(UEFS - 2015) Eleições, no Império, eram um acontecimento muito especial. Nesses dias sempre solenes, marcados por muita liturgia cívica, o mais modesto cidadão vestia sua melhor roupa, ou a menos surrada, e exibia até sapatos, peças do vestuário tão valorizadas entre aqueles que pouco tinham. Em contraste com essa maioria de gente nada refinada no trajar, destacava-se uma minoria sempre vestida com pompa e circunstância. Vestimentas de gala de autoridades civis, militares e eclesiásticas, roupas importadas — tudo do bom e do melhor compunha a indumentária de quem era mais que um cidadão qualquer e queria exibir em público essa sua privilegiada condição. Esse desfile de contrastes mostrava o que as eleições representavam: um momento de afirmação de hierarquias e distinções sociais. A estratificação ficava ainda mais visível nos direitos dos cidadãos brasileiros definidos na Constituição.
(CAVANI, 2007, p. 56-57).
As diferentes hierarquias sociais referidas no texto se reproduziam no sistema eleitoral do Brasil Monárquico,
mediante a liberdade dada a toda a população de se eleger para cargos do Poder Executivo, a exemplo dos Presidentes das Províncias.
pela oportunidade aberta aos votantes, independentemente da condição social, de que se elegeram para os diversos cargos do Legislativo Imperial.
no sistema de eleição direta, no qual escravos, mulheres e idosos tinham iguais oportunidades de participação.
através do voto censitário, que distinguia, pela renda e pela origem, os eleitores de primeiro grau (votantes) e os eleitores de segundo grau (eleitores).
no pleito aberto, restrito às populações urbanas cuja renda podia ser comprovada anualmente.