(UFU-MG-2007)
Em períodos de eleições, é comum haver campanha pela anulação do voto, como forma de protesto, gerando discussões acirradas entre os favoráveis ao voto nulo e os que defendem a ideia de que o cidadão deve escolher candidato. Os textos, a seguir, extraídos da revista "Superinteressante", de setembro de 2006, discutem essa questão e apresentam argumentos contrários e favoráveis ao voto nulo. Leia os textos, antes de redigir sua redação.
Você liga a TV e as mesmas palavras aparecem: desvio de dinheiro público, improbidade administrativa, caixa 2. Sem falar nos deslizes que os governos cometem mesmo quando são bem-intencionados. Diante de tanta desilusão com a política no Brasil, muita gente decide "chutar o balde", recusar todos os candidatos de uma vez e votar nulo. Outros se perguntam se, afinal de contas, o ato de anular tem algum valor para melhorar o país. No "Orkut", o site de relacionamentos, há 55 comunidades que tratam explicitamente do voto nulo: 44 são a favor; 8 contra; 3 registram prós e contras, sem posição firmada. O assunto também está na TV. A MTV, em agosto, foi acusada de fazer propaganda do voto nulo em uma vinheta que sugeria ao público jogar ovos e tomates nos políticos. No ano de 2002, a última eleição presidencial, 7 milhões de brasileiros escolheram votar nulo. Será que esses votos são resultado de uma atitude digna? Ou significaram simplesmente tomar uma decisão alienada de jogar um direito no lixo? A favor ou contra o voto nulo, todos concordam que o atual sistema político do Brasil tem problemas muito mais profundos que a escolha de um ou outro candidato. Segundo o IBGE, mais de 30% dos brasileiros não sabem quem é o governador de seu estado. Dois em cada 10 brasileiros não conseguem dizer quem é o presidente da República, e só 18% praticaram alguma ação política, como fazer uma reclamação ou preencher um abaixoassinado. Anular também parece uma boa para quem não se contenta ou não vê diferença entre os candidatos. "Política é escolha. E o voto nulo é uma escolha como qualquer outra", afirma Francisco de Oliveira, professor de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP).
VOTE NULO - Votar é um ato de renunciar à própria liberdade. Não precisamos de líderes para nos impor leis e criar regras que limitam nossos direitos. - A democracia se tornou um espetáculo de televisão. O eleitor escolhe candidatos como produtos. É preciso negar esse sistema. - Não é possível mudar o sistema político por dentro dele. A política muda as pessoas, levando qualquer um à corrupção. - Os candidatos são cada vez mais parecidos. A briga entre eles é falsa e serve para que ainda haja esperança na democracia e para que continuem no poder. - Se o eleitor não está contente com nenhum candidato, tem o direito de anular. É uma escolha legítima como qualquer outra. - Política não é só voto, também é pressão e participação pública. As eleições sugerem que não há outra atitude política além do voto. - Se o eleitor não conhece os candidatos, corre o risco de votar em corruptos. Portanto, sua melhor opção é anular.
NÃO VOTE NULO - É claro que precisamos de líderes e representantes de nossas opiniões e desejos. Uma sociedade sem líderes seria anárquica e acabaria em barbárie. - O voto nulo tem pouco valor como protesto, já que os políticos brasileiros não se importam com a opinião do eleitor. - Mesmo se a maioria da população anulasse o voto, não haveria efeito nenhum, já que a Constituição considera apenas os votos válidos. - A corrupção no Brasil está concentrada em alguns grupos. Basta evitá-los e conhecer bem os candidatos, para a política melhorar. - Anular é uma atitude alienada, de quem não se importa com o rumo do país. Retirar-se da discussão é fácil, porém perigoso. - A política não é só voto, mas ele é uma peça importante para decidir os rumos do país e não exclui outras formas de ação política.
- Se as pessoas conscientes anularem o voto, a eleição será decidida apenas pelos menos capacitados.
Redija seu texto, POSICIONANDO-SE A FAVOR OU CONTRA O VOTO NULO.
Observações:
1 - Não se esqueça de que você deverá fazer um texto expositivo ou argumentativo.
2 - Não deixe de dar um título a sua redação, de acordo com a orientação geral.
3 - Não copie trechos dos textos motivadores.