(ITA - 2010 - 1ª FASE)
No último livro que publicou em vida, Teia (1996), a escritora Orides Fontela escreveu o poema abaixo.
João
I
De barro
o operário
e a casa
(de barro
o nome
e a obra)
II
O pássaro-operário
madruga:
construir a
casa
construir
o canto
ganhar — construir —
o dia
III
O pássaro
faz o seu
trabalho
e o trabalho faz
o pássaro
IV
O duro
impuro
labor: construir-se.
V
O canto é anterior
ao pássaro
a casa é anterior
ao barro
O nome é anterior
à vida.
Podemos afirmar que:
I. nem a parte I nem a II indicam que o pássaro “joão-de-barro” pode ser visto como metáfora de um determinado tipo social.
II. apenas a parte III sugere que o trabalho feito pelo joão-de-barro aproxima-se daquele feito por um operário.
III. o poema, em seu todo, aproxima metaforicamente o “joão-de-barro” de um trabalhador brasileiro (um “João”, como o título indica).
IV. como no caso do pássaro, também para o operário vale a idéia de que o homem faz o trabalho e o trabalho faz o homem.
Estão corretas apenas as afirmações:
I e III.
I e IV.
II e III.
II e IV.
III e IV.