(UFRGS - 2017) A(s) questo(es) a seguir est(ao) relacionada(s) ao texto abaixo. preciso estabelecer uma distino radical entre um brasil escrito com letra minscula, nome de um tipo de madeira de lei oude uma feitoria interessada em explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que designa um povo, uma nao, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O brasil com b minsculo apenas um objeto sem vida, pedao de coisa que morre e no tem a menor condio de se reproduzir como sistema. Mas o Brasil com B maisculo algo muito mais complexo. Estamos interessados em responder esta pergunta: afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL? Note-se que se trata de uma pergunta relacional que, tal como faz a prpria sociedade brasileira, quer juntar e no dividir. Queremos, isto sim, descobrir como que eles se ligam entre si; como que cada um depende do outro; e como os dois formam uma realidade nica que existe concretamente naquilo que chamamos de ptria. Se a condio humana determina que todos os homens devem comer, dormir, trabalhar, reproduzir-se e rezar, essa determinao no chega ao ponto de especificar tambm qual comida ingerir, de que modo produzir e para quantos deuses ou espritos rezar. precisamente aqui, nessa espcie de zona indeterminada, mas necessria, que nascem as diferenas e, nelas, os estilos, os modos de ser e estar; os jeitos de cada grupo humano. Trata-se, sempre, da questo de identidade. Como se constri uma identidade social? Como um povo se transforma em Brasil? A pergunta, na sua discreta singeleza, permite descobrir algo muito importante. que, no meio de uma multido de experincias dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessrias [15]prpria sobrevivncia como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. outras acidentais ou histricas , o Brasil ter sido descoberto por portugueses e no por chineses, a geografia do Brasil ter certas caractersticas, falarmos portugus e no francs, a famlia real ter se transferido para o Brasil no incio do sculo XIX etc. , cada sociedade (e cada ser humano) apenas se utiliza de um nmero limitado de coisas (e de experincias) para se construir como algo nico. Nessa perspectiva, a chave para entender a sociedade brasileira uma chave dupla. E, para mim, a capacidade relacional do antigo com o moderno tipifica e singulariza a sociedade brasileira. Ser preciso, portanto, discutir o Brasil como uma moeda. Como algo que tem dois lados. E mais: como uma realidade que nos tem iludido, precisamente porque nunca lhe propusemos esta questo relacional e reveladora: afinal de contas, como se ligam as duas faces de uma mesma moeda? O que faz o brasil, Brasil? Adaptado de: DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? A questo da identidade. In:_____. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 9-17. Considere os seguintes pares de elementos do texto. I. e (linha 2) e E (linha 19). II. ou (linha1) e ou (linha 9). III. se (linha 4) e Se (linha 8). Em quais pares os dois elementos pertencem mesma classe gramatical?
(UFRGS-RS-2017) Leia o segmento abaixo, do terceiro capítulo de O cortiço, de Aluísio Azevedo. Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. (...) O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o segmento. ( ) O segmento apresenta a descrição do cortiço sem destacar um personagem, com ênfase na coletividade para ações triviais de homens, mulheres e crianças. ( ) O despertar, matéria cotidiana, é figurado como fato rotineiro de pessoas executando seus hábitos higiênicos matinais. ( ) A linguagem do narrador, preocupado em mostrar a dimensão natural presente nas ações humanas, evidencia-se em expressões como prazer animal de existir. ( ) O objetivo, nesse segmento, é apresentar o cortiço e a venda como empreendimentos comerciais usados no enriquecimento de João Romão. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(UFRGS-2017) Assinale a alternativa correta sobre o Sermão do bom sucesso das armas e o Sermão de Santo Antônio, do padre Antônio Vieira.
(Ufrgs 2017) Associe adequadamente o bloco inferior ao superior, levando em consideração o contexto histórico que subjaz a cada capítulo do romance O continente, de Erico Verissimo. 1. A fonte 2. Ana Terra 3. Um certo capitão Rodrigo 4. A guerra 5. Ismália Caré ( ) Emergência e apogeu dos gaudérios, Revolução Farroupilha e chegada dos primeiros imigrantes alemães. ( ) Surgimento da oposição republicana e abolicionista e criação do PRR (Partido Republicano Riograndense). ( ) Últimos anos das Missões Jesuíticas, os Sete Povos das Missões. ( ) Conquista do território sul-rio-grandense por famílias paulistas e criação dos primeiros povoados. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(Ufrgs 2017) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o capítulo A Teiniaguá, do romance O continente, de Erico Verissimo. ( ) Aguinaldo Silva vem do Norte e chega a Santa Fé depois de muitas andanças pelo Brasil, emprestando dinheiro a juro alto. ( ) Luzia, neta adotiva de Aguinaldo Silva, vem da Corte para Santa Fé e torna-se a senhora do Sobrado. ( ) Luzia escolhe Bolívar Cambará para casar, apaixonada por seu jeito sofisticado e urbano. ( ) Dr. Carl Winter frequenta o Sobrado e nutre grande admiração por Luzia, a quem compara com Melpômene, musa da tragédia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(Ufrgs 2017) Leia abaixo o diálogo entre Severino e Mestre Carpina, retirado de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Seu José, mestre carpina, que lhe pergunte permita: há muito no lamaçal apodrece a sua vida? e a vida que tem vivido foi sempre comprada à vista? Severino, retirante, sou de Nazaré da Mata, mas tanto lá como aqui jamais me fiaram nada: a vida de cada dia cada dia hei de comprá-la. Seu José, mestre carpina, e que interesse, me diga, há nessa vida a retalho que é cada dia adquirida? espera poder um dia comprá-la em grandes partidas? Severino, retirante, não sei bem o que lhe diga: não é que espere comprar em grosso tais partidas, mas o que compro a retalho é, de qualquer forma, vida. Seu José, mestre carpina, que diferença faria se em vez de continuar tomasse a melhor saída: a de saltar, numa noite, fora da ponte e da vida? Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações. ( ) Severino, retirante chegado ao Recife, questiona a vida miserável de Mestre Carpina. ( ) Mestre Carpina defende a necessidade de viver mesmo que em condição precária. ( ) Mestre Carpina nega-se a ouvir os infundados questionamentos de Severino. ( ) Severino, em sua última interrogação, aponta uma hesitação entre viver e morrer. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(UFRGS - 2017) preciso estabelecer uma distino radical entre um brasil escrito com letra minscula, nome de um tipo de madeira de lei 1ou de uma feitoria interessada em explorar uma terra como outra qualquer2, 3e o Brasil que designa um povo, uma 4nao, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O brasil com b minsculo apenas um objeto sem vida5, pedao de coisa que morre e no tem a menor condio de 6se reproduzir como sistema. 7Mas o Brasil com B maisculo algo muito mais complexo. Estamos interessados em responder esta pergunta: afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL? Note-se que se trata de uma pergunta relacional que, tal como faz a prpria sociedade brasileira, quer juntar e no dividir. Queremos, 8isto sim, descobrir como que eles se ligam entre 9si10; como que cada um depende do outro; e 11como os dois formam uma realidade nica que existe concretamente naquilo que chamamos de 12ptria. 13Se a condio humana determina que todos os homens devem comer, dormir, trabalhar, reproduzir-se e rezar, essa determinao no chega ao ponto de especificar tambm qual comida ingerir, de que modo produzir e para quantos deuses 14ou espritos rezar. precisamente aqui, nessa espcie de zona indeterminada, mas necessria, que nascem as diferenas e, nelas, os estilos, os modos de ser e estar; os 15jeitos de cada grupo humano. 16Trata-se, sempre, da questo de identidade. Como se constri uma identidade social? Como um povo se transforma em Brasil? 17A pergunta, 18na sua discreta singeleza, permite descobrir algo muito importante. que, no meio de uma multido de experincias dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessrias prpria sobrevivncia como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. outras acidentais ou histricas , 19o Brasil ter sido descoberto por portugueses e no por chineses, a geografia do Brasil ter certas caractersticas, falarmos 20portugus e no 21francs, a famlia real ter se transferido para o Brasil no incio do sculo XIX etc. , cada sociedade (e cada ser humano) apenas se utiliza de um nmero limitado de 22coisas (e de experincias) 23para se construir como algo nico. 24Nessa perspectiva, a chave para entender a 25sociedade brasileira uma 26chave dupla. 27E, 28para mim, a capacidade relacional do antigo com o moderno tipifica e singulariza a sociedade brasileira. Ser preciso, 29portanto, discutir o Brasil como uma 30moeda. Como algo que tem dois lados. 31E mais: como uma realidade que nos tem 32iludido, precisamente porque 33nunca lhe propusemos esta questo relacional e reveladora: afinal de contas, como se ligam as duas faces de uma mesma moeda? O que faz o 34brasil, 35Brasil? Adaptado de: DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? A questo da identidade. In:_____. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 9-17. Assinale a alternativa que apresenta a correta passagem de segmento do texto da voz ativa para a voz passiva.
(UFRGS - 2017) Muita gente que ouve a expresso polticas lingusticas pela primeira vez pensa em algo 1solene, formal, oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se perguntando o que seriam leis sobre lnguas. De fato, h leis sobre lnguas, mas as 2polticas lingusticas tambm podem ser menos 3formais e nem passar por leis propriamente ditas. Em quase todos os casos, figuram no cotidiano, 4pois envolvem no s a gesto da linguagem, mas tambm as prticas de linguagem, e as crenas e valores que circulam a respeito 5delas. Tome, por exemplo, a situao do 6cidado das classes confortveis brasileiras, que quer que a escola ensine a norma culta da lngua portuguesa. 7Ele folga em saber que se vai exigir isso dos candidatos s vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa ou exige o mesmo padro culto, por exemplo, na ata de condomnio, que ele aprova como est, 8desapegada da ortografia e das regras de concordncia verbais e nominais 9preconizadas pela gramtica normativa. Ele acha timo que a escola dos filhos faa 10baterias de exerccios para fixar as normas ortogrficas, mas pouco se incomoda com os problemas de redao nos enunciados das tarefas dirigidas s crianas ou nos textos de comunicao da escola dirigidos comunidade escolar. Essas so polticas lingusticas. 11Afinal, onde h gente, h grupos de pessoas que falam lnguas. Em cada um desses grupos, h decises, 12tcitas ou explcitas, sobre como proceder, sobre o que aceitvel ou no, e por a afora. Vamos chamar essas escolhas 13assim como 14as discusses que levam at 15elas e as aes que delas resultam de polticas. Esses grupos, pequenos ou grandes, de pessoas tratam com outros grupos, que por sua vez usam lnguas e tm as suas polticas internas. Vivendo imersos em linguagem e tendo constantemente que lidar com outros indivduos e outros grupos mediante o uso da linguagem, no surpreende que os recursos de linguagem l pelas tantas se tornem, eles prprios, tema de poltica e objetos de polticas explcitas. Como 16esses recursos podem ou devem se apresentar? Que funes eles podem ou devem ter? Quem pode ou deve ter acesso a 17eles? Muito do que fazemos, 18portanto, diz respeito s polticas lingusticas. Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as polticas lingusticas.ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. Assinale a alternativa em que o prefixo des atribui forma a que se agrega o mesmo sentido que atribui desapegada (ref. 8).