(ENEM - 2016) A principal razo pela qual se infere que o espetculo retratado na fotografia uma manifestao do teatro de rua o fato de
(ENEM - 2016) O humor e a lngua H algum tempo, venho estudando as piadas, com nfase em sua constituio lingustica. Por isso, embora a afirmao a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleo de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que e como funciona uma lngua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleo de piadas fornecer excelente pista: sexualidade, etnia/raa e outras diferenas, instituies (igreja, escola, casamento, poltica), morte, tudo isso est sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e que so ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo. Os antroplogos ainda no prestaram a devida ateno a esse material, que poderia substituir com vantagem muitas entrevistas e pesquisas participantes. Saberemos mais a quantas andam o machismo e o racismo, por exemplo, se pesquisarmos uma coleo de piadas do que qualquer outro corpus. POSSENTI, S. Cincia Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado). A piada um gnero textual que figura entre os mais recorrentes na cultura brasileira, sobretudo na tradio oral. Nessa reflexo, a piada enfatizada por
(ENEM - 2016) O filme Menina de ouro conta a histria de Maggie Fitzgerald, uma garonete de 31 anos que vive sozinha em condies humildes e sonha em se tornar uma boxeadora profissional treinada por Frankie Dunn. Em uma cena, assim que o treinador atravessa a porta do corredor onde ela se encontra, Maggie o aborda e, a caminho da sada, pergunta a ele se est interessado em trein-la. Frankie responde: Eu no treino garotas. Aps essa fala, ele vira as costas e vai embora. Aqui, percebemos, em Frankie, um comportamento ancorado na representao de que boxe esporte de homem e, em Maggie, a superao da concepo de que os ringues so tradicionalmente masculinos. Historicamente construda, a feminilidade dominante atribui a submisso, a fragilidade e a passividade a uma natureza feminina. Numa concepo hegemnica dos gneros, feminilidades e masculinidades encontram-se em extremidades opostas. No entanto, algumas mulheres, indiferentes s convenes sociais, sentem-se seduzidas e desafiadas a aderirem prtica das modalidades consideradas masculinas. o que observamos em Maggie, que se mostra determinada e insiste em seu objetivo de ser treinada por Frankie. FERNANDES. V; MOURO. L. Menina de ouro e a representao de feminilidades plurais. Movimento, n. 4, out-dez. 2014 (adaptado). A insero da personagem Maggie na prtica corporal do boxe indica a possibilidade da construo de uma feminilidade marcada pela:
(ENEM -2016) Entrevista com Terezinha Guilhermina Terezinha Guilhermina uma das atletas mais premiadas da histria paraolmpica do Brasil e um dos principais nomes do atletismo mundial. Est no Guinness Book de 2013/2014 como a cega mais rpida do mundo. Observatrio: Quais os desafios voc teve que superar para se consagrar como atleta profissional? Terezinha Guilhermina: Considero a ausncia de recursos financeiros, nos trs primeiros anos da minha carreira, como meu principal desafio. A falta de um atleta-guia, para me auxiliar nos treinamentos, me obrigava a treinar sozinha e, por no enxergar bem, acabava sofrendo alguns acidentes como trombadas e quedas. Observatrio: Como est a preparao para os Jogos Paraolmpicos de 2016? Terezinha Guilhermina: Estou trabalhando intensamente, com vistas a chegar l bem melhor do que estive em Londres. E, por isso, posso me dedicar a treinos dirios, trabalhos preventivos de leses e acompanhamento psicolgico e nutricional da melhor qualidade. Revista do Observatrio Brasil de igualdade de Gnero, n. 6, dez. 2014 (adaptado). O texto permite relacionar uma prtica corporal com uma viso ampliada de sade. O fator que possibilita identificar essa perspectiva o(a) a:
(ENEM - 2016) possvel considerar as modalidades esportivas coletivas dentro de uma mesma lgica, pois possuem uma estrutura comum: seis princpios operacionais divididos em dois grupos, o ataque e a defesa. Os trs princpios operacionais de ataque so: conservao individual e coletiva da bola, progresso da equipe com a posse da bola em direo ao alvo adversrio e finalizao da jogada, visando a obteno de ponto. Os trs princpios operacionais da defesa so: recuperao da bola, impedimento do avano da equipe contrria com a posse da bola e proteo do alvo para impedir a finalizao da equipe adversria. DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princpios operacionais aos gestos tcnicos modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Cincia eMovimento, out. 2002 (adaptado). Considerando os princpios expostos no texto, o drible no handebol caracteriza o princpio de
(ENEM - 2016) Bons dias! 14 de junho de 1889 doce, longa, inexprimvel melancolia dos jornais velhos! Conhece-se um homem diante de um deles. Pessoa que no sentir alguma coisa ao ler folhas de meio sculo, bem pode crer que no ter nunca uma das mais profundas sensaes da vida, igual ou quase igual que d a vista das runas de uma civilizao. No a saudade piegas, mas a recomposio do extinto, a revivescncia do passado. ASSIS. M. Bons dias! (Crnicas 1885-1839). Campinas Editora da Unicamp, So Paulo: Hucitec, 1590. O jornal impresso parte integrante do que hoje se compreende por tecnologias de informao e comunicao. Nesse texto, o jornal reconhecido como
(ENEM - 2016) TEXTO I TEXTO II Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. No um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traos delicados, o contorno o mesmo mas a matria foi destruda. Tenho um rosto destrudo. DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de representao da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destri-se ou fragmenta-se em razo
(ENEM - 2016) Lies de motim DONA COTINHA claro! S gosta de solido quem nasceu pra ser solitrio. S o solitrio gosta de solido. Quem vive s e no gosta da solido no um solitrio, s um desacompanhado. (A reflexo escorrega l pro fundo da alma.) Solido vocao, besta de quem pensa que sina. Por isso, tem de ser valorizada. E no qualquer um que pode ser solitrio, no. Ah, mas no mesmo! preciso ter competncia pra isso. (De sbito, pedaggica, volta-se para o homem.) como poesia, sabe, moo? Tem de ser recitada em voz alta, que pra gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Voc gosta de poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu ia dizendo, pra viver bem com a solido temos de ser proprietrios dela e no inquilinos, me entende? Quem inquilino da solido no passa de um abandonado. isso a. ZORZETFI, H. Lies de motim. Goinia: Kelps. 2010 (adaptado). Nesse trecho, o que caracteriza Lies de motim como texto teatral?
(ENEM - 2016) A obra de Tlio Piva poderia ser objeto de estudo nos bancos escolares, ao lado de Noel, Ataulfo e Lupicnio. Se o criador optou por permanecer em sua querncia Santiago, e depois Porto Alegre, a obra alou voos mais altos, com passagens na Rssia, Estados Unidos e Venezuela. Tem que ter mulata, seu samba maior, coisa de craque. Um retrato feito de ritmo e poesia, uma ode ao gnero que amou desde sempre. E o paradoxo: misto de gacho e italiano, nascido na fronteira com a Argentina, falando de samba, morro e mulata, com categoria. E que categoria! Uma batida de violo que fez histria. O tango transmudado em samba. RAMIREZ, H.; PIVA, R. (Org.). Tlio Piva: pra ser samba brasileiro. Porto Alegre: Programa Petrobras Cultural. 2005 (adaptado). O texto um trecho da crtica musical sobre a obra de Tlio Piva. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se como recurso argumentativo o(a):
(ENEM - 2016) L.J.C. 5 tiros? . Brincando de pegador? . O PM pensou que... Hoje? Cedinho. COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem menores contos brasileiros do sculo. So Paulo: Ateli Editorial, 2004. Os sinais de pontuao so elementos com importantes funes para a progresso temtica. Nesse miniconto, as reticncias foram utilizadas para indicar
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) Esa e Jac Ora, a est justamente a epgrafe do livro, se eu lhe quisesse pr alguma, e no me ocorresse outra. No somente um meio de completar as pessoas da narrao com as ideias que deixarem, mas ainda um par de lunetas para que o leitor do livro penetre o que for menos claro ou totalmente escuro. Por outro lado, h proveito em irem as pessoas da minha histria colaborando nela, ajudando o autor, por uma lei de solidariedade, espcie de troca de servios, entre o enxadrista e os seus trebelhos. Se aceitas a comparao, distinguirs o rei e a dama, o bispo e o cavalo, sem que o cavalo possa fazer de torre, nem a torre de peo. H ainda a diferena da cor, branca e preta, mas esta no tira o poder da marcha de cada pea, e afinal umas e outras podem ganhar a partida, e assim vai o mundo. ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964 (fragmento). O fragmento do romance Esa e Jac mostra como o narrador concebe a leitura de um texto literrio. Com base nesse trecho, tal leitura deve levar em conta
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) O texto faz referncia aos sistemas de comunicao e informao. A crtica feita a uma das ferramentas miditicas se fundamenta na falta de
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) Adoante Quatro gotas do produto contm e equivalem ao poder adoante de colher (de ch) de acar. Ingredientes gua, sorbitol, edulcorantes (sucralose e acesulfame de potssio); conservadores: benzoato de sdio e cido benzoico, acidulante cido ctrico e regulador de acidez citrato de sdio. No contm glten. Informao nutricional poro de 0,12mL (4 gotas). No contm quantidade significativa de carboidratos, protenas, gorduras totais, gorduras trans, fibra alimentar e sdio. Consumir preferencialmente sob orientao de nutricionista ou mdico. Cosmed Indstria de Cosmticos e Medicamentos S/A. Barueri, SP. Esse texto, rtulo de um adoante, tem como objetivo transmitir ao leitor informaes sobre a
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) Casamento H mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu no. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. to bom, s a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como este foi difcil prateou no ar dando rabanadas e faz o gesto com a mo. O silncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. PRADO, A. Poesia reunida. So Paulo: Siciliano, 1991. O poema de Adlia Prado, que segue a proposta moderna de tematizao de fatos cotidianos, apresenta a prosaica ao de limpar peixes na qual a voz lrica reconhece uma
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) A obra Les desmoiselles dAvignon, do pintor espanhol Pablo Picasso, um dos marcos iniciais do movimento cubista. Essa obra filia-se tambm ao Primitivismo, uma vez que sua composio recorre manifestao cultural de um determinado grupo tnico, que se caracteriza por