(ITA - 2003 - 1ª FASE)
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1 As angústias dos brasileiros em relação ao português
são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa
escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posi-
5 ções, o problema é sobretudo com a gramática.
É esse o público que consome avidamente os
fascículos e livros do professor Pasquale, em
que as regras básicas do idioma são apresentadas
de forma clara e bem-humorada. Para o
10 segmento que teve oportunidade de estudar em
bons colégios, a principal dificuldade é com clareza.
É para satisfazer a essa demanda que um
novo tipo de profissional surgiu: o professor de
português especializado em adestrar funcio-
15 nários de empresas. Antigamente, os cursos
dados no escritório eram de gramática básica e
se destinavam principalmente a secretárias. De
uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente
gente de nível superior. Em ge-
20 ral, os professores que atuam em firmas são
acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho
esporadicamente para ganhar um dinheiro extra.
“É fascinante, porque deixamos de viver a teoria
para enfrentar a língua do mundo real”, diz Antô-
25 nio Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade
de São Paulo (...)
(JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja, 7/11/2001, n. 1725)
Aponte a alternativa que contém uma inferência que NÃO pode ser feita com base nas idéias explicitadas no texto.
Freqüentemente, uma boa escola é uma espécie de passaporte para a ascensão.
O conjunto que abrange “gente de nível superior” não contém o subconjunto “secretárias”.
No âmbito da Universidade, os estudos da língua estão prioritariamente voltados para a prática lingüística.
A escola de qualidade inferior não favorece o aprendizado da gramática.
O conhecimento gramatical não garante que as pessoas se expressem com clareza.