(Pucpr 2009) Observe o seguinte fragmento do conto "Felicidade Clandestina", do livro com o mesmo nome, escrito por Clarice Lispector: "Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. E como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grande, meu Deus, era um livro pra se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria". Fonte: Clarice Lispector, "Felicidade Clandestina" Na relação entre as personagens se verificam as seguintes temáticas presentes no todo da obra de Clarice Lispector:
(Pucsp 2009) Mesmo os mais recalcitrantes céticos, que insistem em negar o aquecimento global ou que ele seja provocado por atividades humanas, deveriam apoiar investimentos na busca de novas fontes energéticas. Iniciar o parágrafo com o termo destacado serve para
(PUC-SP-2009) Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes. O crítico Álvaro Lins, referindo-se a Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos, da qual se extraiu o trecho anterior, afirma que, além de ser o mais humano e comovente dos livros do autor, é o que contém maior sentimento da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de ser amada pelos que a ela estão ligados teluricamente. Por outro lado, merece destaque, dentre os elementos constitutivos dessa obra, a paisagem, a linguagem e o problema social. Assim, a respeito da linguagem de Vidas Secas, é CORRETO afirmar-se que:
(PUC - PR - 2009) UE REABRE PARCIALMENTE IMPORTAO DE FRANGO DA CHINA Ao mesmo tempo em que retarda qualquer deciso que possibilite aos EUA retomar suas exportaes de carne de frango para o bloco (o argumento o de que os norte-americanos desinfetam suas carcaas com cloro), a Unio Europeia reabre - embora parcialmente - suas portas carne de frango de origem chinesa. A reabertura atenua um embargo de ordem sanitria mantido sobre todos os produtos da avicultura chinesa h quatro anos e que foi declarado logo aps a China ter anunciado, oficialmente, os primeiros casos de Influenza Aviria no pas. A atenuao do embargo no envolve carnes avcolas e ovos in natura, apenas produtos tratados a uma temperatura mnima de 70 C, considerada suficiente para inativar algum vrus da Influenza Aviria eventualmente presente no produto. Alm disso, est restrito apenas provncia de Shandong e, assim, exclui outras 29 provncias chinesas, sobre as quais prevalece o embargo total. Ainda que duplamente parcial, essa reabertura no deve ser menosprezada - avaliam analistas europeus. Primeiro, porque a provncia de Shandong a principal regio avcola chinesa, tendo sido responsvel (2006) por 10% de toda a carne de frango produzida pela China. Segundo, porque imediatamente aps os primeiros embargos as empresas locais passaram a investir com nfase no ps-processamento (frango cozido) e hoje tm uma capacidade de atendimento bem maior que h quatro ou cinco anos atrs. E isso, completam, deve acelerar o ritmo de expanso das exportaes chinesas. Autor: Redao A visite. Fonte: http://www.agrolink.com.br/gripeaviaria/NoticiaDetalhe.aspx?codNoticia=74605. Disponvel em 15/09/2008 Os pronomes, os advrbios, os numerais e as conjunes so recursos lingusticos que atribuem coeso ao texto, ou seja, estabelecem relaes de sentido entre as unidades textuais. A esse respeito, assinale a alternativa que apresenta uma informao INADEQUADA.
(Pucpr/2009) Assinale o que for INCORRETO a respeito da estética simbolista e da poesia de Cruz e Sousa.
(Pucpr 2009) Sobre Dom Casmurro, de Machado de Assis, leia as afirmações a seguir e depois assinale a alternativa CORRETA: I. A obra mais conhecida de Machado de Assis tem como temática o adultério feminino, a exemplo de outras narrativas suas contemporâneas. II. O ciúme foi a causa da separação de Bentinho e Capitu, pois o fato de que Ezequiel é filho de Bentinho fica comprovado na narrativa. III. Ao criticar a sociedade de seu tempo, Machado de Assis desnuda as relações interpessoais, sempre egoístas, como acontece com Bentinho e Capitu. IV. Capitu, a mulher dissimulada, de olhos de cigana oblíqua, não consegue dissimular sua dor, por ocasião da morte de Escobar. V. Dom Casmurro é o marco inicial do Realismo brasileiro, de que Machado de Assis é o maior representante.
(PUC/MG - 2009) TRECHO 1 Belo Horizonte, que lindo nome! Fiquei a repeti-lo e a enroscar-me na sua sonoridade. Era longo, sinuoso, tinha de pssaro e sua cauda repetia rimas belas e amenas. Fonte. Monte. Ponte. Era refrescante. Continha fceis ascenses e aladas evases. Sugeria associaes cheias de nobreza na riqueza das homofonias. Belerofonte. Laocoonte. Caronte. Era bom de repetir Belorizonte, Belorizonte, Belorizonte e ir despojando aos poucos a palavra: das arestas de suas consoantes e ir deixando apenas suas vogais ondularem molemente. Belo Horizonte. Belorizonte, Beoizonte Beoionte. Fui nossa sala de visitas e apliquei no ouvido a concha mgica que me abria os caminhos da distncia. Ouvi seu rudo helnico e o apelo longnquo beoioooooo prolongado como silvo dos trens que subiam de Caminho Novo acima, dobrando o canto dos apitos na pauta das noites divididas. NAVA, Pedro. Balo cativo. Ateli, 2000. p. 85. TRECHO 2 Belo Horizonte hoje para mim uma cidade soterrada. Em vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para quem continuou morando l, a amputao pode ter sido lenta, quase indolor; para mim foi cirurgia de urgncia, a prestaes, sem a inconscincia do anestsico. Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Em nome do progresso municipal, enterraram as minhas casas; enterraram os pisos de pedra das minhas ruas; enterraram os meus bares; minhas moas bonitas; meus bondes; minhas livrarias; bancos de praa; folhagens; enterraram-me vivo na cidade morta. Por cima de ns construram casas modernas, arranha-cus, agncias bancrias; pintaram tudo, deceparam as rvores, demoliram, mudaram fachadas, acrescentaram varandas, disfararam de novas as casas velhas, muraram o espao livre, reviraram jardins, mexeram por toda a parte com uma sanha cruenta. Como se tivessem o propsito de desorientar-me, de destruir tudo que me estendia uma ponte entre o que sou e o que fui. Ai, Belo Horizonte! TRECHO 3 Dessas marchas a p havia uma que eu fazia com prazer. Era a da noite, indo para casa. Sempre s, seguia Afonso Pena pela beirada perfumosa do Parque ou pelo passeio fronteiro. Passava pela esquina de Seu Artur Haas e logo depois era um muro imenso at as paredes em construo da Delegacia Fiscal. Novo terreno baldio (ainda no havia Automvel Clube). Depois era o Palcio da Justia todo negro e fechado. Vinham as casas seguintes: A do Doutor Rodolfo Jacob; depois a deliciosa edificao em que residiriam sucessivamente oDr. Francisco Peixoto, o Dr. Bolivar, a Dona Alice Neves, a quase igual do Dr. Balena. Em seguida o baldio, onde seria levantado o Conservatrio Mineiro, a casa amarela do Maestro Flores [] Naquele ponto o cu era o mais longnquo do mundo e as estrelas palpitavam em alturas inconcebveis. Eu andava de um lado para o outro na avenida como imantado por tal ou qual polo de atrao. [] Nas noites escuras ou de chuva, tomava Cludio Manuel, Chumbo, logo acima da esquina de Palmira dava com o Louco da Noite sempre parado debaixo dum poste de iluminao, pasmo, recebendo aquela luz voltaica e as guas do cu sem ir, vir, esconder-se, voltar, falar. Imvel, fora do tempo, estuporado, catatnico. Todos temiam-no na Serra. Mas ele era tmido e manso. NAVA, Pedro. Beira-Mar. Memrias 4. Nova Fronteira, 1985. p. 132. TRECHO 4 Noturno de Belo Horizonte Dorme Belo Horizonte. Seu corpo respira leve o aclive vagarento das ladeiras No se escuta sequer o rudo das estrelas caminhando Mas os poros abertos da cidade Aspiram com sensualidade com delcia O ar da terra elevada. Ar arejado batido nas pedras dos morros, Varado atravs da gua tranada das cachoeiras, Ar que brota nas fontes com as guas Por toda a parte de Minas Gerais. ANDRADE, Mrio de. Poesias completas. Para responder a questo, leia os trechos 1, 2, 3, 4 e as consideraes que se apresentam logo aps o trecho 4. I - Cada um dos trechos (1, 2, 3 e 4) apresenta uma leitura particular que o autor faz da cidade de Belo Horizonte. Em cada um deles, a partir de um ponto de vista, emerge uma cidade. II - Quando lemos textos que leem a cidade, estamos partilhando de uma construo de sentido de um dado objeto, na qual est inscrito o modo como o autor desenha, mapeia a cidade, ou seja, apreende e representa tal objeto. III - A descrio dos elementos fsico-geogrficos (a paisagem urbana) feita no universo do discurso literrio pode ser talhada pela memria subjetiva, pela fabricao discursiva de um objeto, que difere daquela que se d nos manuais de instruo da geografia ou de turismo. A afirmativa est CORRETA em: