(Uel 2011) Leia o texto a seguir.
A maior parte dos sábios, como Isaac Newton, era profundamente crente e pensava que descobrir as leis da natureza graças à física é descobrir a obra de uma providência absolutamente divina e convencer-se de que a organização do mundo não é produto do acaso. Muito antes das Luzes, é no declínio das antigas hierarquias e no turbilhão suscitado pela chegada ao Novo Mundo que devemos buscar a fonte da revolução científica.
É nesse contexto que as novas ciências abandonam a concepção de natureza como algo maravilhoso, governado por princípios ocultos, e passam a imaginá-la como uma máquina gigantesca. A tal engrenagem seguiria leis reguladoras e necessárias, passíveis de serem traduzidas em linguagem matemática. Isso não impediria, contudo, que a visão mecanicista da natureza continuasse por muito tempo como um ato de fé, incapaz de explicar fenômenos tão familiares como a coesão de materiais, a queda dos corpos ou a maré.
(Adaptado de: JENSEN, P. “O saber não é neutro”. Le Monde Diplomatique Brasil, Ed. Instituto Polis, jun. 2010, ano 3, n. 35, p. 34.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a revolução científica, é correto afirmar:
A revolução científica possibilitou demonstrar, no terreno da vida social, que o saber é neutro, pois é baseado em provas empíricas reveladoras de uma forma de verdade que não comporta manipulações pelos homens.
A revolução científica comprovou que as mesmas leis gerais que regem o mundo físico atuam também sobre a realidade social, de tal modo que, compreendendo uma, se compreende diretamente a outra.
Para a revolução científica, ciência e religião são formas de compreensão racional da realidade, estando ambas regidas pelos princípios de observação, verificação e experimentação capazes de demonstrar a hipótese inicial.
A grande contribuição da revolução científica para as ciências humanas foi demonstrar que as relações sociais possuem regularidades matemáticas, o que permite prever com exatidão os comportamentos dos indivíduos e de grupos de indivíduos.
Ainda que impossibilitada de explicar a dinâmica da vida social, a revolução científica trouxe para o terreno das ciências humanas o princípio da racionalidade da investigação como caminho para a apreensão objetiva dos fatos.