(Ufu 2011) A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos “acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos, inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo).
Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80.
Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel.
Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as causas que o determinaram cessem de existir”; e de virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser “prudente”.
Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as “causas mudaram”; e de fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas.
Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna.
O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as “circunstâncias” podem mudar.