(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. No trecho Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, a preposio presente no termo sublinhado encontra o mesmo emprego, quanto relao de sentido, na preposio presente no termo sublinhado na sentena da alternativa:
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Marque a alternativa em que a forma verbal substitui corretamente a locuo verbal sublinhada na seguinte orao: Ao fundo, no terreno, tinham desaparecido as colunas da prgula.
(EsPCEx - 2022) Um grupo de alunos de Clculo I da EsPCEx constitudo por 8 homens e 4 mulheres. Trs desses alunos so selecionados ao acaso, sem reposio, para apresentarem um trabalho sobre aplicao da Integral. A probabilidade de que nessa escolha ao menos dois sejam homens igual a
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Pleonasmo a superabundncia de palavras para enunciar uma ideia. Celso Cunha, em sua Nova Gramtica do Portugus Contemporneo, define assim o pleonasmo vicioso: quando resulta apenas da ignorncia do sentido exato dos termos empregados, ou de negligncia, uma falta grosseira. Nesse aspecto, est de acordo com a norma culta, portanto, a alternativa:
(EsPCEx - 2022) Sobre os conceitos de Geometria Espacial de Posio, analise as proposies a seguir. I Se dois planos so secantes, ento qualquer reta de um deles concorrente ao outro. II Se uma reta paralela a um plano, ela paralela a infinitas retas desse plano. III Se dois planos tm uma nica reta em comum, eles so secantes. IV Duas retas perpendiculares a uma terceira so perpendiculares entre si. V Se dois planos so perpendiculares, ento toda reta de um deles perpendicular ao outro. Sobre essas proposies, correto afirmar que
(EsPCEx - 2022) Ao resolver a equao , encontra-se um valor de compreendido entre
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Em E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita., o pronome sublinhado refere-se palavra ou expresso
(EsPCEx - 2022) O domnio da funo real , dada por ,
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Em Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade., os verbos sublinhados integram oraes que se classificam, respectivamente, como
(EsPCEx - 2022) Um polgono regular tem 36 diagonais passando pelo seu centro. Cada ngulo interno desse polgono mede
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Em E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida., os verbos sublinhados integram oraes subordinadas que se classificam, respectivamente, como
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Marque a alternativa que traz, respectivamente, a correta classificao das expresses sublinhadas nas frases A demolio prosseguiu noite e aspirava mesmo desintegrao.
(EsPCEx - 2022) Um cubo com rea total de 96 cm2est circunscrito a uma esfera. O volume dessa esfera igual a
(EsPCEx - 2022) Seja a matriz quadrada de ordem trs em funo de , Considere a funo definida pela expresso , em que o determinante da matriz . correto afirmar que a equao
(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Assinale a alternativa em que todos os vocbulos possuem o mesmo nmero de fonemas.