(FUVEST - 1995)
Filosofia dos Epitáfios
Saí, afastando-me dos grupos, e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí, vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcançaria a eles mesmos.
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo "Filosofia dos Epitáfios"
é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo e do ambiente como fundo para a digressão.
é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do cenário.
equilibra em harmonia narração e descrição, à medida em que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação.
é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída.
equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso indireto para registrar as impressões que o ambiente provoca no narrador.