(UFPR - 2017 - 1ª FASE)
No romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto, o narrador tece considerações generalizantes a respeito da sociedade de sua época, ao mesmo tempo em que narra a vida da protagonista, de sua família e a malandragem de Cassi Jones. A respeito de aspectos da construção de Clara ou de fatos de que ela participa, assinale a alternativa correta.
A afirmação “é próprio do nosso pequeno povo fazer uma extravagante amálgama de religiões e crenças de toda a sorte, e socorrer-se desta ou daquela, conforme os transes e momentâneas agruras de sua existência” (capítulo I) explica a frequência de Clara a igrejas e templos de diferentes religiões.
A frase “A gente pobre é difícil de se suportar mutuamente; por qualquer ninharia, encontrando ponto de honra, brigando, especialmente as mulheres” (capítulo VII) alude às provocações que Clara desferia contra suas vizinhas.
A ponderação “Cada um de nós, por mais humilde que seja, tem que meditar, durante a sua vida, sobre o angustioso mistério da Morte, para poder responder cabalmente, se o tivermos que o fazer, sobre o emprego que demos a nossa existência” (capítulo VIII) refere-se à cena da morte de Clara.
O comentário “O seu ideal na vida não era adquirir uma personalidade, não era ser ela, mesmo ao lado do pai ou do futuro marido. Era constituir função do pai, enquanto solteira, e do marido, quando casada. Não imaginava as catástrofes imprevistas da vida” (capítulo VIII) prenuncia as dificuldades que Clara enfrentou no seu casamento com Cassi.
A análise “A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais que a sua honestidade de moça e de mulher tinha todos por inimigos, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente...” (capítulo X) denuncia a frágil educação recebida por Clara como responsável pelo seu destino.