(Uel 2006) “Em geral, o feminismo veio demonstrar que a opressão tem muitas faces, uma das quais é a opressão das mulheres por via da discriminação sexual. Ao privilegiar a opressão de classe, o marxismo secundarizou e, no fundo, ocultou a opressão sexual e, nessa medida, o seu projeto emancipatório ficou irremediavelmente truncado. [...] Se para as feministas marxistas, a primazia explicativa das classes é admissível desde que seja articulada com o poder e a política sexual, para a maioria das correntes feministas não é possível estabelecer, em geral, a primazia das classes sobre o sexo ou sobre outro fator de poder e de desigualdade e algumas feministas radicais atribuem mesmo a primazia explicativa ao poder sexual.”
(SOUZA S., Boaventura. Pela mão de Alice, o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1996. p. 41.)
De acordo com o texto, é correto afirmar:
A teoria marxista das classes, como explicação das relações de gênero, é o fundamento dos movimentos feministas.
Ao priorizar a opressão de classe, o marxismo eclipsou a opressão feminina, destituindo-a de sua relevância social.
As feministas marxistas defendem a primazia do poder sexual sobre a de classes.
O feminismo radical, ao explicitar a discriminação sexual como forma de opressão, fortaleceu o entendimento marxista da sociedade.
O projeto emancipatório das feministas teve significativo impulso após a adoção do marxismo enquanto modelo explicativo da opressão feminina.