(ITA - 2018 - 1 FASE) Em Senhora, de Jos de Alencar, h uma cena em que Aurlia sai bruscamente do jardim, onde estava com Seixas, vai para a sala e fecha as cortinas para apagar os reflexos da claridade argentina da lua. Assinale a opo que explica esse comportamento da personagem.
(ITA - 2018 - 1 FASE) Em vrias passagens de Quincas Borba, de Machado de Assis, as personagens interpretam erroneamente alguns fatos ou fazem ilaes equivocadas a partir de algumas falas. Vemos isso, por exemplo, no episdio em que, a partir do relato que ouve de um cocheiro, Rubio se convence de que
(ITA - 2018 - 1 FASE) Em So Bernardo, de Graciliano Ramos, o narrador-personagem afirma: ... se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forado a escrever. Essa frase revela que o propsito de Paulo Honrio
(ITA - 2018 - 1 FASE) O texto abaixo uma das liras que integram Marlia de Dirceu, de Toms Antnio Gonzaga. 1. Em uma frondosa Roseira se abria Um negro boto! Marlia adorada O p lhe torcia Com a branca mo. 2. Nas folhas viosas A abelha enraivada O corpo escondeu. Tocou-lhe Marlia, Na mo descuidada A fera mordeu. 3. Apenas lhe morde, Marlia, gritando, Co dedo fugiu. Amor, que no bosque Estava brincando, Aos ais acudiu. 4. Mal viu a rotura, E o sangue espargido, Que a Deusa mostrou, Risonho beijando O dedo ofendido, Assim lhe falou: 5. Se tu por to pouco O pranto desatas, Ah! d-me ateno: E como daquele, Que feres e matas, No tens compaixo? (GONZAGA, Toms Antnio. Marlia de Dirceu Cartas Chilenas. 10. ed. So Paulo: tica, 2011.) Neste poema, I. h o relato de um episdio vivido por Marlia: aps ser ferida por uma abelha, ela socorrida pelo Amor. II. o Amor personificado em uma deidade que dirige a Marlia uma pequena censura amorosa. III. a censura que o Amor faz a Marlia um artificio por meio do qual o sujeito lrico, indiretamente, dirige a ela uma queixa amorosa. IV. o propsito maior do poema surge, no final, no lamento que o sujeito lrico dirige amada, que parece faz-lo sofrer. Esto corretas:
(ITA - 2018 - 1 FASE) O texto abaixo uma das liras que integramMarlia de Dirceu, de Toms Antnio Gonzaga. 1. Em uma frondosa Roseira se abria Um negro boto! Marlia adorada O p lhe torcia Com a branca mo. 2. Nas folhas viosas A abelha enraivada O corpo escondeu. Tocou-lhe Marlia, Na mo descuidada A fera mordeu. 3. Apenas lhe morde, Marlia, gritando, Co dedo fugiu. Amor, que no bosque Estava brincando, Aos ais acudiu. 4. Mal viu a rotura, E o sangue espargido, Que a Deusa mostrou, Risonho beijando O dedo ofendido, Assim lhe falou: 5. Se tu por to pouco O pranto desatas, Ah! d-me ateno: E como daquele, Que feres e matas, No tens compaixo? (GONZAGA, Toms Antnio.Marlia de Dirceu Cartas Chilenas. 10. ed. So Paulo: tica, 2011.) O poema abaixo dialoga com as liras de Marlia de Dirceu. Haicai tirado de umafalsa lira de Gonzaga Quis gravar Amor No tronco de um velho freixo: Marlia escrevi. (BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.) Dentre as marcas mais visveis de intertextualidade, encontram-se as seguintes, EXCETO
(ITA - 2018 - 1 FASE) Passeio no bosque o canivete na mo no deixa marcas no tronco da goiabeira cicatrizes no se transferem (CACASO. Beijo na boca. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000.) Algumas pessoas, ao gravarem nomes, datas etc., nos troncos das rvores, buscam externar afetos ou sentimentos. Esse texto, contudo, registra uma experincia particular de algum que, fazendo isso,
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 1 Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase no havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela poca, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilgio de chegar aos 90 em pleno domnio da razo, possvel que uma imagem de agora me cause impresso semelhante. O envelhecimento sombra que nos acompanha desde a concepo: o feto de seis meses muito mais velho do que o embrio de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual ns somos inigualveis: a adaptao. No h animal capaz de criar solues diante da adversidade como ns, de sobreviver em nichos ecolgicos que vo do calor tropical s geleiras do rtico. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescncia um fenmeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infncia vida adulta sem estgios intermedirios. Nas comunidades agrrias o menino de sete anos trabalhava na roa e as meninas cuidavam dos afazeres domsticos antes de chegar a essa idade. A figura do adolescente que mora com os pais at os 30 anos, sem abrir mo do direito de reclamar da comida mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avs tinham filhos para criar. A exaltao da juventude como o perodo ureo da existncia humana um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a esttica, os costumes e os padres de comportamento caractersticos dessa faixa etria tem o efeito perverso de insinuar que o declnio comea assim que essa fase se aproxima do fim. A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Scrates tomou cicuta aos 70 anos, Ccero foi assassinado aos 63, Matusalm sabe-se l quantos anos teve, mas seus contemporneos gregos, romanos ou judeus viviam em mdia 30 anos. No incio do sculo 20, a expectativa de vida ao nascer nos pases da Europa mais desenvolvida no passava dos 40 anos. A mortalidade infantil era altssima; epidemias de peste negra, varola, malria, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populaes inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravido, dores sem analgesia e a onipresena da mais temvel das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era to alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouqussimos conhecero. Os que esto vivos agora tm boa chance de passar dos 80. Se assim for, preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolver aos 60 o rosto que tnhamos aos 18, mas que envelhecer no sinnimo de decadncia fsica para aqueles que se movimentam, no fumam, comem com parcimnia, exercitam a cognio e continuam atentos s transformaes do mundo. Considerar a vida um vale de lgrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude torn-la experincia medocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 no levar em conta que a memria editora autoritria, capaz de suprimir por conta prpria as experincias traumticas e relegar ao esquecimento inseguranas, medos, desiluses afetivas, riscos desnecessrios e as burradas que fizemos nessa poca. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem cabea de jovem. consider-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criana de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, ele que nos traz a aceitao das ambiguidades, das diferenas, do contraditrio e abre espao para uma diversidade de experincias com as quais nem sonhvamos anteriormente. VARELLA, D.A arte de envelhecer. Adaptado. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/2016/01/1732457 Acesso em: mai. 2017. Depreende-se que o autor, em relao ao processo de envelhecimento, manifesta
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 1 Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase no havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela poca, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilgio de chegar aos 90 em pleno domnio da razo, possvel que uma imagem de agora me cause impresso semelhante. O envelhecimento sombra que nos acompanha desde a concepo: o feto de seis meses muito mais velho do que o embrio de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual ns somos inigualveis: a adaptao. No h animal capaz de criar solues diante da adversidade como ns, de sobreviver em nichos ecolgicos que vo do calor tropical s geleiras do rtico. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescncia um fenmeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infncia vida adulta sem estgios intermedirios. Nas comunidades agrrias o menino de sete anos trabalhava na roa e as meninas cuidavam dos afazeres domsticos antes de chegar a essa idade. A figura do adolescente que mora com os pais at os 30 anos, sem abrir mo do direito de reclamar da comida mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avs tinham filhos para criar. A exaltao da juventude como o perodo ureo da existncia humana um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a esttica, os costumes e os padres de comportamento caractersticos dessa faixa etria tem o efeito perverso de insinuar que o declnio comea assim que essa fase se aproxima do fim. A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Scrates tomou cicuta aos 70 anos, Ccero foi assassinado aos 63, Matusalm sabe-se l quantos anos teve, mas seus contemporneos gregos, romanos ou judeus viviam em mdia 30 anos. No incio do sculo 20, a expectativa de vida ao nascer nos pases da Europa mais desenvolvida no passava dos 40 anos. A mortalidade infantil era altssima; epidemias de peste negra, varola, malria, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populaes inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravido, dores sem analgesia e a onipresena da mais temvel das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era to alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouqussimos conhecero. Os que esto vivos agora tm boa chance de passar dos 80. Se assim for, preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolver aos 60 o rosto que tnhamos aos 18, mas que envelhecer no sinnimo de decadncia fsica para aqueles que se movimentam, no fumam, comem com parcimnia, exercitam a cognio e continuam atentos s transformaes do mundo. Considerar a vida um vale de lgrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude torn-la experincia medocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 no levar em conta que a memria editora autoritria, capaz de suprimir por conta prpria as experincias traumticas e relegar ao esquecimento inseguranas, medos, desiluses afetivas, riscos desnecessrios e as burradas que fizemos nessa poca. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem cabea de jovem. consider-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criana de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, ele que nos traz a aceitao das ambiguidades, das diferenas, do contraditrio e abre espao para uma diversidade de experincias com as quais nem sonhvamos anteriormente. VARELLA, D.A arte de envelhecer. Adaptado. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/2016/01/1732457 Acesso em: mai. 2017. No perodo Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos., (pargrafo 3), o autor
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 1 Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase no havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela poca, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilgio de chegar aos 90 em pleno domnio da razo, possvel que uma imagem de agora me cause impresso semelhante. O envelhecimento sombra que nos acompanha desde a concepo: o feto de seis meses muito mais velho do que o embrio de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual ns somos inigualveis: a adaptao. No h animal capaz de criar solues diante da adversidade como ns, de sobreviver em nichos ecolgicos que vo do calor tropical s geleiras do rtico. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescncia um fenmeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infncia vida adulta sem estgios intermedirios. Nas comunidades agrrias o menino de sete anos trabalhava na roa e as meninas cuidavam dos afazeres domsticos antes de chegar a essa idade. A figura do adolescente que mora com os pais at os 30 anos, sem abrir mo do direito de reclamar da comida mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avs tinham filhos para criar. A exaltao da juventude como o perodo ureo da existncia humana um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a esttica, os costumes e os padres de comportamento caractersticos dessa faixa etria tem o efeito perverso de insinuar que o declnio comea assim que essa fase se aproxima do fim. A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Scrates tomou cicuta aos 70 anos, Ccero foi assassinado aos 63, Matusalm sabe-se l quantos anos teve, mas seus contemporneos gregos, romanos ou judeus viviam em mdia 30 anos. No incio do sculo 20, a expectativa de vida ao nascer nos pases da Europa mais desenvolvida no passava dos 40 anos. A mortalidade infantil era altssima; epidemias de peste negra, varola, malria, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populaes inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravido, dores sem analgesia e a onipresena da mais temvel das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era to alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouqussimos conhecero. Os que esto vivos agora tm boa chance de passar dos 80. Se assim for, preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolver aos 60 o rosto que tnhamos aos 18, mas que envelhecer no sinnimo de decadncia fsica para aqueles que se movimentam, no fumam, comem com parcimnia, exercitam a cognio e continuam atentos s transformaes do mundo. Considerar a vida um vale de lgrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude torn-la experincia medocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 no levar em conta que a memria editora autoritria, capaz de suprimir por conta prpria as experincias traumticas e relegar ao esquecimento inseguranas, medos, desiluses afetivas, riscos desnecessrios e as burradas que fizemos nessa poca. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem cabea de jovem. consider-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criana de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, ele que nos traz a aceitao das ambiguidades, das diferenas, do contraditrio e abre espao para uma diversidade de experincias com as quais nem sonhvamos anteriormente. VARELLA, D.A arte de envelhecer. Adaptado. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/2016/01/1732457 Acesso em: mai. 2017. Assinale a opo que NO constitui um dos aspectos acerca do envelhecimento apresentados no texto. Envelhecer
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 1 Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase no havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela poca, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilgio de chegar aos 90 em pleno domnio da razo, possvel que uma imagem de agora me cause impresso semelhante. O envelhecimento sombra que nos acompanha desde a concepo: o feto de seis meses muito mais velho do que o embrio de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual ns somos inigualveis: a adaptao. No h animal capaz de criar solues diante da adversidade como ns, de sobreviver em nichos ecolgicos que vo do calor tropical s geleiras do rtico. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescncia um fenmeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infncia vida adulta sem estgios intermedirios. Nas comunidades agrrias o menino de sete anos trabalhava na roa e as meninas cuidavam dos afazeres domsticos antes de chegar a essa idade. A figura do adolescente que mora com os pais at os 30 anos, sem abrir mo do direito de reclamar da comida mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avs tinham filhos para criar. A exaltao da juventude como o perodo ureo da existncia humana um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a esttica, os costumes e os padres de comportamento caractersticos dessa faixa etria tem o efeito perverso de insinuar que o declnio comea assim que essa fase se aproxima do fim. A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Scrates tomou cicuta aos 70 anos, Ccero foi assassinado aos 63, Matusalm sabe-se l quantos anos teve, mas seus contemporneos gregos, romanos ou judeus viviam em mdia 30 anos. No incio do sculo 20, a expectativa de vida ao nascer nos pases da Europa mais desenvolvida no passava dos 40 anos. A mortalidade infantil era altssima; epidemias de peste negra, varola, malria, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populaes inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravido, dores sem analgesia e a onipresena da mais temvel das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era to alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouqussimos conhecero. Os que esto vivos agora tm boa chance de passar dos 80. Se assim for, preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolver aos 60 o rosto que tnhamos aos 18, mas que envelhecer no sinnimo de decadncia fsica para aqueles que se movimentam, no fumam, comem com parcimnia, exercitam a cognio e continuam atentos s transformaes do mundo. Considerar a vida um vale de lgrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude torn-la experincia medocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 no levar em conta que a memria editora autoritria, capaz de suprimir por conta prpria as experincias traumticas e relegar ao esquecimento inseguranas, medos, desiluses afetivas, riscos desnecessrios e as burradas que fizemos nessa poca. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem cabea de jovem. consider-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criana de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, ele que nos traz a aceitao das ambiguidades, das diferenas, do contraditrio e abre espao para uma diversidade de experincias com as quais nem sonhvamos anteriormente. VARELLA, D.A arte de envelhecer. Adaptado. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/2016/01/1732457 Acesso em: mai. 2017. Ao fazer aluso a um vale de lgrimas (pargrafo 9), o autor
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 1 Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase no havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela poca, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilgio de chegar aos 90 em pleno domnio da razo, possvel que uma imagem de agora me cause impresso semelhante. O envelhecimento sombra que nos acompanha desde a concepo: o feto de seis meses muito mais velho do que o embrio de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual ns somos inigualveis: a adaptao. No h animal capaz de criar solues diante da adversidade como ns, de sobreviver em nichos ecolgicos que vo do calor tropical s geleiras do rtico. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescncia um fenmeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infncia vida adulta sem estgios intermedirios. Nas comunidades agrrias o menino de sete anos trabalhava na roa e as meninas cuidavam dos afazeres domsticos antes de chegar a essa idade. A figura do adolescente que mora com os pais at os 30 anos, sem abrir mo do direito de reclamar da comida mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avs tinham filhos para criar. A exaltao da juventude como o perodo ureo da existncia humana um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a esttica, os costumes e os padres de comportamento caractersticos dessa faixa etria tem o efeito perverso de insinuar que o declnio comea assim que essa fase se aproxima do fim. A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Scrates tomou cicuta aos 70 anos, Ccero foi assassinado aos 63, Matusalm sabe-se l quantos anos teve, mas seus contemporneos gregos, romanos ou judeus viviam em mdia 30 anos. No incio do sculo 20, a expectativa de vida ao nascer nos pases da Europa mais desenvolvida no passava dos 40 anos. A mortalidade infantil era altssima; epidemias de peste negra, varola, malria, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populaes inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravido, dores sem analgesia e a onipresena da mais temvel das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era to alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouqussimos conhecero. Os que esto vivos agora tm boa chance de passar dos 80. Se assim for, preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolver aos 60 o rosto que tnhamos aos 18, mas que envelhecer no sinnimo de decadncia fsica para aqueles que se movimentam, no fumam, comem com parcimnia, exercitam a cognio e continuam atentos s transformaes do mundo. Considerar a vida um vale de lgrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude torn-la experincia medocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 no levar em conta que a memria editora autoritria, capaz de suprimir por conta prpria as experincias traumticas e relegar ao esquecimento inseguranas, medos, desiluses afetivas, riscos desnecessrios e as burradas que fizemos nessa poca. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem cabea de jovem. consider-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criana de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, ele que nos traz a aceitao das ambiguidades, das diferenas, do contraditrio e abre espao para uma diversidade de experincias com as quais nem sonhvamos anteriormente. VARELLA, D.A arte de envelhecer. Adaptado. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/2016/01/1732457 Acesso em: mai. 2017. Em todas as opes, o autor vale-se de metforas para construir sua argumentao, EXCETO em
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 2 a coisa mais moderna que existe nessa vida envelhecer a barba vai descendo e os cabelos vo caindo pra cabea aparecer os filhos vo crescendo e o tempo vai dizendo que agora pra valer os outros vo morrendo e a gente aprendendo a esquecer no quero morrer pois quero ver como ser que deve ser envelhecer eu quero viver pra ver qual e dizer venha pra o que vai acontecer eu quero que o tapete voe / no meio da sala de estar eu quero que a panela de presso pressione e que a pia comece a pingar eu quero que a sirene soe e me faa levantar do sof eu quero pr Rita Pavone* no ringtone do meu celular eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer meu prprio nome que me chamem de velho gag pois ser eternamente adolescente nada mais demod com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que no para de crescer no sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. (ANTUNES, A.Envelhecer. lbum Ao vivo l em casa. 2010.) *cantora italiana de grande sucesso na dcada de 1960. Eu quero pr Rita Pavone no ringtone do meu celular. O trecho selecionado indica que o autor
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 2 a coisa mais moderna que existe nessa vida envelhecer a barba vai descendo e os cabelos vo caindo pra cabea aparecer os filhos vo crescendo e o tempo vai dizendo que agora pra valer os outros vo morrendo e a gente aprendendo a esquecer no quero morrer pois quero ver como ser que deve ser envelhecer eu quero viver pra ver qual e dizer venha pra o que vai acontecer eu quero que o tapete voe / no meio da sala de estar eu quero que a panela de presso pressione e que a pia comece a pingar eu quero que a sirene soe e me faa levantar do sof eu quero pr Rita Pavone* no ringtone do meu celular eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer meu prprio nome que me chamem de velho gag pois ser eternamente adolescente nada mais demod com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que no para de crescer no sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. (ANTUNES, A.Envelhecer. lbum Ao vivo l em casa. 2010.) *cantora italiana de grande sucesso na dcada de 1960. O emprego recorrente do verbo querer, no texto, revela
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 2 a coisa mais moderna que existe nessa vida envelhecer a barba vai descendo e os cabelos vo caindo pra cabea aparecer os filhos vo crescendo e o tempo vai dizendo que agora pra valer os outros vo morrendo e a gente aprendendo a esquecer no quero morrer pois quero ver como ser que deve ser envelhecer eu quero viver pra ver qual e dizer venha pra o que vai acontecer eu quero que o tapete voe / no meio da sala de estar eu quero que a panela de presso pressione e que a pia comece a pingar eu quero que a sirene soe e me faa levantar do sof eu quero pr Rita Pavone* no ringtone do meu celular eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer meu prprio nome que me chamem de velho gag pois ser eternamente adolescente nada mais demod com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que no para de crescer no sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. (ANTUNES, A.Envelhecer. lbum Ao vivo l em casa. 2010.) *cantora italiana de grande sucesso na dcada de 1960. O trecho que critica explicitamente aqueles que no aceitam a velhice em:
(ITA - 2018 - 1 FASE) Texto 1 Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase no havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela poca, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilgio de chegar aos 90 em pleno domnio da razo, possvel que uma imagem de agora me cause impresso semelhante. O envelhecimento sombra que nos acompanha desde a concepo: o feto de seis meses muito mais velho do que o embrio de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual ns somos inigualveis: a adaptao. No h animal capaz de criar solues diante da adversidade como ns, de sobreviver em nichos ecolgicos que vo do calor tropical s geleiras do rtico. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitao, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescncia um fenmeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infncia vida adulta sem estgios intermedirios. Nas comunidades agrrias o menino de sete anos trabalhava na roa e as meninas cuidavam dos afazeres domsticos antes de chegar a essa idade. A figura do adolescente que mora com os pais at os 30 anos, sem abrir mo do direito de reclamar da comida mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avs tinham filhos para criar. A exaltao da juventude como o perodo ureo da existncia humana um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a esttica, os costumes e os padres de comportamento caractersticos dessa faixa etria tem o efeito perverso de insinuar que o declnio comea assim que essa fase se aproxima do fim. A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Scrates tomou cicuta aos 70 anos, Ccero foi assassinado aos 63, Matusalm sabe-se l quantos anos teve, mas seus contemporneos gregos, romanos ou judeus viviam em mdia 30 anos. No incio do sculo 20, a expectativa de vida ao nascer nos pases da Europa mais desenvolvida no passava dos 40 anos. A mortalidade infantil era altssima; epidemias de peste negra, varola, malria, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populaes inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravido, dores sem analgesia e a onipresena da mais temvel das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era to alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouqussimos conhecero. Os que esto vivos agora tm boa chance de passar dos 80. Se assim for, preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolver aos 60 o rosto que tnhamos aos 18, mas que envelhecer no sinnimo de decadncia fsica para aqueles que se movimentam, no fumam, comem com parcimnia, exercitam a cognio e continuam atentos s transformaes do mundo. Considerar a vida um vale de lgrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude torn-la experincia medocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 no levar em conta que a memria editora autoritria, capaz de suprimir por conta prpria as experincias traumticas e relegar ao esquecimento inseguranas, medos, desiluses afetivas, riscos desnecessrios e as burradas que fizemos nessa poca. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem cabea de jovem. consider-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criana de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, ele que nos traz a aceitao das ambiguidades, das diferenas, do contraditrio e abre espao para uma diversidade de experincias com as quais nem sonhvamos anteriormente. VARELLA, D. A arte de envelhecer. Adaptado. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/2016/01/1732457 Acesso em: mai. 2017. Texto 2 a coisa mais moderna que existe nessa vida envelhecer a barba vai descendo e os cabelos vo caindo pra cabea aparecer os filhos vo crescendo e o tempo vai dizendo que agora pra valer os outros vo morrendo e a gente aprendendo a esquecer no quero morrer pois quero ver como ser que deve ser envelhecer eu quero viver pra ver qual e dizer venha pra o que vai acontecer eu quero que o tapete voe / no meio da sala de estar eu quero que a panela de presso pressione e que a pia comece a pingar eu quero que a sirene soe e me faa levantar do sof eu quero pr Rita Pavone* no ringtone do meu celular eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer meu prprio nome que me chamem de velho gag pois ser eternamente adolescente nada mais demod com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que no para de crescer no sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. (ANTUNES, A. Envelhecer. lbum Ao vivo l em casa. 2010.) *cantora italiana de grande sucesso na dcada de 1960. O ponto convergente entre os textos 1 e 2