(FUVEST - 2018 - 1 FASE) Examine o cartum. O efeito de humor presente no cartum decorre, principalmente, da
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Uma obra de arte um desafio; no a explicamos,ajustamo-nos a ela. Ao interpret-la, fazemos uso dos nossos prprios objetivos e esforos, dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos prprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gnero de arte que, de fato5, nos afete, torna-se, deste modo6, arte moderna. As obras de arte, porm, so como altitudes inacessveis. No nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las. Cada gerao as v sob um ngulo diferente e sob uma nova viso; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura prpria, que no pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado no est perdido porque o significado que uma obra assume para uma gerao posterior o resultado de uma srie completa de interpretaes anteriores. Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado. De acordo com o texto, a compreenso do significado de uma obra de arte pressupe
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Uma obra de arte um desafio; no a explicamos,ajustamo-nos a ela. Ao interpret-la, fazemos uso dos nossos prprios objetivos e esforos, dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos prprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gnero de arte que, de fato5, nos afete, torna-se, deste modo6, arte moderna. As obras de arte, porm, so como altitudes inacessveis. No nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las. Cada gerao as v sob um ngulo diferente e sob uma nova viso; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura prpria, que no pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado no est perdido porque o significado que uma obra assume para uma gerao posterior o resultado de uma srie completa de interpretaes anteriores. Arnold Hauser,Teorias da arte. Adaptado. No trecho Numa palavra, qualquer gnero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna (L. 5-6), as expresses sublinhadas podem ser substitudas, sem prejuzo do sentido do texto, respectivamente, por
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTOS PARA A QUESTO: Este ltimo captulo todo de negativas. No alcancei acelebridade do emplasto, no fui ministro, no fui califa, no conheci o casamento. Verdade que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de no comprar o po com o suor do meu rosto. Mais; no padeci a morte de dona Plcida, nem a semidemncia do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginar que no houve mngua nem sobra, e, conseguintemente, que sa quite com a vida. E imaginar mal; porque ao chegar a este outro lado do mistrio, achei-me com um pequeno saldo, que a derradeira negativa deste captulo de negativas: - No tive filhos, no transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa misria. Machado de Assis, Memrias pstumas de Brs Cubas. No sei por que at hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos. Eu no penso assim. Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro no seria infeliz. Ser obrigada a ficar toa que seria castigo para mim. Mame s vezes diz que ela at deseja que eu fique preguiosa; a minha esperteza que a amofina. Eu ento respondo: Se eu fosse preguiosa no sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmos, sem uma empregada em casa. Helena Morley, Minha vida de menina. So caractersticas dos narradores Brs Cubas e Helena, respectivamente,
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTOS PARA A QUESTO: Este ltimo captulo todo de negativas. No alcancei acelebridade do emplasto, no fui ministro, no fui califa, no conheci o casamento. Verdade que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de no comprar o po com o suor do meu rosto. Mais; no padeci a morte de dona Plcida, nem a semidemncia do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginar que no houve mngua nem sobra, e, conseguintemente, que sa quite com a vida. E imaginar mal; porque ao chegar a este outro lado do mistrio, achei-me com um pequeno saldo, que a derradeira negativa deste captulo de negativas: - No tive filhos, no transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa misria. Machado de Assis,Memrias pstumas de Brs Cubas. No sei por que at hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos. Eu no penso assim. Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro no seria infeliz. Ser obrigada a ficar toa que seria castigo para mim. Mame s vezes diz que ela at deseja que eu fique preguiosa; a minha esperteza que a amofina. Eu ento respondo: Se eu fosse preguiosa no sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmos, sem uma empregada em casa. Helena Morley,Minha vida de menina. Nos dois textos, obtm-se nfase por meio do emprego de um mesmo recurso expressivo, como se pode verificar nos seguintes trechos:
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Voltada para o encanto da vida livre do pequeno ncleo aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as classes sociais daquele mbito, estava colocada num invejvel ponto de observao.(...) Sem querer forar um conflito que, a bem dizer5,apenas se esboa, podemos atribuir parte desta grande versatilidade psicolgica da protagonista aosecos de uma formao7 britnica, protestante, liberal, ressoando num ambiente8de corte ibrico e catlico9, mal sado do regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independncia da juventude, reveste-se de acentuado sabor sociolgico este caso da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o meio de gente morena que o seu, o nico que conhece e ama, no vacila em o criticar com preciso e finura notveis14, se essa lucidez no traduzisse a coexistncia ntima de dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e se julgam nointerior de um eu tornado harmonioso pelo equilbrio mesmo de suas contradies18. Alexandre Eullio, Livro que nasceu clssico. In: Helena Morley, Minha vida de menina O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra de modo mais preciso o que, para o crtico Alexandre Eullio, representa a coexistncia ntima de dois mundos culturais divergentes :
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Voltada para o encanto da vida livre do pequeno ncleo aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as classes sociais daquele mbito, estava colocada num invejvel ponto de observao.(...) Sem querer forar um conflito que, a bem dizer5,apenas se esboa, podemos atribuir parte desta grande versatilidade psicolgica da protagonista aosecos de uma formao7 britnica, protestante, liberal, ressoando num ambiente8de corte ibrico e catlico9, mal sado do regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independncia da juventude, reveste-se de acentuado sabor sociolgico este caso da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o meio de gente morena que o seu, o nico que conhece e ama, no vacila em o criticar com preciso e finura notveis14, se essa lucidez no traduzisse a coexistncia ntima de dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e se julgam nointerior de um eu tornado harmonioso pelo equilbrio mesmo de suas contradies18. Alexandre Eullio, Livro que nasceu clssico.In: Helena Morley,Minha vida de menina De acordo com Alexandre Eullio, a protagonista do romance Minha vida de menina
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; j se no destacavam vozes dispersas, 1mas um s rudo compacto que enchia todo o cortio. Comeavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discusses e rezingas**; 2ouviam-se gargalhadas e pragas; j se no falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentao sangunea, naquela gula viosa de plantas rasteiras que mergulham os ps vigorosos na lama preta e nutriente da vida, 3o prazer animal de existir, a triunfante satisfao de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortio iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a comear a limpeza da casa. Nh Dunga! 4gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se voc tem cuscuz de milho hoje, 5bata na porta, ouviu? Alusio Azevedo, O cortio. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. Uma caracterstica do Naturalismo presente no texto :
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; j se no destacavam vozes dispersas, 2mas um s rudo compacto que enchia todo o cortio. Comeavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discusses e rezingas**; 5ouviam-se gargalhadas e pragas; j se no falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentao sangunea, naquela gula viosa de plantas rasteiras que mergulham os ps vigorosos na lama preta e nutriente da vida,8o prazer animal de existir, a triunfante satisfao de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortio iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a comear a limpeza da casa. Nh Dunga!14gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se voc tem cuscuz de milho hoje, 15bata na porta, ouviu? Alusio Azevedo,O cortio. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. Constitui marca do registro informal da lngua o trecho
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTOS PARA A QUESTO: (...) procurei adivinhar o que se passa na alma dumacachorra. Ser que h mesmo alma em cachorro? No me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundocheio de pres. Exatamente o que todos ns desejamos. A diferena que eu quero que eles apaream antes do sono, e padre Z Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos pres. (...) Carta de Graciliano Ramos a sua esposa. (...) Uma angstia apertou-lhe o pequeno corao.Precisava vigiar as cabras: quela hora cheiros de suuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do carit onde sinha Vitria guardava o cachimbo. (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheiode pres. E lamberia as mos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianas se espojariam com ela, rolariam com ela num ptio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de pres, gordos, enormes. Graciliano Ramos, Vidas secas As declaraes de Graciliano Ramos na Carta e o excerto do romance permitem afirmar que a personagem Baleia, em Vidas secas, representa
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTOS PARA A QUESTO: (...) procurei adivinhar o que se passa na alma dumacachorra. Ser que h mesmo alma em cachorro? No me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundocheio de pres. Exatamente o que todos ns desejamos. A diferena que eu quero que eles apaream antes do sono, e padre Z Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos pres. (...) Carta de Graciliano Ramos a sua esposa. (...) Uma angstia apertou-lhe o pequeno corao.Precisava vigiar as cabras: quela hora cheiros de suuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do carit onde sinha Vitria guardava o cachimbo. (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheiode pres. E lamberia as mos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianas se espojariam com ela, rolariam com ela num ptio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de pres, gordos, enormes. Graciliano Ramos, Vidas secas A comparao entre os fragmentos, respectivamente, da Carta e de Vidas secas, permite afirmar que
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Sarapalha caloro, Primo!... E que dor de cabea excomungada! um instantinho e passa... s ter pacincia.... ... passa... passa... passa... Passam umasmulheres vestidas de cor de gua, sem olhos na cara,para no terem de olhar a gente... S ela que no passa, Primo Argemiro!... E eu j estou cansado de procurar5, no meio das outras... No vem!... Foi, rioabaixo, com o outro... Foram pros infernos!... No foi, Primo Ribeiro. No foram pelo rio... Foitrem de ferro que levou... No foi no rio, eu sei... No rio ningum noanda10... S a maleita quem sobe e desce, olhandoseus mosquitinhos e pondo neles a beno... Mas, naestria... Como mesmo a estria, Primo? Como ?... O senhor bem que sabe, Primo... Tem pacincia,que no bom variar...15 Mas, a estria, Primo!... Como ?... Conta outravez... O senhor j sabe as palavras todas de cabea17...Foi o moo-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas19...E chamou a moa pra ir se fugir com ele20... Espera, Primo, elas esto passando... Vo umasatrs das outras... Cada qual mais bonita... Mas euno quero, nenhuma!... Quero s ela... Lusa... Prima Lusa... Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Meajuda, Primo!25Me ajuda a ver... No nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! No mesmo no... Pois ento?! Conta o resto da estria!...30 ...Ento, a moa, que no sabia que o moo-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa32, e foi com ele na canoa, descendo o rio... Guimares Rosa,Sagarana A novela Sarapalha apresenta uma estria dentro de outra, por meio da qual a personagem masculina da narrativa principal (Primo Argemiro) alude a uma mulher da narrativa secundria (a moa levada pelo capeta). O mesmo procedimento ocorre em
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Sarapalha caloro, Primo!... E que dor de cabea excomungada! um instantinho e passa... s ter pacincia.... ... passa... passa... passa... Passam umasmulheres vestidas de cor de gua, sem olhos na cara,para no terem de olhar a gente... S ela que no passa, Primo Argemiro!... E eu j estou cansado de procurar5, no meio das outras... No vem!... Foi, rioabaixo, com o outro... Foram pros infernos!... No foi, Primo Ribeiro. No foram pelo rio... Foitrem de ferro que levou... No foi no rio, eu sei... No rio ningum noanda10... S a maleita quem sobe e desce, olhandoseus mosquitinhos e pondo neles a beno... Mas, naestria... Como mesmo a estria, Primo? Como ?... O senhor bem que sabe, Primo... Tem pacincia,que no bom variar...15 Mas, a estria, Primo!... Como ?... Conta outravez... O senhor j sabe as palavras todas de cabea17...Foi o moo-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas19...E chamou a moa pra ir se fugir com ele20... Espera, Primo, elas esto passando... Vo umasatrs das outras... Cada qual mais bonita... Mas euno quero, nenhuma!... Quero s ela... Lusa... Prima Lusa... Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Meajuda, Primo!25 Me ajuda a ver... No nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! No mesmo no... Pois ento?! Conta o resto da estria!...30 ...Ento, a moa, que no sabia que o moo-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa32, e foi com ele na canoa, descendo o rio... Guimares Rosa, Sagarana No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificao o seguinte trecho:
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Sarapalha caloro, Primo!... E que dor de cabea excomungada! um instantinho e passa... s ter pacincia.... ... passa... passa... passa... Passam umasmulheres vestidas de cor de gua, sem olhos na cara,para no terem de olhar a gente... S ela que no passa, Primo Argemiro!... E eu j estou cansado de procurar5, no meio das outras... No vem!... Foi, rioabaixo, com o outro... Foram pros infernos!... No foi, Primo Ribeiro. No foram pelo rio... Foitrem de ferro que levou... No foi no rio, eu sei... No rio ningum noanda10... S a maleita quem sobe e desce, olhandoseus mosquitinhos e pondo neles a beno... Mas, naestria... Como mesmo a estria, Primo? Como ?... O senhor bem que sabe, Primo... Tem pacincia,que no bom variar...15 Mas, a estria, Primo!... Como ?... Conta outravez... O senhor j sabe as palavras todas de cabea17...Foi o moo-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas19...E chamou a moa pra ir se fugir com ele20... Espera, Primo, elas esto passando... Vo umasatrs das outras... Cada qual mais bonita... Mas euno quero, nenhuma!... Quero s ela... Lusa... Prima Lusa... Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Meajuda, Primo!25Me ajuda a ver... No nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! No mesmo no... Pois ento?! Conta o resto da estria!...30 ...Ento, a moa, que no sabia que o moo-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa32, e foi com ele na canoa, descendo o rio... Guimares Rosa,Sagarana Tendo como base o trecho s a maleita quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a beno..., o termo em destaque foi empregado ironicamente por aludir ao inseto
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Os bens e o sangue VIII (...) filho pobre, e descoroado*, e finito inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais com a faca, o formo, o couro... tal como quisramos para tristeza nossa e consumao das eras, para o fim de tudo que foi grande! desejado, poeta de uma poesia que se furta e se expande maneira de um lago de pez** e resduos letais... s nosso fim natural e somos teu adubo, tua explicao e tua mais singela virtude... Pois carecia que um de ns nos recusasse para melhor servir-nos. Face a face te contemplamos, e teu esse primeiro e mido beijo em nossa boca de barro e de sarro. Carlos Drummond de Andrade,Claro enigma. * descoroado: assim como desacoroado, uma variante de uso popular da palavra desacorooado, que significa desanimado. ** pez: piche. Considere as seguintes afirmaes: I. Os familiares, que falam no poema, ironizam a condio frgil do poeta. II. O passado uma maldio da qual o poeta, como revela o ttulo do poema, no consegue se desvencilhar. III. O trecho o fim de tudo que foi grande remete runa das oligarquias, das quais Drummond tributrio. IV. A imagem de uma poesia que se furta e se expande/ maneira de um lago de pez e resduos letais... sintetiza o pessimismo dos poemas de Claro enigma. Esto corretas: