(FUVEST - 2088 - 1ª FASE) Há muitas, quase infinitas maneiras de ouvir música. Entretanto, as três mais freqüentes distinguem-se pela tendência que em cada uma delas se torna dominante: ouvir com o corpo, ouvir emotivamente, ouvir intelectualmente. Ouvir com o corpo é empregar no ato da escuta não apenas os ouvidos, mas a pele toda, que também vibra ao contato com o dado sonoro: é sentir em estado bruto. É bastante freqüente, nesse estágio da escuta, que haja um impulso em direção ao ato de dançar. Ouvir emotivamente, no fundo, não deixa de ser ouvir mais a si mesmo que propriamente a música. É usar da música a fim de que ela desperte ou reforce algo já latente em nós mesmos. Sai-se da sensação bruta e entra-se no campo dos sentimentos. Ouvir intelectualmente é dar-se conta de que a música tem, como base, estrutura e forma. Referir-se à música a partir dessa perspectiva seria atentar para a materialidade de seu discurso: o que ele comporta, como seus elementos se estruturam, qual a forma alcançada nesse processo.
Adaptado de J. Jota de Moraes, O que é música.
Considere as seguintes afirmações:
I. Ouvir música com o corpo é senti-la em estado bruto.
II. Ao ouvir-se música emotivamente, sai-se do estado bruto.
Essas afirmações articulam-se de maneira clara e coerente no período:
Com o corpo, ouve-se música sentindo-a em estado bruto, ocorrendo o mesmo se ouvi-la emotivamente.
Sai do estado bruto quem ouve música com o corpo, no caso de quem a sente de modo emotivo.
Para sentir a música emotivamente, quem sai do estado bruto é quem a ouve com o corpo.
Sai para o estado emotivo de ouvir música aquele que a ouvia no estado bruto do corpo.
Quem ouve música de modo emotivo deixa de senti-la no estado bruto, próprio de quem a ouve com o corpo.