(EsPCEx - 2022) Assiste demolio Morou mais de vinte anos nesta casa? Ento vai sentir uma coisa quando ela for demolida. Comeou a demolio. Passando pela rua, ele viu a casa j sem telhado, e operrios, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao cu, no calor da manh. Ao fundo, no terrao, tinham desaparecido as colunas da prgula, e a cobertura de ramos de buganvlia dois troncos subindo do ptio l embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o cho de ladrilho, onde gatos da vizinhana amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos. Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cmodos, em composio surrealista. E o pequeno balco da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nvel dos mopes. A demolio prosseguiu noite, espontaneamente. Um lano de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando j cessara na rua o movimento dos lotaes. Caiu discreto, sem ferir ningum, apenas avariando desculpem a rede telefnica. A casa encolhera-se, em processo involutivo. J agora de um s pavimento, sem teto, aspirava mesmo desintegrao. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritrio, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais ntimo e simultaneamente mais pblico, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior nmero de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo cantoria de bbados, motor de avio, chorinho de beb, galo na madrugada. E no sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua histria pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas fsicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolio como um resgate de formas cansadas, sentena de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreenso pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em ns. E no preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de corao sereno o fim das coisas que se ligaram nossa vida. Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de calia e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivncias. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroos, e tudo era como devia ser, sem iluso de permanncia. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balano. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio Editora, 1979. V Vocabulrio caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peas de madeira que se dispem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas s outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas prgula s. f. espcie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvlia s.f. designao comum s plantas do gnero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vo de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradias tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma rea; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa rea, numa construo lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mrmore, estuque, numa s pea ou composto por painis, que vo at certa altura ou do cho ao teto (mais usado no plural) calia s.f. conjunto de resduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por p ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. poro de terra autnoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimenses, urbano ou rural, que se destina a construes ou pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Marque a alternativa em que a palavra em destaque exerce a mesma funo sinttica do termo sublinhado em: viu o progressivo desfazer-se das paredes.
(EsPCEx - 2022) Sejam um parmetro real e o sistema linear abaixo, com incgnitas , e , correto afirmar que
(EsPCEx - 2022) Leia o poema abaixo. Encomenda Desejo uma fotografia como esta o senhor v? como esta: em que para sempre me ria como um vestido de eterna festa. Como tenho a testa sombria, derrame luz na minha testa. Deixe esta ruga, que me empresta um certo ar de sabedoria. No meta fundos de floresta nem de arbitrria fantasia... No... Neste espao que ainda resta, ponha uma cadeira vazia. Fonte: Ceclia Meireles (In: Vaga Msica, 1942). Quanto aos aspectos da linguagem potica presentes no poema Encomenda, de Ceclia Meireles: I - A composio do poema feita em forma de soneto. II - Na segunda estrofe, o eu potico lana mo da anttese na percepo que tem de si mesmo. III - Na construo dos versos, optou-se pela composio em redondilhas maiores. IV - Como recurso para conferir musicalidade aos versos, h o emprego de rima alternada e de rima interpolada. V - Tendo em vista se tratar de um poema do Modernismo brasileiro, optou-se pela construo em versos brancos. Esto corretas apenas as afirmativas
(EsPCEx - 2022) Analise as afirmativas abaixo e, em seguida, marque a opo correta. I. Considerando duas circunferncias no plano , no concntricas, (de centro em e raio ) e (de centro em e raio ), com , h cinco possibilidades para as posies relativas entre e . II. Circunferncia um conjunto de pontos de um plano cuja distncia a um ponto dado desse plano igual ou inferior a uma distncia, no nula, dada. III. Se, no plano , uma reta s, secante a uma circunferncia (de centro em O e raio r), no passa pelo centro O, intersectando em A e B, e se M o ponto mdio da corda , ento a corda perpendicular reta s.
(EsPCEx - 2022) Leia o fragmento a seguir e marque a alternativa correta. Que auroras, que sol, que vida, que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingnuo folgar! O cu bordado destrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Quanto estrofe transcrita, correto afirmar que
(EsPCEx - 2022) Dado o polinmio e sabendo-se que 1 uma raiz de , correto afirmar que as outras duas razes de so nmeros
(EsPCEx - 2022) No intervalo,a equao admite
(EsPCEx - 2022) Leia a estrofe a seguir e marque a alternativa correta. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim com a alma minha se conforma, Est no pensamento como ideia; E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matria simples busca a forma. Quanto aos versos camonianos acima, correto afirmar que
(EsPCEx - 2022) Considere a funo de varivel complexa , definida por . Sendo a unidade imaginria, os nmeros complexos que satisfazem equao so
(EsPCEx - 2022) Leia o trecho a seguir e marque a alternativa correta. [] Lugar serto se divulga: onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze lguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. [] Esses gerais so sem tamanho[] O serto est em toda a parte. Do demo? No gloso. Senhor pergunte aos moradores. [] De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar no pensava. No possua prazos. Vivi puxando difcil de difcel, peixe vivo no moqum: quem mi no aspro, no fantasia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular ideia. O diabo existe e no existe? Dou o dito. [] A respeito do fragmento, correto afirmar que
(EsPCEx - 2022) Dois recipientes de mesma forma e tamanho so feitos do mesmo material e tm o coeficiente de dilatao volumtrico igual a . Um deles est completamente cheio de um lquido A com coeficiente de dilatao real igual a , e o outro est completamente cheio de um lquido B com coeficiente de dilatao real igual a . Em um determinado instante, os dois recipientes so aquecidos e sofrem a mesma variao de temperatura. Devido ao aquecimento, um dcimo do volume inicial do lquido A transborda e um oitavo do volume inicial do lquido B tambm transborda. Com relao situao exposta, podemos afirmar que verdadeira a seguinte relao:
(EsPCEx - 2022) Uma projeo cartogrfica o resultado de um conjunto de operaes que permite representar no plano, tendo como referncia paralelos e meridianos, os fenmenos que esto dispostos na superfcie esfrica. Fonte: SENE, Eustquio de; MOREIRA, Joo Carlos. Geografia Geral e do Brasil volume nico. 6. ed. So Paulo: tica, 2018, p. 51. Sobre projeo cartogrfica, pode-se afirmar que: I A projeo conforme aquela que preserva o tamanho da rea, porm com alterao das formas, ou seja, os ngulos no so idnticos aos do globo terrestre, como o exemplo da projeo de Mercator. II Na projeo equivalente, as reas mantm-se idnticas s do globo terrestre, porm h distoro das formas quando comparadas com a original, como por exemplo a projeo de Peters. III Na projeo afiltica, as reas e as formas so preservadas na sua forma original, por isso, tem sido uma das mais utilizadas em atlas e mapas de divulgao, como por exemplo a projeo de Robinson. IV A projeo equidistante geralmente utilizada para fins especficos. As distncias, quando traadas do centro da projeo, so precisas. Porm, h distores nas formas e nas reas. Das afirmaes acima esto corretas apenas
(EsPCEx - 2022) As mquinas trmicas operam em ciclos, entre duas fontes de calor e realizam trabalho. Com relao a essas mquinas, podemos afirmar que
(EsPCEx - 2022) Com um mundo globalizado e com trocas de fluxos cada vez mais intensas, o surgimento de blocos econmicos para facilitar os acordos entre as naes cada vez mais necessrio. Sobre os blocos econmicos, pode-se afirmar que: I O NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre-Comrcio), foi assinado pelos Estados Unidos, Canad e Mxico e entrou em vigor em 1994. O NAFTA prope uma zona de livre comrcio que tem como objetivo a liberao do fluxo de mercadorias e de capitais dentro do bloco. II A UE (Unio Europeia) um bloco econmico que adota o mercado comum que visa a integrao total dos pases membros com a padronizao de legislao, livre circulao de pessoas e de mercadorias. A UE, em 1999, passou a adotar o Euro como moeda nica, tendo sido adotado por todos os Estados membros. III O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) foi criado por meio de assinatura do Tratado de Assuno, em 1991. O objetivo Inicial era estabelecer uma unio aduaneira. Com a criao de uma Tarifa Externa Comum (TEC), aps assinatura do Protocolo de Ouro Preto, o bloco econmico passou a ser uma zona de livre comrcio. IV A SADC (Comunidade de Desenvolvimento da frica Austral) foi criada em 1992 para assegurar a cooperao e o desenvolvimento na regio austral do continente Africano. Em 2008, foi lanada a rea de Livre-Comrcio da SADC, e, desde ento, vem se ampliando a lista de produtos com tarifa zero. Das afirmaes acima esto corretas apenas
(EsPCEx - 2022) Tempo e clima no possuem o mesmo significado e por vezes, so usados de forma errnea. O tempo corresponde ao estado momentneo da atmosfera, enquanto o clima a varivel do tempo, de pelo menos 30 anos. Cada regio possui um clima prprio que influenciado pelos fatores climticos que determinaro as caractersticas de cada clima. Analise o mapa de tipos climticos e os climogramas a seguir. As cidades Manaus, Denver, Cairo e Mumbai, demarcadas no mapa, correspondem, respectivamente, aos climogramas