(UFU - 2022) O problema central do mtodo narrativo diz respeito relao do autor com a sua obra. Em uma pea teatral, o autor ausente; ele desapareceu por trs dela. Mas o poeta pico conta a histria como contador profissional, incluindo os seus comentrios no poema e dando narrativa propriamente dita (distinta do dilogo) o seu prprio estilo. O romancista pode, similarmente, contar uma histria sem afirmar que testemunhou ou participou do que narra. Pode escrever na terceira pessoa, como autor onisciente. Esse , sem dvida, o modo tradicional e natural de narrao. O autor est presente, ao lado da sua obra, como o palestrante cuja exposio acompanha o projetor de slides ou o filme documentrio. WELLEK, Ren; WARREN, Austin. Teoria da Literatura e Metodologia dos Estudos Literrios. So Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 301. Sobre o trecho acima e os gneros literrios, assinale a alternativa correta.
(UFU - 2022) Embora acentue sob alguns aspectos o requinte da arte pela arte, o Simbolismo se ope tanto ao Realismo como ao Parnasianismo, situando-se muito prximo das orientaes romnticas, de que em parte uma revivescncia. No aceitando a separao entre sujeito e objeto, entre artista e assunto, para ele objetivo e subjetivo se fundem, pois o mundo e a alma tm afinidades misteriosas, e as coisas mais dspares podem revelar um parentesco inesperado. O esprito, portanto, no apreende totalmente nem traa um contorno firme dos objetos, dos seres, das ideias. Cabe-lhe apenas o recurso de aproximar-se da sua realidade oculta por meio de tentativas, que a sugerem sem esgot-la. CANDIDO, Antonio; CASTELLO, Jos Aderaldo. Presena da Literatura Brasileira. 6. ed. So Paulo: Difel, 1976. v. 2. p. 104. Sobre o movimento simbolista no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA.
(UFU - 2022) Assinale a alternativa correta sobre o conto Trs Gnios de Secretaria, de Lima Barreto.
(UFU - 2022) Por isso que se v tanta porcaria por esse mundo de Cristo! disse a Augusta. Filha minha s se casar com quem ela bem quiser; que isto de casamentos empurrados fora acabam sempre desgraando tanto a mulher como o homem! Meu marido pobre e de cor, mas eu sou feliz, porque casei por meu gosto! Ora! Mais vale um gosto que quatro vintns! Nisto comeou a gemer porta do 35 uma guitarra; era de Jernimo. Depois da ruidosa alegria e do bom humor, em que palpitara quela tarde toda a repblica do cortio, ela parecia ainda mais triste e mais saudosa do que nunca: Minha vida tem desgostos, Que s eu sei compreender... Quando me lembro da terra Parece que vou morrer [] Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostlgico dos desterrados, iam todos, at mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho do Porfiro, acompanhado pelo violo do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da msica crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se algum lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. J no eram dois instrumentos que soavam, eram lbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor; msica feita de beijos e soluos gostosos; carcia de fera, carcia de doer, fazendo estalar de gozo. E aquela msica de fogo doidejava no ar como um aroma quente de plantas brasileiras, em torno das quais se nutrem, girando, moscardos sensuais e besouros venenosos, freneticamente, bbedos do delicioso perfume que os mata de volpia. AZEVEDO, Alusio. O cortio. Disponvel em: . Acesso em: 28 set. 2022. Assinale a alternativa correta sobre o trecho acima, de O cortio.
(UFU - 2022) [...] E a lua pousa em teu rosto. Branco, de morte caiado, que sepulcros evoca mas que hastes submarinas e lgidas e espelhos e lrios que o tirano decepou, e faces amortalhadas em farinha. O bigode negro cresce em ti como um aviso e logo se interrompe. negro, curto, espesso. O rosto branco, de lunar matria, face cortada em lenol, risco na parede, caderno de infncia, apenas imagem entretanto os olhos so profundos e a boca vem de longe, sozinha, experiente, calada vem a boca sorrir, aurora, para todos. E j no sentimos a noite, e a morte nos evita, e diminumos como se ao contato de tua bengala mgica voltssemos ao pas secreto onde dormem meninos. J no o escritrio de mil fichas, nem a garagem, a universidade, o alarme, realmente a rua abolida, lojas repletas, e vamos contigo arrebentar vidraas, e vamos jogar o guarda no cho, e na pessoa humana vamos redescobrir aquele lugar cuidado! que atrai os pontaps: sentenas de uma justia no oficial. [...] ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. 21. ed. So Paulo, Record, 2000. p. 199. Sobre o trecho acima, do poema Canto ao homem do povo Charlie Chaplin, INCORRETO afirmar que