(PUC-PR) Na terceira parte da Apologia de Sócrates há a seguinte afirmação: “é possível que tenhais acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de raciocínios, com os quais eu poderia vos persuadir, se eu tivesse acreditado que era preciso dizer e fazer tudo para evitar a condenação. Mas não é assim. Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e imprudência, e não por querer dizer-vos coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir, choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é certo, estais habituados a ouvir de outros”.
Considerando esta passagem, já sendo a transcrição de suas últimas palavras, é possível afirmar que Sócrates:
Lamenta sua fraqueza argumentativa perante a quantidade de pessoas que o condenou.
Ressalta a preocupação de seu discurso com a verdade e não com elegante retórica, como os pretensos “sábios” o faziam.
Reconhece sua dificuldade de elaborar um discurso persuasivo, mesmo com todo seu esforço para isso.
Desculpa-se por decepcionar tantos admiradores e os aconselha a não empregar seus recursos argumentativos.
Conclui que sua derrota decorreu de seu discurso audacioso e imprudente.