(Ufrgs 2016) Leia o seguinte trecho de O cortiço.
A criadagem da família do Miranda compunha-se de Isaura, mulata ainda moça, moleirona e tola, que gastava todo o vintenzinho que pilhava em comprar capilé na venda de João Romão; uma negrinha virgem, chamada Leonor, muito ligeira e viva, lisa e seca como um moleque, conhecendo de orelha, sem lhe faltar um termo, a vasta tecnologia da obscenidade, e dizendo, sempre que os caixeiros ou os fregueses da taverna, só para mexer com ela, lhe davam atracações: “Óia, que eu me queixo ao juiz de orfe!”; e finalmente o tal Valentim, filho de uma escrava que foi de Dona Estela e a quem esta havia alforriado.
Sobre o texto acima, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.
( ) O fragmento reflete o tom geral do romance, no qual o narrador em terceira pessoa distancia-se das personagens populares – especialmente as negras –, pois está atrelado às reduções do cientificismo naturalista que antepõe raça superior a raça inferior.
( ) A linguagem do narrador é diferente da linguagem da personagem: a fala de Leonor não segue o registro linguístico adotado pelo narrador.
( ) As personagens femininas descritas no trecho – e no romance de maneira geral – são estereotipadas, respondem ao imaginário da mulata sensual e ociosa, especialmente Bertoleza e Rita Baiana.
( ) O narrador em terceira pessoa simpatiza com as personagens populares; tal simpatia está presente em todo o romance, nas inúmeras vezes em que a narração em terceira pessoa cede espaço para o diálogo entre escravos.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
V – V – F – F.
F – F – V – V.
F – F – F – V.
F – V – F – V.
V – V – V – F.