(IME - 2019/2020 - 2ª FASE)
Texto 2
XIII
1 “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
5 E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
10 Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: . Acesso em: 19/08/2019.
A palavra “pois”, usada em “Pois só quem ama pode ter ouvido” (Texto 2, verso 13),
exprime a consequência dos hábitos cotidianos do poeta de ouvir e entender estrelas.
tem uma função de justificação das razões pelas quais o poeta é capaz de ouvir e entender estrelas.
traz em si uma ideia de contraponto ao enlevo poético descrito no poema.
expressa a ideia da finalidade primeira do poeta enamorado, que é ouvir e entender estrelas.
estabelece a ideia de alternância, mas sem relação de equivalência nos versos do texto.