mundo determinaram inmeras alteraes nas famlias, no apenas em seu desenho, mas, principalmente, em suas dinmicas. E importante aceitar essa questo: no foram as famlias que provocaram mudanas na sociedade; esta que determinou muitas mudanas nas famlias. S assim iremos conseguir enxergar que a famlia no um agente de perturbao da sociedade. a sociedade que tem perturbado, e muito, o funcionamento familiar. Um exemplo? Algumas mulheres renunciam ao direito de ficar com o filho recm-nascido durante todo o perodo da licena-maternidade determinado por lei, porque isso pode atrapalhar sua carreira profissional. Em outras palavras: elas entenderam que a sociedade prioriza o trabalho em detrimento da dedicao famlia. assim ou no ? Se pudssemos levantar um nico quesito que seria fundamental para caracterizar a transformao de um agrupamento de pessoas em famlia, eu diria que o vnculo, tanto horizontal quanto vertical. E, hoje, todo mundo conhece grupos de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que tm relao de parentesco que no se constituem verdadeiramente em famlia, por absoluta falta de vnculo entre seus integrantes. Os novos valores sociais tm norteado as pessoas para esse caminho. Vamos lembrar valores decisivos para nossa sociedade: o consumo, que valoriza o trabalho exagerado, a ambio desmedida e o sucesso a qualquer custo; a juventude, que leva adultos, independentemente da idade, a adotar um estilo de vida juvenil, que d pouco espao para o compromisso que os vnculos exigem; a busca da felicidade, identificada com satisfao imediata, que leva a trocas sucessivas nos relacionamentos amorosos, como amizades e par afetivo, s para citar alguns exemplos. O vnculo afetivo tem relao com a vida pessoal. O vnculo social, com a cidadania. Ambos esto bem frgeis, no ? SAYO, Rosely. www.folhaonline.com.br. Em 29 set. 2015. Com base no texto, considere as seguintes afirmativas: 1. O conceito de famlia adotado no projeto de lei que cria o Estatuto da Famlia corresponde composio familiar predominante na primeira metade do sculo XX. 2. Uma famlia se constitui pelo vnculo entre pessoas, sejam da mesma gerao, sejam de geraes diferentes. 3. A ausncia de vnculo afetivo entre pessoas que tm relao de parentesco um fator de desestabilizao da sociedade. 4. O conceito de famlia aprovado pela Cmara dos Deputados exclui do escopo das polticas pblicas parte dos agrupamentos familiares existentes. Assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Famlias em transformao O projeto de lei que cria o Estatuto da Famlia colocou na pauta do dia a discusso a respeito do conceito de famlia. Afinal, o que famlia hoje? Algum a tem uma definio, para a atualidade, que consiga acolher todos os grupos existentes que vivem em contextos familiares? A Cmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa: Famlia a unio entre homem e mulher, por meio de casamento ou de unio estvel, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos. Essa a definio aprovada pela Cmara para o projeto cuja finalidade orientar as polticas pblicas quanto aos direitos das famlias essas que se encaixam na definio proposta , principalmente nas reas de segurana, sade e educao. Vou deixar de lado a discusso a respeito das injustias, preconceitos e excluses que tal definio comporta, para conversar a respeito das famlias da atualidade. Desde o incio da segunda metade do sculo passado, o conceito de famlia entrou em crise, e uso a palavra crise no sentido mais positivo do termo: o que aponta para renovao e transio; mudana, enfim. At ento, tnhamos, na modernidade, uma configurao social hegemnica de famlia, que era pautada por um tipo de aliana entre um homem e uma mulher e por relaes de consanguinidade. As mudanas ocorridas no mundo determinaram inmeras alteraes nas famlias, no apenas em seu desenho, mas, principalmente, em suas dinmicas. E importante aceitar essa questo: no foram as famlias que provocaram mudanas na sociedade; esta que determinou muitas mudanas nas famlias. S assim iremos conseguir enxergar que a famlia no um agente de perturbao da sociedade. a sociedade que tem perturbado, e muito, o funcionamento familiar. Um exemplo? Algumas mulheres renunciam ao direito de ficar com o filho recm-nascido durante todo o perodo da licena-maternidade determinado por lei, porque isso pode atrapalhar sua carreira profissional. Em outras palavras: elas entenderam que a sociedade prioriza o trabalho em detrimento da dedicao famlia. assim ou no ? Se pudssemos levantar um nico quesito que seria fundamental para caracterizar a transformao de um agrupamento de pessoas em famlia, eu diria que o vnculo, tanto horizontal quanto vertical. E, hoje, todo mundo conhece grupos de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que tm relao de parentesco que no se constituem verdadeiramente em famlia, por absoluta falta de vnculo entre seus integrantes. Os novos valores sociais tm norteado as pessoas para esse caminho. Vamos lembrar valores decisivos para nossa sociedade: o consumo, que valoriza o trabalho exagerado, a ambio desmedida e o sucesso a qualquer custo; a juventude, que leva adultos, independentemente da idade, a adotar um estilo de vida juvenil, que d pouco espao para o compromisso que os vnculos exigem; a busca da felicidade, identificada com satisfao imediata, que leva a trocas sucessivas nos relacionamentos amorosos, como amizades e par afetivo, s para citar alguns exemplos. O vnculo afetivo tem relao com a vida pessoal. O vnculo social, com a cidadania. Ambos esto bem frgeis, no ? SAYO, Rosely. www.folhaonline.com.br. Em 29 set. 2015. Identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas sobre o uso de expresses e/ou sinais de pontuao no texto. ( ) O dilogo com o leitor marcado no texto pelo uso da expresso algum a, na segunda linha, e pelo uso recorrente da interrogao. ( ) A expresso sublinhada em a Cmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa antecipa para o leitor a adeso da autora definio de famlia aprovada para o projeto de lei do Estatuto da Famlia. ( ) No trecho direitos das famlias essas que se encaixam na definio proposta , a expresso entre travesses alerta o leitor para a restrio do conceito de famlia mencionado. ( ) As expresses desde o incio da segunda metade do sculo passado e at ento (3o pargrafo) introduzem informaes situadas em um mesmo perodo. Assinale a alternativa que apresenta a sequncia correta, de cima para baixo.
(UFPR - 2015- 1 FASE) O soneto No fluxo e refluxo da mar encontra o poeta incentivo pra recordar seus males, de Gregrio de Matos, apresenta caractersticas marcantes do poeta e do perodo em que ele o escreveu: Seis horas enche e outras tantas vaza A mar pelas margens do Oceano, E no larga a tarefa um ponto no ano, Depois que o mar rodeia, o sol abrasa. Desde a esfera primeira opaca, ou rasa A Lua com impulso soberano Engole o mar por um secreto cano, E quando o mar vomita, o mundo arrasa. Muda-se o tempo, e suas temperanas. At o cu se muda, a terra, os mares, E tudo est sujeito a mil mudanas. S eu, que todo o fim de meus pesares Eram de algum minguante as esperanas, Nunca o minguante vi de meus azares. De acordo com o poema, correto afirmar:
(UFPR - 2015- 1 FASE) A respeito do narrador do romance Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Considere as seguintes afirmativas feitas em relao a alguns contos do livro Vrias Histrias, de Machado de Assis: 1. O conto Um homem clebre assinala que nem a arte, nem o artista conseguem ficar alheios aos interesses mercadolgicos e s motivaes mais torpes da poltica. 2. A Causa Secreta apresenta uma relao peculiar entre dois homens e uma mulher, na qual a efetivao da relao adltera entre dois amantes alegra um marido masoquista. 3. O Conto de escola indica que, mesmo no ambiente corretivo e punitivo de uma escola severa, possvel aprender valores morais deturpados e nocivos. 4. O conto D. Paula narrado a partir de uma perspectiva feminina, e nele a mulher pode escolher o seu destino, mesmo que a ordem patriarcal estabelecida a impea. 5. O conto O Cnego ou a metafsica do estilo apresenta vrias teorias sobre a natureza do estilo; entre elas, uma segundo a qual as palavras possuem sexo e residem em reas diferentes do crebro. Assinale a alternativa correta.