(ENEM - 2015) Ao se apossarem do novo territrio, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrio simplista desses grupos e sua sucessiva destruio. Na verdade, no existe uma distino entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestaes devem ser encaradas como expresses diferentes dos modos de sentir e pensar das vrias sociedades, mas tambm como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns. SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra do redescobrimento: arqueologia. So Paulo: Fundao Bienal de So Paulo - Associao Brasil 500 anos artes visuais, 2000. De acordo com o texto, inexiste distino entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois ambas compartilham o(a)
(ENEM - 2015) Na exposio A Artista Est Presente, no MoMA, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010, de 14 de maro a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o pblico assistia a essas cenas recorrentes. ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a fora do olhar. Disponvel em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013. O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendncias contemporneas e se caracteriza pela
(ENEM - 2015) TEXTO I Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambdromo, criativamente formada com a terminao -()dromo (= corrida), que figura em hipdromo, autdromo, cartdromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. No demoraram a circular, a partir de ento, formas populares como rangdromo, beijdromo, cameldromo. AZEREDO, J. C. Gramtica Houaiss da lngua portuguesa. So Paulo: Publifolha, 2008. TEXTO II Existe coisa mais descabida do que chamar de sambdromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer ao de correr, lugar de corrida, dai as palavras autdromo e hipdromo. certo que, s vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e obrigada a correr para no perder pontos, mas no se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um carro de Formula 1. GULLAR, F. Disponvel em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago, 2012. H nas lnguas mecanismos geradores de palavras. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor sobre a formao da palavra sambdromo, o processo de formao dessa palavra reflete
(ENEM - 2015) Rede social pode prever desempenho profissional, diz pesquisa Pense duas vezes antes de postar qualquer item em seu perfil nas redes sociais. O conselho, repetido exausto por consultores de carreira por a, acaba de ganhar um status, digamos, mais cientfico. De acordo com resultados da pesquisa, uma rpida anlise do perfil nas redes sociais pode prever o desempenho profissional do candidato a uma oportunidade de emprego. Para chegar a essa concluso, uma equipe de pesquisadores da Northern Illinois University, University of Evansville e Auburn University pediu a um professor universitrio e dois alunos para analisarem perfis de um grupo de universitrios. Aps checar fotos, postagens, nmero de amigos e interesses por 10 minutos, o trio considerou itens como conscincia, afabilidade, extroverso, estabilidade emocional e receptividade. Seis meses depois, as impresses do grupo foram comparadas com a anlise de desempenho feita pelos chefes dos jovens que tiveram seus perfis analisados. Os pesquisadores encontraram uma forte correlao entre as caractersticas descritas a partir dos dados da rede e o comportamento dos universitrios no ambiente de trabalho. Disponvel em http://exame.abril.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado). As redes sociais so espaos de comunicao e interao on-line que possibilitam o conhecimento de aspectos da privacidade de seus usurios. Segundo o texto, no mundo do trabalho, esse conhecimento permite:
(ENEM - 2015) As narrativas indgenas se sustentam e se perpetuam por uma tradio de transmisso oral (sejam as histrias verdadeiras dos seus antepassados, dos fatos e guerras recentes ou antigos; sejam as histrias de fico, como aquelas da ona e do macaco). De fato, as comunidades indgenas nas chamadas terras baixas da Amrica do Sul (o que exclui as montanhas dos Andes, por exemplo) no desenvolveram sistemas de escrita como os que conhecemos, sejam alfabticos (como a escrita do portugus), sejam ideogramticos (como a escrita dos chineses) ou outros. Somente nas sociedades indgenas com estratificao social (ou seja, j divididas em classes), como foram os astecas e os maias, que surgiu algum tipo de escrita. A histria da escrita parece mesmo mostrar claramente isso: que ela surge e se desenvolve - em qualquer das formas - apenas em sociedades estratificadas (sumrios, egpcios, chineses, gregos etc.). O fato que os povos indgenas no Brasil, por exemplo, no empregavam um sistema de escrita, mas garantiram a conservao e continuidade dos conhecimentos acumulados, das histrias passadas e, tambm, das narrativas que sua tradio criou, atravs da transmisso oral. Todas as tecnologias indgenas se transmitiram e se desenvolveram assim. E no foram poucas: por exemplo, foram os ndios que domesticaram plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas, criando o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim, as morangas e muitas outras mais (e tambm as desenvolveram muito; por exemplo, somente do milho criaram cerca de 250 variedades diferentes em toda a Amrica). DANGELIS, W. R. Histrias dos ndios l em casa: narrativas indgenas e tradio oral popular no Brasil. Disponvel em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5 dez. 2012. A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumprem diferentes objetivos. O fragmento aponta que, nas sociedades indgenas brasileiras, a oralidade possibilitou
(ENEM - 2015) Assum preto Tudo em vorta s beleza Sol de abril e a mata em fr Mas assum preto, cego dos io Num vendo a luz, ai, canta de dor Tarvez por ignorana Ou mardade das pi Furaro os io do assum preto Pra ele assim, ai, cant mi Assum preto veve sorto Mas num pode avu Mil veiz a sina de uma gaiola Desde que o cu, ai, pudesse oi GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponvel em: www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento). As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da aplicao de um conjunto de princpios ou regras gerais que alteram a pronncia, a morfologia, a sintaxe ou o lxico. No texto, resultado de uma mesma regra a
(ENEM - 2015) Exm Sr. Governador: Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos ndios em 1928. [...] ADMINISTRAO Relativamente quantia orada, os telegramas custaram pouco. De ordinrio vai para eles dinheiro considervel. No h vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior no ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas histricas ao Governo do Estado, que no precisa disso; todos os acontecimentos polticos so badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama. Palmeira dos ndios, 10 de janeiro de 1929. GRACILlANO RAMOS RAMOS, G. Viventes das Alagoas. So Paulo: Martins Fontes, 1962. O relatrio traz a assinatura de Graciliano Ramos, na poca, prefeito de Palmeira dos ndios, e destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a ateno por contrariar a norma prevista para esse gnero, pois o autor
(ENEM - 2015) Nas peas publicitrias, vrios recursos verbais e no verbais so usados com o objetivo de atingir o pblico-alvo, influenciando seu comportamento. Considerando as informaes verbais e no verbais trazidas no texto a respeito da hepatite, verifica-se que
(ENEM - 2015) garrafa Contigo adquiro a astcia de conter e de conter-me. Teu estreito gargalo uma lio de angstia. Por translcida pes o dentro fora e o fora dentro para que a forma se cumpra e o espao ressoe. At que, farta da constante priso da forma, saltes da mo para o cho e te estilhaces, suicida, numa exploso de diamantes. PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mnimas. So Paulo: Cia. das Letras, 1992. A reflexo acerca do fazer potico um dos mais marcantes atributos da produo literria contempornea, que, no poema de Jos Paulo Paes, se expressa por um (a):
(ENEM - 2015) Palavras jogadas fora Quando criana, convivia no interior de So Paulo com o curioso verbo pinchar e ainda o ouo por l esporadicamente. O sentido da palavra o de jogar fora (pincha fora essa porcaria) ou mandar embora (pincha esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras que ouvi menos na capital do estado e, por conseguinte, deixei de usar. Quando indago s pessoas se conhecem esse verbo, comumente escuto respostas como minha av fala isso. Aparentemente, para muitos falantes, esse verbo algo do passado, que deixar de existir to logo essa gerao antiga morrer. As palavras so, em sua grande maioria, resultados de uma tradio: elas j estavam l antes de nascermos. Tradio, etimologicamente, o ato de entregar, de passar adiante, de transmitir (sobretudo valores culturais). O rompimento da tradio de uma palavra equivale sua extino. A gramtica normativa muitas vezes colabora criando preconceitos, mas o fator mais forte que motiva os falantes a extinguirem uma palavra associar a palavra, influenciados direta ou indiretamente pela viso normativa, a um grupo que julga no ser o seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde h pouca escolaridade e refinamento citadino, est fadado extino? louvvel que nos preocupemos com a extino de ararinhas-azuis ou dos micos-leodourados, mas a extino de uma palavra no promove nenhuma comoo, como no nos comovemos com a extino de insetos, a no ser dos extraordinariamente belos. Pelo contrrio, muitas vezes a extino das palavras incentivada. VIARO, M. E. Lngua Portuguesa. n. 77, mar. 2012 (adaptado). A discusso empreendida sobre o (des)uso do verbo pinchar nos traz uma reflexo sobre a linguagem e seus usos, a partir da qual compreende-se que
(ENEM - 2015) Poesia quentinha Projeto literrio publica poemas em sacos de po na capital mineira Se a literatura mesmo o alimento da alma, ento os mineiros esto diante de um verdadeiro banquete. Mais do que um pozinho com manteiga, os moradores do bairro de Barreiro, em Belo Horizonte (MG), esto consumindo poesia brasileira no caf da manh. Graas ao projeto Po e Poesia, que faz do saquinho de po um espao para veiculao de poemas, escritores como Affonso Romano de SantAnna e Fernando Brant dividem espao com estudantes que passaram por oficinas de escrita potica. So ao todo 250 mil embalagens, distribudas em padarias da regio de Belo Horizonte, que trazem a boa literatura para o cotidiano de pessoas, alm de dar uma chance a escritores novatos de verem seus textos impressos. Criado em 2008 por um analista de sistemas apaixonado por literatura, o Po e Poesia j recebeu dois prmios do Ministrio da Cultura. Lngua Portuguesa, n. 71, set. 2011. A proposta de um projeto como o Po e Poesia objetiva inovar em sua rea de atuao, pois:
(ENEM - 2015) No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia guarani de Sapukai. Choveu muito e as guas pluviais provocaram deslizamentos de terras das encostas da Serra do Mar, destruindo o Laboratrio de Radioecologia da Central Nuclear Almirante lvaro Alberto, construda em 1970 num lugar que os ndios tupinambs, h mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuzo foi calculado na poca em 8 bilhes de cruzeiros. Os engenheiros responsveis pela construo da usina nuclear no sabiam que o nome dado pelos ndios continha informao sobre a estrutura do solo, minado pelas guas da chuva. S descobriram que Itaorna, em lngua tupinamb, quer dizer pedra podre, depois do acidente. FREIRE, J. R. B. Disponvel em: www.taquiprati.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado). Considerando-se a histria da ocupao na regio de Angra dos Reis mencionada no texto, os fenmenos naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e suas consequncias minimizadas se
(ENEM - 2015) Azeite de oliva e leo de linhaa: uma dupla imbatvel Rico em gorduras do bem, ela combate a obesidade, d um chega pra l no diabete e ainda livra o corao de entraves Ningum precisa esquentar a cabea caso no seja possvel usar os dois leos juntinhos, no mesmo dia. Individualmente, o duo tambm bate um bolo. Segundo um estudo recente do grupo EurOlive, formado por instituies de cinco pases europeus, os polifenis do azeite de oliva ajudam a frear a oxidao do colesterol LDL, considerado perigoso. Quando isso ocorre, reduz-se o risco de placas de gordura na parede dos vasos, a temida aterosclerose doena por trs de encrencas como o infarto. MANARINI, T. Sade vital, n. 347, fev. 2012 (adaptado). Para divulgar conhecimento de natureza cientfica para um pblico no especializado, Manarini recorre associao entre vocabulrio formal e vocabulrio informal. Altera-se o grau de formalidade do segmento no texto, sem alterar o sentido da informao, com a substituio de
(ENEM - 2015) Obesidade causa doena A obesidade tornou-se uma epidemia global, segundo a Organizao Mundial da Sade, ligada Organizao das Naes Unidas. O problema vem atingindo um nmero cada vez maior de pessoas em todo o mundo, e entre as principais causas desse crescimento esto o modo de vida sedentrio e a m alimentao. Segundo um mdico especialista em cirurgia de reduo de estmago, a taxa de mortalidade entre homens obesos de 25 a 40 anos 12 vezes maior quando comparada taxa de mortalidade entre indivduos de peso normal. O excesso de peso e de gordura no corpo desencadeia e piora problemas de sade que poderiam ser evitados. Em alguns casos, a boa notcia que a perda de peso leva cura, como no caso da asma, mas em outros, como o infarto, no h soluo. FERREIRA, T. Disponvel em: http://revistaepoca.globo .com. Acesso em: 2 ago. 2012 (adaptado). O texto apresenta uma reflexo sobre sade e aponta o excesso de peso e de gordura corporal dos indivduos como um problema, relacionando-o ao:
(ENEM - 2015) Posso mandar por e-mail? Atualmente, comum disparar currculos na internet com a expectativa de alcanar o maior nmero possvel de selecionadores. Essa, no entanto, uma ideia equivocada: preciso saber quem vai receber seu currculo e se a vaga realmente indicada para seu perfil, sob o risco de estar queimando o filme com um futuro empregador. Ao enviar o currculo por e-mail, tente saber quem vai receb-lo e faa um texto sucinto de apresentao, com a sugesto a seguir: Assunto: Currculo para a vaga de gerente de marketing Mensagem: Boa tarde. Meu nome Jos da Silva e gostaria de me candidatar vaga de gerente de marketing. Meu currculo segue anexo. Guia da lngua 2010: modelos e tcnicas. Lngua Portuguesa, 2010 (adaptado). O texto integra um guia de modelos e tcnicas de elaborao de textos e cumpre a funo social de