A Revolução Francesa introduziu novos princípios políticos nas relações internacionais; a rebelião de escravos de Sant-Domingue [Haiti] irradiou o medo por todas as colônias do Novo Mundo em que predominava a agricultura de latifúndio; dissidentes "criollos" da América Espanhola [...] fizeram propaganda por toda a Europa em favor da emancipação das colônias americanas [...]. Planos de conquista se alternaram com projetos de libertação; mas pouca coisa foi feita numa ou noutra direção antes de 1806, quando o poder naval da Inglaterra estava apto a garantir que ela, e não a França, se beneficiasse de uma desintegração cada vez maior do comércio colonial espanhol.
(WADDELL, D.A.G. "A Política Internacional e a Independência da América Latina". In: BETHELL, Leslie (Org.). "História da América Latina: Vol. II - América Latina Colonial". São Paulo: Edusp. / Brasília: FAG, 1999, p. 231.)
Considerando o contexto a que se refere o trecho, marque a alternativa que esclarece corretamente a problemática histórica central narrada acima e suas relações com processos históricos vividos no Brasil no século XIX.
Mudanças importantes no equilíbrio de forças europeu desde a virada do século XVIII-XIX tiveram forte vinculação com os movimentos de emancipação, de escravos ou política, ocorridos nas colônias espanholas e portuguesas na América nesse período.
A Revolução Francesa mudou os rumos políticos na Europa e na América e seus agentes revolucionários lideraram movimentos de independência das colônias espanholas e do Brasil, inclusive com projetos de libertação.
Movimentos de caráter liberal e igualitário mobilizaram do mesmo modo as forças revolucionárias na França, Inglaterra, Espanha e colônias na América, unificando os benefícios e conquistas para escravos, criollos e brasileiros.
A desintegração do comércio colonial espanhol atendeu aos interesses ingleses e brasileiros. Além disso, favoreceu a emancipação dos escravos e das colônias espanholas e portuguesas, apesar do temor dos latifundiários.