(FGV - 2012) Leia o texto.
Entre 1315 e 1317 sucedem-se pesadas chuvas por todo o norte da Europa Ocidental, de forma tão intensa e ininterrupta que os campos são devastados e as colheitas perdidas, gerando uma situação de calamidade para o mundo camponês e que se soma aos vários anos bons que haviam levado o preço dos cereais a níveis bastante baixos. Sem colheitas e sem poupança, o mau tempo inaugura o grande movimento de crise do século XIV.
Francisco C. Teixeira da Silva, Sociedade feudal: (guerreiros, sacerdotes e trabalhadores)
Pode-se apontar, entre outros elementos, como parte da chamada Crise do Século XIV,
o progressivo processo de enfraquecimento das monarquias nacionais, em especial da França, diante da forte resistência liderada pela fração da nobreza voltada aos negócios financeiros.
a enorme disparidade entre a frágil produção de alimentos e o crescimento da população europeia, este resultado da ausência de conflitos bélicos e de revoltas populares importantes.
o efeito positivo das revoltas camponesas para a maioria dos trabalhadores dos campos e das cidades, especialmente na Europa Oriental, pois houve para estes consideráveis aumentos salariais e a concessão do direito à sindicalização.
o descompasso entre uma produção de mercadorias sempre menor do que a entrada de metais amoedáveis na Europa, provocando um inédito processo de hiperinflação, que paralisou a atividade produtiva no final do século.
a conversão da prestação do trabalho gratuito – a corveia - ao senhor, pelo pagamento em produto ou em dinheiro por parte do servo, que representou um dos passos em direção à dissolução dos laços servis.