(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 12 a 16, leia o trecho do romance Grande serto: veredas, de Guimares Rosa. Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas no por disfarar, no pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. No crio receio. O senhor homem de pensar o dos outros como sendo o seu, no criatura de pr denncia. E meus feitos j revogaram, prescrio dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoada, ningum me caa. Da vida pouco me resta s o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de So Joo Branco, um homem andava falando: A ptria no pode nada com a velhice... Discordo. A ptria dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anis velhos sem valor, as pedras retiradas ele dizia: aqueles todos anis davam at choque eltrico... No. Eu estou contando assim, porque o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Gois, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em So Romo, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, so outras coisas. A lembrana da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem no misturam. Contar seguido, alinhavado, s mesmo sendo as coisas de rasa importncia. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim que eu conto. [...] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. (Grande serto: veredas, 2015.) No texto, o narrador
(UNESP - 2021 - 1 FASE) Para responder s questes de 09 a 15, leia o texto extrado da primeira parte, intitulada A terra, da obra Os sertes, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalstica da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902. Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo monotonia de um canhoneio1frouxo de tiros espaados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale nico. Pequenos arbustos, icozeiros2virentes viando em tufos intermeados de palmatrias3de flores rutilantes, davam ao lugar a aparncia exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma rvore nica, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetao franzina. O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo cho e protegido por ela braos largamente abertos, face volvida para os cus um soldado descansava. Descansava... havia trs meses. Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4estrondada, o cinturo e o bon jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversrio possante. Cara, certo, derreando-se violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, no fora percebido. No compartira, por isto, a vala comum de menos de um cvado de fundo em que eram jogados, formando pela ltima vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concesso: livrara-o da promiscuidade lgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali h trs meses braos largamente abertos, rosto voltado para os cus, para os sis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes... E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traos fisionmicos, de modo a incutir a iluso exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, sombra daquela rvore benfazeja. Nem um verme o mais vulgar dos trgicos analistas da matria lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilho da vida sem decomposio repugnante, numa exausto imperceptvel. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares. (Os sertes, 2016.) 1 canhoneio: descarga de canhes. 2 icozeiro: arbusto de folhas coriceas, flores de tom verde-plido e frutos bacceos. 3 palmatria: planta da famlia das cactceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou rseas, e bagas vermelhas. 4 Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher. Alm da primeira parte intitulada A terra, outras duas partes, intituladas O homem e A luta, compem Os sertes. Verifica-se assim, na prpria estrutura da obra, uma ntida influncia do
(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 12 a 16, leia o trecho do romance Grande serto: veredas, de Guimares Rosa. Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas no por disfarar, no pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. No crio receio. O senhor homem de pensar o dos outros como sendo o seu, no criatura de pr denncia. E meus feitos j revogaram, prescrio dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoada, ningum me caa. Da vida pouco me resta s o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de So Joo Branco, um homem andava falando: A ptria no pode nada com a velhice... Discordo. A ptria dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anis velhos sem valor, as pedras retiradas ele dizia: aqueles todos anis davam at choque eltrico... No. Eu estou contando assim, porque o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Gois, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em So Romo, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, so outras coisas. A lembrana da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem no misturam. Contar seguido, alinhavado, s mesmo sendo as coisas de rasa importncia. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim que eu conto. [...] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. (Grande serto: veredas, 2015.) No trecho O senhor homem de pensar o dos outros como sendo o seu, no criatura de pr denncia, o narrador caracteriza seu interlocutor como
(UNESP - 2021 - 1 FASE) Para responder s questes de 09 a 15, leia o texto extrado da primeira parte, intitulada A terra, da obra Os sertes, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalstica da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902. Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo monotonia de um canhoneio1frouxo de tiros espaados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale nico. Pequenos arbustos, icozeiros2virentes viando em tufos intermeados de palmatrias3de flores rutilantes, davam ao lugar a aparncia exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma rvore nica, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetao franzina. O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo cho e protegido por ela braos largamente abertos, face volvida para os cus um soldado descansava. Descansava... havia trs meses. Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4estrondada, o cinturo e o bon jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversrio possante. Cara, certo, derreando-se violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, no fora percebido. No compartira, por isto, a vala comum de menos de um cvado de fundo em que eram jogados, formando pela ltima vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concesso: livrara-o da promiscuidade lgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali h trs meses braos largamente abertos, rosto voltado para os cus, para os sis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes... E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traos fisionmicos, de modo a incutir a iluso exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, sombra daquela rvore benfazeja. Nem um verme o mais vulgar dos trgicos analistas da matria lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilho da vida sem decomposio repugnante, numa exausto imperceptvel. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares. (Os sertes, 2016.) 1 canhoneio: descarga de canhes. 2 icozeiro: arbusto de folhas coriceas, flores de tom verde-plido e frutos bacceos. 3 palmatria: planta da famlia das cactceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou rseas, e bagas vermelhas. 4 Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher. Considerando-se o contexto, o termo que qualifica o substantivo na expresso adversrio possante (4pargrafo) tem sentido oposto ao termo que qualifica o substantivo em
(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 12 a 16, leia o trecho do romance Grande serto: veredas, de Guimares Rosa. Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas no por disfarar, no pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. No crio receio. O senhor homem de pensar o dos outros como sendo o seu, no criatura de pr denncia. E meus feitos j revogaram, prescrio dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoada, ningum me caa. Da vida pouco me resta s o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de So Joo Branco, um homem andava falando: A ptria no pode nada com a velhice... Discordo. A ptria dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anis velhos sem valor, as pedras retiradas ele dizia: aqueles todos anis davam at choque eltrico... No. Eu estou contando assim, porque o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Gois, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em So Romo, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, so outras coisas. A lembrana da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem no misturam. Contar seguido, alinhavado, s mesmo sendo as coisas de rasa importncia. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim que eu conto. [...] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. (Grande serto: veredas, 2015.) Para a formao do neologismo vivimento, o narrador recorreu ao mesmo processo de formao de palavras observado em
(UNESP - 2021 - 1 FASE) Para responder s questes de 09 a 15, leia o texto extrado da primeira parte, intitulada A terra, da obra Os sertes, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalstica da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902. Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo monotonia de um canhoneio1frouxo de tiros espaados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale nico. Pequenos arbustos, icozeiros2virentes viando em tufos intermeados de palmatrias3de flores rutilantes, davam ao lugar a aparncia exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma rvore nica, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetao franzina. O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo cho e protegido por ela braos largamente abertos, face volvida para os cus um soldado descansava. Descansava... havia trs meses. Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4estrondada, o cinturo e o bon jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversrio possante. Cara, certo, derreando-se violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, no fora percebido. No compartira, por isto, a vala comum de menos de um cvado de fundo em que eram jogados, formando pela ltima vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concesso: livrara-o da promiscuidade lgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali h trs meses braos largamente abertos, rosto voltado para os cus, para os sis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes... E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traos fisionmicos, de modo a incutir a iluso exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, sombra daquela rvore benfazeja. Nem um verme o mais vulgar dos trgicos analistas da matria lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilho da vida sem decomposio repugnante, numa exausto imperceptvel. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares. (Os sertes, 2016.) 1 canhoneio: descarga de canhes. 2 icozeiro: arbusto de folhas coriceas, flores de tom verde-plido e frutos bacceos. 3 palmatria: planta da famlia das cactceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou rseas, e bagas vermelhas. 4 Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher. Observa-se o emprego de voz passiva no trecho
(UNESP - 2021 - 1 FASE) Leia a narrativa O leo, o burro e o rato, de Millr Fernandes, para responder s questes de 16 a 19. Um leo, um burro e um rato voltaram, afinal, da caada que haviam empreendido juntos1 e colocaram numa clareira tudo que tinham caado: dois veados, algumas perdizes, trs tatus, uma paca e muita caa menor. O leo sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: Bem, agora que terminamos um magnfico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforo conjunto. Compadre burro, por favor, voc, que o mais sbio de ns trs, com licena do compadre rato, voc, compadre burro, vai fazer a partilha desta caa em trs partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, at o rio, beber um pouco de gua, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar. Os dois se afastaram, foram at o rio, beberam gua2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caa em trs partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leo: Pronto, compadre leo, a est: que acha da partilha? O leo no disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no cho, morto. Sorrindo, o leo voltou-se para o rato e disse: Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impresso de que concorda em que no podamos suportar a presena de tamanha inaptido e burrice. Desculpe eu ter perdido a pacincia, mas no havia outra coisa a fazer. H muito que eu no suportava mais o compadre burro. Me faa um favor agora divida voc o bolo da caa, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou at o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberao sensata. Mal o leo se afastou, o rato no teve a menor dvida. Dividiu o monte de caa em dois: de um lado, toda a caa, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leo ainda no tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou: Compadre leo, est pronta a partilha! O leo, vendo a caa dividida de maneira to justa, no pde deixar de cumprimentar o rato: Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como voc chegou to depressa a uma partilha to certa? E o rato respondeu: Muito simples. Estabeleci uma relao matemtica entre seu tamanho e o meu claro que voc precisa comer muito mais. Tracei uma comparao entre a sua fora e a minha claro que voc precisa de muito maior volume de alimentao do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posio na floresta com a minha e, evidentemente, a partilha s podia ser esta. Alm do que, sou um intelectual, sou todo esprito! Inacreditvel, inacreditvel! Que compreenso! Que argcia! exclamou o leo, realmente admirado. Olha, juro que nunca tinha notado, em voc, essa cultura. Comovoc escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria? Na verdade, leo, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fnebre, se no se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto. Moral: S um burro tenta ficar com a parte do leo. 1 A conjugao de esforos to heterogneos na destruio do meio ambiente coisa muito comum. 2 Enquanto estavam bebendo gua, o leo reparou que o rato estava sujando a gua que ele bebia. Mas isso j outra fbula. (100 fbulas fabulosas, 2012.) A narrativa de Millr Fernandes afasta-se do modelo tradicional da fbula na medida em que emprega um tom
(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 12 a 16, leia o trecho do romance Grande serto: veredas, de Guimares Rosa. Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas no por disfarar, no pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. No crio receio. O senhor homem de pensar o dos outros como sendo o seu, no criatura de pr denncia. E meus feitos j revogaram, prescrio dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoada, ningum me caa. Da vida pouco me resta s o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de So Joo Branco, um homem andava falando: A ptria no pode nada com a velhice... Discordo. A ptria dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anis velhos sem valor, as pedras retiradas ele dizia: aqueles todos anis davam at choque eltrico... No. Eu estou contando assim, porque o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Gois, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em So Romo, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, so outras coisas. A lembrana da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem no misturam. Contar seguido, alinhavado, s mesmo sendo as coisas de rasa importncia. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim que eu conto. [...] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. (Grande serto: veredas, 2015.) Dupla negao: emprego conjugado de palavras negativas. (Celso Pedro Luft. Abc da lngua culta, 2010. Adaptado.) Observa-se a ocorrncia de dupla negao no trecho:
(UNESP - 2021 - 1FASE) Leia a narrativa O leo, o burro e o rato, de Millr Fernandes, para responder s questes de 16 a 19. Um leo, um burro e um rato voltaram, afinal, da caada que haviam empreendido juntos1e colocaram numa clareira tudo que tinham caado: dois veados, algumas perdizes, trs tatus, uma paca e muita caa menor. O leo sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: Bem, agora que terminamos um magnfico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforo conjunto. Compadre burro, por favor, voc, que o mais sbio de ns trs, com licena do compadre rato, voc, compadre burro, vai fazer a partilha desta caa em trs partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, at o rio, beber um pouco de gua, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar. Os dois se afastaram, foram at o rio, beberam gua2e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caa em trs partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leo: Pronto, compadre leo, a est: que acha da partilha? O leo no disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no cho, morto. Sorrindo, o leo voltou-se para o rato e disse: Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impresso de que concorda em que no podamos suportar a presena de tamanha inaptido e burrice. Desculpe eu ter perdido a pacincia, mas no havia outra coisa a fazer. H muito que eu no suportava mais o compadre burro. Me faa um favor agora divida voc o bolo da caa, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou at o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberao sensata. Mal o leo se afastou, o rato no teve a menor dvida. Dividiu o monte de caa em dois: de um lado, toda a caa, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leo ainda no tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou: Compadre leo, est pronta a partilha! O leo, vendo a caa dividida de maneira to justa, no pde deixar de cumprimentar o rato: Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como voc chegou to depressa a uma partilha to certa? E o rato respondeu: Muito simples. Estabeleci uma relao matemtica entre seu tamanho e o meu claro que voc precisa comer muito mais. Tracei uma comparao entre a sua fora e a minha claro que voc precisa de muito maior volume de alimentao do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posio na floresta com a minha e, evidentemente, a partilha s podia ser esta. Alm do que, sou um intelectual, sou todo esprito! Inacreditvel, inacreditvel! Que compreenso! Que argcia! exclamou o leo, realmente admirado. Olha, juro que nunca tinha notado, em voc, essa cultura. Comovoc escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria? Na verdade, leo, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fnebre, se no se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto. Moral: S um burro tenta ficar com a parte do leo. 1 A conjugao de esforos to heterogneos na destruio do meio ambiente coisa muito comum. 2 Enquanto estavam bebendo gua, o leo reparou que o rato estava sujando a gua que ele bebia. Mas isso j outra fbula. (100 fbulas fabulosas, 2012.) Uma moral para a narrativa de Millr Fernandes em conformidade com uma fbula tradicional seria:
(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de17a19, leia o trecho da peaA mais-valia vai acabar, seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. A pea foi encenada em 1960 na arena da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil e promoveu um amplo debate. A mobilizao resultante desse debate desencadeou a criao do Centro Popular de Cultura (CPC). Coro dos desgraados: Trabalhamos noite e dia, dia e noite sem parar! Ento de nada precisamos, se s precisamos trabalhar! H mil anos sem parar! Fizemos as correntes que nos botaram nos ps, fizemos a Bastilha onde fomos morar, fizemos os canhes que vo nos apontar. H mil anos sem parar! No mandamos, no fugimos, no cheiramos, no matamos, no fingimos, no coamos, no corremos, no deitamos, no sentamos: trabalhamos. H mil anos sem parar! Ningum sabe nosso nome, no conhecemos a espuma do mar, somos tristes e cansados. H mil anos sem parar! Eu nunca ri eu nunca ri sempre trabalhei. Eu fao charutos e fumo bitucas, eu fao tecidos e ando pelado, eu fao vestido pra mulher, e nunca vi mulher desvestida. H mil anos sem parar! Maria esqueceu de mim e foi morar com seu Joaquim. H mil anos sem parar! (Apito longo. Um cartaz aparece: Dois minutos de descanso e lamba as unhas. Todos vo tentar sentar. Menos o Desgraado 4 que fica de p furioso.) Desgraado 1: Ajuda-me aqui, Dois. Eu quero me d uma sentadinha. (Desgraado 2 ri de tudo.) Desgraado 3: Senta. (Desgraado 1 vai pr a cabea no cho.) De assim, no. Acho que no com a cabea no. Desgraado 1: Eu esqueci. Desgraado 3: A bunda, pe ela no cho. A perna que eu no sei. Desgraado 2: A perna tira. (Desgraado 3 e Desgraado 2 desistem de descobrir. Se atiram no cho.) Desgraado 1: A perna dobra! (Senta. Satisfeito.) Desgraado 2: Quero ver levantar. (Todos olham para Desgraado 4, fazem sinais para que ele se sente.) Desgraado 4: No! Chega pra mim! Eu s trabalho, trabalho, trabalho (Perde o flego.) Desgraado 3: Eu te ajudo: trabalho, trabalho, trabalho... Desgraado 4: E tenho dois minutos de descanso? Nunca vi o sol, no tomei leite condensado, no canto na rua, esqueci do sentar, quando chega a hora de descansar, fico pensando na hora de trabalhar! Chega! Slide: Quem canta seus males espanta. Desgraado 1: (cantando) A paga vem depois que a gente morre! Voc vira um anjo todo branco, rindo sempre da brancura, bebe leite em teta de nuvem, no tem mais fome, no tem saudade, pinta o cu de cor de felicidade! (Peas do CPC, 2016. Adaptado.) O texto mostra-se crtico em relao ao contedo da seguinte citao:
(UNESP - 2021 - 1 FASE) Leia a narrativa O leo, o burro e o rato, de Millr Fernandes, para responder s questes de 16 a 19. Um leo, um burro e um rato voltaram, afinal, da caada que haviam empreendido juntos1e colocaram numa clareira tudo que tinham caado: dois veados, algumas perdizes, trs tatus, uma paca e muita caa menor. O leo sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: Bem, agora que terminamos um magnfico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforo conjunto. Compadre burro, por favor, voc, que o mais sbio de ns trs, com licena do compadre rato, voc, compadre burro, vai fazer a partilha desta caa em trs partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, at o rio, beber um pouco de gua, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar. Os dois se afastaram, foram at o rio, beberam gua2e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caa em trs partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leo: Pronto, compadre leo, a est: que acha da partilha? O leo no disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no cho, morto. Sorrindo, o leo voltou-se para o rato e disse: Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impresso de que concorda em que no podamos suportar a presena de tamanha inaptido e burrice. Desculpe eu ter perdido a pacincia, mas no havia outra coisa a fazer. H muito que eu no suportava mais o compadre burro. Me faa um favor agora divida voc o bolo da caa, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou at o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberao sensata. Mal o leo se afastou, o rato no teve a menor dvida. Dividiu o monte de caa em dois: de um lado, toda a caa, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leo ainda no tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou: Compadre leo, est pronta a partilha! O leo, vendo a caa dividida de maneira to justa, no pde deixar de cumprimentar o rato: Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como voc chegou to depressa a uma partilha to certa? E o rato respondeu: Muito simples. Estabeleci uma relao matemtica entre seu tamanho e o meu claro que voc precisa comer muito mais. Tracei uma comparao entre a sua fora e a minha claro que voc precisa de muito maior volume de alimentao do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posio na floresta com a minha e, evidentemente, a partilha s podia ser esta. Alm do que, sou um intelectual, sou todo esprito! Inacreditvel, inacreditvel! Que compreenso! Que argcia! exclamou o leo, realmente admirado. Olha, juro que nunca tinha notado, em voc, essa cultura. Comovoc escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria? Na verdade, leo, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fnebre, se no se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto. Moral: S um burro tenta ficar com a parte do leo. 1 A conjugao de esforos to heterogneos na destruio do meio ambiente coisa muito comum. 2 Enquanto estavam bebendo gua, o leo reparou que o rato estava sujando a gua que ele bebia. Mas isso j outra fbula. (100 fbulas fabulosas, 2012.) Mal o leo se afastou, o rato no teve a menor dvida. (8o pargrafo) Em relao orao que a sucede, a orao sublinhada expressa ideia de
(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de17a19, leia o trecho da peaA mais-valia vai acabar, seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. A pea foi encenada em 1960 na arena da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil e promoveu um amplo debate. A mobilizao resultante desse debate desencadeou a criao do Centro Popular de Cultura (CPC). Coro dos desgraados: Trabalhamos noite e dia, dia e noite sem parar! Ento de nada precisamos, se s precisamos trabalhar! H mil anos sem parar! Fizemos as correntes que nos botaram nos ps, fizemos a Bastilha onde fomos morar, fizemos os canhes que vo nos apontar. H mil anos sem parar! No mandamos, no fugimos, no cheiramos, no matamos, no fingimos, no coamos, no corremos, no deitamos, no sentamos: trabalhamos. H mil anos sem parar! Ningum sabe nosso nome, no conhecemos a espuma do mar, somos tristes e cansados. H mil anos sem parar! Eu nunca ri eu nunca ri sempre trabalhei. Eu fao charutos e fumo bitucas, eu fao tecidos e ando pelado, eu fao vestido pra mulher, e nunca vi mulher desvestida. H mil anos sem parar! Maria esqueceu de mim e foi morar com seu Joaquim. H mil anos sem parar! (Apito longo. Um cartaz aparece: Dois minutos de descanso e lamba as unhas. Todos vo tentar sentar. Menos o Desgraado 4 que fica de p furioso.) Desgraado 1: Ajuda-me aqui, Dois. Eu quero me d uma sentadinha. (Desgraado 2 ri de tudo.) Desgraado 3: Senta. (Desgraado 1 vai pr a cabea no cho.) De assim, no. Acho que no com a cabea no. Desgraado 1: Eu esqueci. Desgraado 3: A bunda, pe ela no cho. A perna que eu no sei. Desgraado 2: A perna tira. (Desgraado 3 e Desgraado 2 desistem de descobrir. Se atiram no cho.) Desgraado 1: A perna dobra! (Senta. Satisfeito.) Desgraado 2: Quero ver levantar. (Todos olham para Desgraado 4, fazem sinais para que ele se sente.) Desgraado 4: No! Chega pra mim! Eu s trabalho, trabalho, trabalho (Perde o flego.) Desgraado 3: Eu te ajudo: trabalho, trabalho, trabalho... Desgraado 4: E tenho dois minutos de descanso? Nunca vi o sol, no tomei leite condensado, no canto na rua, esqueci do sentar, quando chega a hora de descansar, fico pensando na hora de trabalhar! Chega! Slide: Quem canta seus males espanta. Desgraado 1: (cantando) A paga vem depois que a gente morre! Voc vira um anjo todo branco, rindo sempre da brancura, bebe leite em teta de nuvem, no tem mais fome, no tem saudade, pinta o cu de cor de felicidade! (Peas do CPC, 2016. Adaptado.) Considerado no contexto, constitui exemplo de eufemismo o verbo sublinhado no trecho
(UNESP - 2021 - 1 FASE) Leia a narrativa O leo, o burro e o rato, de Millr Fernandes, para responder s questes de 16 a 19. Um leo, um burro e um rato voltaram, afinal, da caada que haviam empreendido juntos1e colocaram numa clareira tudo que tinham caado: dois veados, algumas perdizes, trs tatus, uma paca e muita caa menor. O leo sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: Bem, agora que terminamos um magnfico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforo conjunto. Compadre burro, por favor, voc, que o mais sbio de ns trs, com licena do compadre rato, voc, compadre burro, vai fazer a partilha desta caa em trs partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, at o rio, beber um pouco de gua, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar. Os dois se afastaram, foram at o rio, beberam gua2e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caa em trs partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leo: Pronto, compadre leo, a est: que acha da partilha? O leo no disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no cho, morto. Sorrindo, o leo voltou-se para o rato e disse: Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impresso de que concorda em que no podamos suportar a presena de tamanha inaptido e burrice. Desculpe eu ter perdido a pacincia, mas no havia outra coisa a fazer. H muito que eu no suportava mais o compadre burro. Me faa um favor agora divida voc o bolo da caa, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou at o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberao sensata. Mal o leo se afastou, o rato no teve a menor dvida. Dividiu o monte de caa em dois: de um lado, toda a caa, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leo ainda no tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou: Compadre leo, est pronta a partilha! O leo, vendo a caa dividida de maneira to justa, no pde deixar de cumprimentar o rato: Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como voc chegou to depressa a uma partilha to certa? E o rato respondeu: Muito simples. Estabeleci uma relao matemtica entre seu tamanho e o meu claro que voc precisa comer muito mais. Tracei uma comparao entre a sua fora e a minha claro que voc precisa de muito maior volume de alimentao do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posio na floresta com a minha e, evidentemente, a partilha s podia ser esta. Alm do que, sou um intelectual, sou todo esprito! Inacreditvel, inacreditvel! Que compreenso! Que argcia! exclamou o leo, realmente admirado. Olha, juro que nunca tinha notado, em voc, essa cultura. Comovoc escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria? Na verdade, leo, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fnebre, se no se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto. Moral: S um burro tenta ficar com a parte do leo. 1 A conjugao de esforos to heterogneos na destruio do meio ambiente coisa muito comum. 2 Enquanto estavam bebendo gua, o leo reparou que o rato estava sujando a gua que ele bebia. Mas isso j outra fbula. (100 fbulas fabulosas, 2012.) E o rato respondeu: Muito simples. Estabeleci uma relao matemtica entre seu tamanho e o meu claro que voc precisa comer muito mais. (12o e 13o pargrafos) Ao se transpor esse trecho para o discurso indireto, o termo sublinhado assume a seguinte forma:
(UNESP - 2021 - 1 FASE) A obra Paisagem italiana (1805), do pintor alemo Jakob Philipp Hackert (1737-1807), remete, sobretudo, ao iderio do
(UNESP - 2021- 1 fase - DIA 2) De maneira que, assim como a natureza faz de feras homens, matando e comendo, assim tambm a graa faz de feras homens, doutrinando e ensinando. Ensinastes o gentio brbaro e rude, e que cuidais que faz aquela doutrina? Mata nele a fereza, e introduz a humanidade; mata a ignorncia, e introduz o conhecimento; mata a bruteza, e introduz a razo; mata a infidelidade, e introduz a f; e deste modo, por uma converso admirvel, o que era fera fica homem, o que era gentio fica cristo, o que era despojo do pecado fica membro de Cristo e de S. Pedro. [] Tende-os [os escravos], cristos, e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem a levar a vossa alma ao cu, e vs as suas. Isto o que vos desejo, isto o que vos aconselho, isto o que vos procuro, isto o que vos peo por amor de Deus e por amor de vs, e o que quisera que levreis deste sermo metido na alma. (Antnio Vieira. Sermo do Esprito Santo (1657). http://tupi.fflch.usp.br.) O Sermo do Esprito Santo foi pregado pelo Padre Antnio Vieira em So Lus do Maranho, em 1657, e recorre