(UFSM 2011)
Se a recente antropologia estrutural está certa (e suas hipóteses, de fato, elaboram as suposições de Leibniz e Herder), esses modelos de parentesco, essas convenções de mútua identificação que subjazem a toda sociedade humana, dependem vitalmente da disponibilidade e desenvolvimento da linguagem. A passagem do homem de um estado natural para um estado cultural, o principal ato isolado de sua história está em todos os pontos entrelaçados com suas daculdades de fala. Os tabus do incesto e os consequentes sistemas de parentesco que tornam possível a definição e a sobrevivência biossocial de uma comunidade não precedem a linguagem. Muito provavelmente desenvolvem-se com ela e através dela. Não podemos proibir o que não podemos nomear. As regras de casamento exogâmico ou endogâmico só podem ser formuladas e o que não é menos importante transmitidas onde existam adequada sintaxe e taxionomia verbal.
Fonte: Steiner, George. Extraterritorial: a literatura e a revolução da linguagem. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria de Estado da Cultura, 1990. p. 69/70.
Segundo o texto,
I- o autor considera a linguagem como uma condição apenas suficiente para a passagem do homem de um estado natural para um estado cultural.
II- os estudos recentes de antropologia estrutural conflitam com as especulações filosóficas de Leibniz e Herder.
III. a capacidade de nomeação é uma condição necessária para o estabelecimento de interdição social.
Está(ão) correta(s)
apenas I.
apenas II.
apenas III.
apenas I e II.
apenas II e III.